Cidades

14 DE JULHO

Comerciantes reclamam de novos problemas após desinterdição da rua 14 de Julho

Apesar de serem favoráveis a volta da liberação da rua, situações envolvendo a ação policial e a limpeza da rua nos fins de semana ainda incomodam lojistas da 14 de julho

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Mesmo após a revogação da interdição da rua 14 de julho, proprietários dos bares alegam que a mudança trouxe novos problemas no fluxo do comércio noturno no centro da cidade.

A decisão de voltar a liberar o acesso na via partiu dos próprios proprietários dos bares, em conjunto com a Prefeitura de Campo Grande, que atendeu o pedido dos lojistas.

Porém, segundo os comerciantes, após a desinterdição os principais problemas relatados foram a mudança da atuação policial e o acumulo de lixo no fim de semana, quando ocorre o maior fluxo de frequentadores.

Ao Correio do Estado, o proprietário do Bar Má Donna, Kayky Sanches, relatou que foi possível perceber a mudança do cuidado do poder público com o lixo acumulado na rua 14 de julho, quando a desinterdição da via foi realizada, a partir do dia 28 de setembro.

"Nós proprietários temos um acordo para cada um limpar a calçada do seu estabelecimento ao final da noite, e isso funciona, mas com a chegada de ambulantes, a calçada onde eles ficam, eles não levam a sujeira deles embora. A prefeitura têm que arcar com isso, porque quando fechou a rua, tinha limpeza de madrugada, e agora não têm? É uma questão pública também a limpeza aqui", alerta Sanches.

Aparecido Pereira, que trabalha em uma ótica na 14 de julho, também alertou a reportagem sobre a falta de limpeza no fim das atividades do comercio noturno. 

"Você chega aqui na segunda-feira de manhã a rua está um lixo, um monte de garrafas, cheiro de urina em frente as lojas. Durante a semana não acontece tanto acumulo de lixo, mas sábado e domingo é o dia todo", disse.

Outro problema dito por Kayky Sanches, e também por Rodrigo Brandão, dono do Bar da 14, é referente a atuação policial, que também mudou com relação a segurança do local após a desinterdição.

"Temos alvará de funcionamento expedido pela [Secretaria Municipale Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano] Semadur, mas mesmo assim, estamos sendo intimidados pela polícia o tempo todo, tacando spray de pimenta em gerentes e nos clientes, estamos sendo constantemente ameaçados e abordados", declarou  Brandão.

Kayky Sanches também informou que esta ação policial excessiva contra os bares não estava ocorrendo quando havia a interdição na 14 de julho. 

"A principal briga agora é com a própria polícia, quando teve o fechamento da rua, ficou um mar da rosas com a polícia, tínhamos até um grupo com a própria PM, mas quando voltou como era antes, esses conflitos voltaram a acontecer", contou.

Procurada pelo Correio do Estado, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Mato Grosso do Sul (Abrasel-MS), informou a reportagem que participa desde as primeiras discussões sobre a criação do corredor gastronômico na Rua 14 de Julho.

"A entidade entende que o corredor gastronômico vai além do fechamento da rua no período noturno, pois o efeito de aumento de público tende a ser apenas momentâneo, e acaba por não fomentar o setor de bares e restaurantes. Para a entidade, o poder público deveria estimular a abertura de estabelecimentos com culinária variada, tendo participação direta com serviços de segurança, limpeza, saúde, entre outros", declarou em nota.

A Abrasel ainda se diz aberta para a discussão com o poder público, propondo em organizar reuniões com empresários do setor que tenham interesse em investir no local.

AMBULANTES

Segundo os proprietários de bares na 14 de julho, o maior problema que surgiu com a interdição, sendo este um dos grandes motivos para o pedido de retirada deste medida, foi o surgimento de ambulantes no comercio noturno da rua, que causou um prejuízo para os empresários com a competitividade injusta nos preços das bebidas.

"Os ambulantes estão aqui, sem pagar impostos, sem alvará, sem pagar nada, usam a energia do poste de luz e a polícia vem aqui e não fiscaliza isso. A nossa venda caiu de 30 a 50% por conta da vinda dos vendedores ambulantes, a gente que trabalha aqui normalmente, dentro da lei, sofre o prejuízo", informou Rodrigo.

"Depois que a prefeitura divulgou o fechamento da rua, se tornou um carnaval de ambulantes aqui, com isso o faturamento dos bares caiu estratosfericamente", disse Kayky.

14 DE JULHO ATIVA

Ambos os comerciantes ouvidos na reportagem enfatizaram o beneficio do movimento do comercio de bares e restaurantes que deu vida novamente a atividade comercial ativa na 14 de julho, no período noturno.

