Cidades

EDUCAÇÃO

Dez mil brasileiros estudam Medicina em Pedro Juan Caballero

Oito universidades oferecem curso, com mensalidade a R$ 700

Jones Mário

17/09/2018 - 06h00
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Facilidade de acesso e mensalidade até dez vezes mais barata atraem pelo menos 10 mil brasileiros que hoje estudam Medicina em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Com a demanda crescente, novas instituições de ensino se preparam para se instalar na cidade – que fica na divisa com Ponta Porã, no Brasil –, enquanto universidades já estabelecidas ampliam suas unidades.

O alto investimento necessário para estudar Medicina em faculdades particulares brasileiras, aliado à concorrência grande dos processos seletivos em universidades públicas do País, ajudou a popularizar a alternativa paraguaia.

Thaís dos Santos, 22 anos, está a 1,5 mil quilômetros da cidade natal, a pequena Felixlândia (MG), de 15 mil habitantes, para realizar o sonho de se tornar médica. A mineira conta que a mensalidade durante o primeiro semestre pela Universidad Politécnica y Artística del Paraguay (Upap) custa 1 milhão de guaranis – aproximadamente R$ 700. “Uma das vantagens é que não tem vestibular. A gente passa por um curso de nivelação, apenas”.

O curso de Medicina foi o mais disputado do vestibular 2018 da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), instituição pública, com 144 candidatos por vaga.

Calouros, Thaís e três colegas recebiam o tradicional “trote” em Ponta Porã, vizinha a Pedro Juan, pedindo moedas para motoristas em um semáforo da Avenida Brasil. Dejivane de Melo Dias, 21, e Jean Carlo Archeman, 25, percorreram os quase mil quilômetros que separam Sertãozinho (SP) da fronteira com o Paraguai para estudar Medicina. Já Vanessa Moraes, 22, rodou 1,4 mil quilômetros desde Brasília (DF).

“Na minha cidade, eu pagaria no mínimo R$ 8 mil por mês. E aqui em Pedro Juan o ensino é muito bom, de qualidade”, discorre a brasiliense. Segundo ela, a maioria dos colegas de classe também são brasileiros.

De acordo com o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2017, elaborado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), a mensalidade do curso de Medicina custa, em média, R$ 6,2 mil. O valor é quase três vezes superior à segunda graduação mais cara, Odontologia (R$ 2,1 mil).

EXPANSÃO

Natália Scremin, 28, e Lorena Guimarães, 24, são de Campo Grande e estão no primeiro ano de Medicina pela Universidad del Pacífico. Milena Beatriz Almeida, 19, de Presidente Prudente (SP), também.
Para as três, a maior dificuldade está em acompanhar o nível de exigência do curso. “Os professores são paraguaios, cubanos, mas a língua diferente não chega a atrapalhar”, destaca Natália.

A Universidad del Pacífico está perto de inaugurar seu terceiro campus na capital do departamento de Amambay. A instituição finaliza a construção de um edifício de 13 mil metros quadrados, situado na saída de Ponta Porã para Antônio João, do lado paraguaio da fronteira. O prédio contará com laboratórios e dez salas de aula capazes de comportar 520 estudantes.

A Câmara de Indústria, Comércio e Turismo de Pedro Juan estima que a quantidade de estudantes brasileiros de Medicina seja de aproximadamente 10 mil. Segundo o órgão, a Universidad Católica Nuestra Señora de la Asunción e a Universidad Columbia del Paraguay terminam as tratativas para ampliar a oferta na cidade.

CONTROLE

Hoje, oito instituições de ensino formam médicos no município paraguaio. O número supera Campo Grande, onde somente a Uniderp, a UFMS e a Uems têm a graduação.

De acordo com o governador do departamento de Amambay, Ronald Acevedo, a maior fatia dos estudantes mora em Ponta Porã, mas o lado paraguaio se estrutura para poder alojar os brasileiros.

“Para a gente, é uma injeção econômica muito grande. Não somente para Pedro Juan, mas também para Ponta Porã. Tem mais estudante morando em Ponta Porã do que aqui. A gente ainda não tem estrutura para abrigar esses estudantes. Não temos casas, apartamentos para alugar. Estamos construindo”, disse.

A qualidade dos cursos também preocupa Acevedo. “Como governantes, a gente está em cima deles também. De repente, cresceu muito [o número de cursos de Medicina] e cresceu desordenadamente. Tem muita universidade que está abrindo. A gente quer oferecer uma educação para que o estudante que vem estudar aqui tenha a certeza de que reuniu as condições para que o governo brasileiro reconheça seu diploma”, defende.

 

EXÉRCITO BRASILEIRO

Exército quer ter 20% de militares mulheres até 2035

No primeiro ano de alistamento militar feminino, foram 478 mulheres inscritas para disputarem 99 vagas

22/04/2025 17h30

General de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha

General de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha FOTO: Gerson Oliveira

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Nesta terça-feira (22), durante um Encontro Institucional realizado no Comando Militar do Oeste -(CMO), o General de Exército Richard Fernandez Nunes, Chefe do Estado-Maior do Exército (Ch EME), afirmou que até 2035, a expetativa é que pelo menos 20% dos militares brasileiros seja composto por mulheres.