Pelo menos 15 comercios ficam abertos à noite na rua durante o decorrer da semana, empregando em média 10 trabalhadores no setor.

Em apenas um bar, existe o fluxo de 25 artistas semanalmente que tocam no estabelecimento, movimentando a economia e cultura.

"Nos não estamos apenas fomentando os jovens, os hoteleiros também nos disseram que ajudamos a aumentar o fluxo de hóspedes. A gente está tentando trazer vida para o centro, está 14 era morta, os prédios estavam abandonados, estamos trazendo vida noturna e gastronomia para a 14 de julho", descreveu Brandão.

A reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande para falar sobre o lixo e a fiscalização, mas não0 obteve retorno. A Polícia Militar também foi procurada e não se manifestou até o fechamento desta edição.

Saiba

A instituição de Corredor Gastronômico Turístico e Cultural na Rua 14 de Julho será discutida em audiência pública na Câmara Municipal na próxima sexta-feira (1º de novembro), às 9h no plenário Oliva Enciso da Casa de Leis.

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Campo Grande

Vereadores iniciam debate sobre o Corredor Gastronômico na 14 de julho

Durante a audiência na manhã de hoje, houve discussão entre sociedade, empresários e associações para analisar os desafios que o projeto pode trazer aos moradores da região

01/11/2024 14h30

Em meados do mês de agosto a Prefeitura de Campo Grande determinou o fechamento da rua durante os fins de semana, em um plano visando expansão noturna

Em meados do mês de agosto a Prefeitura de Campo Grande determinou o fechamento da rua durante os fins de semana, em um plano visando expansão noturna Reprodução/Tero Queiroz/TeatrineTV

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Os vereadores que integram a Comissão Permanente de Cultura da Câmara Municipal de Campo Grande se reuniram na manhã de hoje (1º) em uma audiência pública para discutir o projeto do Corredor Gastronômico da Rua 14 de Julho. Encabeçado pelo vereador Ronilço Guerreiro, o debate reuniu empresários e representantes do poder público com o objetivo de analisar os desafios que o projeto pode trazer aos moradores da região.

Nos últimos meses, a via ganhou mais vida com a presença dos jovens na vida noturna, que passaram a frequentar a Rua 14 de Julho, animando os comerciantes da região. No entanto, o local, após algumas semanas, tornou-se alvo de polêmicas devido à superlotação, aos vendedores ambulantes e ao acúmulo de lixo na via pública. Isso levou os setores de segurança de Campo Grande a reavaliarem o fechamento da rua.

Durante a discussão sobre a criação do Corredor Gastronômico, a vice-presidente da Associação de Empresários e Comerciantes da Região Central, Rosane Nely de Lima, afirmou que os empresários são totalmente a favor do projeto, mas que há pontos que precisam ser organizados, como as atividades dos vendedores ambulantes.

"Os comerciantes da região central apoiam fortemente o Corredor, mas temos questões que precisamos organizar, como, por exemplo, a presença dos ambulantes. Somos totalmente contra a atuação dos ambulantes na região central. O empresário e o comerciante pagam todos os seus impostos, o que está incluído no preço das mercadorias. Enquanto isso, o ambulante fica na porta deles vendendo a metade do preço”, reclamou Rosane Nely de Lima, vice-presidente da Associação de Empresários e Comerciantes da Região Central.

Em setembro, a associação divulgou uma nota expressando insatisfação com a presença frequente de ambulantes na região. Segundo eles, a redução do consumo nos bares tem dificultado o pagamento das atrações musicais, que são um grande atrativo e trazidos ainda mais públicos.

Em contraste com a associação, o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila, afirmou que é preciso oferecer condições aos ambulantes para que, no futuro, possam ter o próprio negócio.

“Quando falamos que somos contra o ambulante, isso me preocupa. Somos contra a ilegalidade. Precisamos regularizar todos que desejam comercializar algo. Oferecer condições para que, no futuro, possam se tornar donos de um estabelecimento. Não podemos excluir essas pessoas, mas precisamos dar dignidade. Que esse pequeno ambulante possa regularizar sua situação e obter um CNPJ”, defendeu.

Durante sua fala, o vereador Ronilson Guerreiro afirmou que o debate é válido e que a prefeitura precisa garantir uma estrutura adequada para que a população frequente a região, que possa se tornar uma referência cultural em Campo Grande.

“A criação do Corredor Cultural e Gastronômico é um passo fundamental para transformar a Rua 14 de Julho em um local de referência cultural e de lazer, e os resultados já estão começando a aparecer. É um desafio, mas discutir precisamos das melhores maneiras de fomentar a região e encontrar soluções para problemas existentes, como banheiros, organização do trânsito, apoio ao comércio e melhorias que beneficiem tanto os comerciantes quanto a população”, afirmou.