A informação foi confirmada pelo chefe do Comando Conjunto do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Oeste (CCOp/CMO), general de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha, que lembrou que, esse ano foi o primeiro no qual mulheres puderam de alistar voluntariamente ao serviço militar em Mato Grosso do Sul.

Conforme Baganha, até o momento foram 478 mulheres inscritas para disputarem 99 vagas, que serão distribuídas entre a base de administração e apoio, o Colégio Militar e o Hospital Militar de Campo Grande, o que representa uma disputa de quatro mulheres por vaga. “Haverá um processo seletivo para a escolha de quem assumirá essas vagas, e dentro daquela previsão para 2035, as selecionadas vão começar a servir com a gente a partir de 2026. São quase 500 inscritas e esse número só tende a aumentar a cada ano”, disse.

Na ocasião, o general do CMO também falou da integração do Exército Brasileiro com outras forças de segurança estadual no combate ao crime transfronteiriço. “Nós temos uma facilidade de comunicação e de atuação, inclusive cedendo meios para que a segurança pública utilize, fazendo parte do uso da infraestrutura que eles têm, da capilaridade que nós temos e a logística que nós temos. Claro que há sempre espaço para melhorias e esse é o nosso trabalho, procurar estreitar relacionamentos”, salientou.

Durante a reunião, Baganha disse ainda que, uma das prioridades para o Exército de Mato Grosso do Sul é concluir a base do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira - (SISFRON), que objetiva proporcionar ao Exército Brasileiro os meios necessários de monitoramento e controle para operação na faixa de fronteira terrestre brasileira, e destina-se ao sensoriamento, ao apoio às operações e à decisão, a fim de permitir a atuação de forma efetiva nas áreas de fronteira da Amazônia, do Centro-Oeste e do Sul.

Sendo assim, o sistema coopera, dessa maneira, para a segurança, a redução de ilícitos transfronteiriços, a preservação ambiental, a proteção de comunidades indígenas e a obtenção do efeito dissuasório, por meio da utilização da capacidade operacional do Exército Brasileiro, na selva e em outros ambientes do País, isoladamente ou em conjunto com outros órgãos governamentais.

General de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha

Também presente no encontro, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel parabenizou o Exército pelo trabalho executado e apresentado, e salientou a importância desse trabalho para a segurança pública social. “A segurança pública faz parte de um item que muito importante, que gera emprego, renda, desenvolvimento para o Estado, e ainda tem essa capacidade de dar tranquilidade ao investidor e é fator decisório para que investidores venham para cá. O Exército coloca todas essas ações aqui e é um grande aliado do Mato Grosso do Sul”, afirmou em discurso.

Mobilização

Paralisação nacional deixará escolas municipais e estaduais sem aula nesta quarta-feira

A ação foi convocada pela CNTE e faz parte da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública.

22/04/2025 17h03

Paralisação nacional deixará escolas municipais e estaduais sem aula nesta quarta-feira

Paralisação nacional deixará escolas municipais e estaduais sem aula nesta quarta-feira Foto: Divulgação / Governo de MS

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Os professores e trabalhadores da rede municipal e estadual de Campo Grande irão aderir ao Dia Nacional da Paralisação, uma ação convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), como parte da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública. 

A decisão foi tomada hoje (22) em assembleias com a participação da Federação dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) e do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), onde oficializaram a adesão ao movimento. 

Com isso, as escolas da rede municipal e estadual da Capital e de outros municípios de Mato Grosso do Sul não terão aula nesta quarta-feira (23), data da paralisação. 

O movimento tem o apoio de várias entidades e é uma “resposta aos ataques sofridos pela educação pública brasileira e um chamado à valorização urgente para quem faz a educação acontecer”, segundo o CPERS, o sindicato de professores do Rio Grande do Sul, um dos apoiadores do ato. 

Convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o movimento reunirá professores, funcionários, especialistas e demais trabalhadores da educação pública em atos por todo o Brasil. 

Entre as pautas defendidas estão a realização de concurso público para o ingresso de profissionais, o cumprimento do Piso Nacional do Magistério, revisão dos salários em 12,14% para todos os segmentos da educação pública, revogação da alíquota previdenciária de 14% para aposentados, melhores condições de trabalho, entre outras. 

Em Campo Grande, a mobilização será na Praça do Rádio Clube a partir das 9h e sairá em passeata pelas ruas centrais da cidade no dia 23. Além da passeata, a semana será marcada por debates e palestras sobre assuntos que, segundo a FETEMS, “se alastram pelo país e o mundo e que precisam ser enfrentados com contundência pelos setores progressistas da sociedade”, falando sobre a privatização das escolas públicas. 

Após a mobilização, às 14h, a FETEMS promove uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), em parceria com os deputados Estaduais Pedro Kemp e Gleice Jane, do PT, onde será debatido o Projeto de Lei 2614/2024, que institui o Plano Nacional de Educação (PNE), que, quando aprovado, terá validade de 10 anos a partir de 2025. Além do debate, também haverá uma palestra ministrada pela Professora Andréia Militão, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). 
 

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