Ambulantes também mostram sua insatisfação 

Durante a audiência pública, os vereadores também deram espaço aos ambulantes para que expressassem suas opiniões sobre a criação do Corredor Gastronômico da Rua 14 de Julho.

Foi o caso do ambulante Matheus Lima, que relatou aos vereadores ter procurado a prefeitura diversas vezes, mas não obteve solução para realizar o cadastro.

"Ninguém consegue me regularizar. Fui informado de que, em Campo Grande, não há nenhuma norma que regulamente a atuação dos ambulantes. Sou MEI, contribuo com o governo e, com esse imposto recolhido, por que não posso exercer minha função? Meu espetinho fica em frente ao meu apartamento. Na verdade, a situação foi confirmada do controle; há muitos ambulantes, e entendo que isso impacta financeiramente meus colegas”, ponderou.

O fechamento da Rua 14 de Julho também foi pautado durante a audiência. Segundo a secretária municipal de Cultura e Turismo, Mara Gurgel, essa solicitação partiu dos próprios comerciantes. No entanto, a prefeitura viu que, dessa forma, seria necessário oferecer mais estrutura para garantir a segurança dos frequentadores do local.

“A própria população pediu que o fechamento da Rua 14 de Julho continuasse, mas precisamos ser responsáveis. Percebemos que o fechamento triplicou o número de frequentadores, ou até mais, um público que não conseguiríamos atender. Em resposta a isso, os comerciantes locais solicitaram a reabertura da Rua 14 de Julho, e nós atendemos a esse pedido. O fechamento não foi planejado inicialmente no projeto; ele foi implementado em resposta à demanda dos comerciantes locais. Essa demanda, que era muito grande, acabou atrapalhando tanto os comerciantes quanto a própria prefeitura, pois impactou fortemente a situação, exigindo uma estrutura muito maior de nossa parte”, apontou. 

 

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2 de novembro

Confira o que abre e o que fecha no feriado de Dia de Finados

Celebrado no dia 2 de novembro, o feriado de Finados neste ano cairá em um sábado

01/11/2024 13h00

Comércio não está autorizado a abrir no feriado de Finados

Comércio não está autorizado a abrir no feriado de Finados Foto: Arquivo

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Neste sábado, 2 de novembro, é celebrado o Dia de Finados. A data é feriado nacional e, neste ano, irá cair em um sábado.

Por se tratar de fim de semana, já há vários serviços que não funcionam, mas há também alguns estabelecimentos que terão horário de funcionamento alterado em razão da data.

Confira o que abre e o que fecha:

Supermercados

Os supermercados e hipermercados abrirão normalmente no feriado.

Comércio

O comércio de Campo Grande não poderá abrir no Dia de Finados, conforme consta em Convenção Coletiva de Trabalho.

Mercadão Municipal

O Mercadão Municipal irá abrir das 6h30 ao meio-dia.

Shoppings

  • Campo Grande

O Shopping Campo Grande estará com estrutura disponível para as lojas operaram, mas a abertura e horário de funcionamento está a critério dos lojistas.

  • Norte Sul Plaza

O horário de funcionamento será apenas nas áreas de alimentação e lazer; demais lojas não abrem.

  • Bosque dos Ipês

No Bosque dos Ipês, praça de alimentação e lazer funcionam das 10h às 2h, enquanto as demais lojas não abrem.

  • Pátio Central

Não haverá funcionamento do Pátio Central Shopping no feriado.

Feira Central

A Feira Central abrirá normalmente, a partir do meio-dia para almoço.

Bancos

As agências bancárias não abrirão no feriado, funcionando apenas os terminais de autoatendimento.

Unidades de saúde

Hospitais, Unidades de Pronto Atendimento, Centros Regionais de Saúde 24 horas irão funcionar normalmente em regime de plantão.

Judiciário

No Judiciário, apenas o plantão judicial estará em funcionamento para os casos considerados urgentes, como mandados de segurança, habeas corpus, requerimento de realização de corpo de delito, ação cautelar de busca e apreensão e aqueles que exijam providência imediata.

Órgãos Públicos

Não haverá expediente nas repartições públicas municipais e estaduais em Campo Grande.

A exceção fica por conta dos serviços considerados essenciais, como saúde e segurança, que funcionarão em escala de plantão.

Lotéricas

As casas lotéricas não devem abrir, pois não há sorteio de loterias no feriado.

Detran

As agências do Detran de Mato Grosso do Sul não irão funcionar no feriado.

Correios

Não haverá funcionamento das agências de Campo Grande no dia 2 de novembro.

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