Cidades

Preservação

Diretrizes sobre o meio ambiente precisam ser colocadas em prática

Presidente de conselho municipal afirmou que o Plano Diretor trouxe políticas para o setor que ainda não foram implementadas

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O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental trouxe, entre vários pontos, ferramentas para assegurar que o crescimento de Campo Grande esteja alinhado com a preservação do meio ambiente. Porém, segundo a presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente da Capital, Rosângela Maria Rocha Gimenez, algumas medidas ainda precisam ser implementadas.

“O que mais nós temos necessidade de implementação é de um instrumento que, na verdade, já existe. Em 2018, foi publicado o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental do Município de Campo Grande. A necessidade que eu sinto hoje é, de fato, da efetivação dessas diretrizes, dos instrumentos que o Plano Diretor trouxe. Seis anos se passaram e algumas coisas ainda não estão sendo aplicadas na prática aqui em Campo Grande”, declarou Rosângela.

Segundo Rosângela, várias ferramentas foram criadas com a legislação, que, apesar de ter seu texto estabelecido em 2018, entrou em vigor apenas em agosto de 2019. Entre as ferramentas no plano, a especialista em Direito Ambiental cita o índice de relevância ambiental, o Sistema Municipal de Licenciamento e Controle Ambiental (Silam) e o zoneamento ecológico-econômico (ZEE).

“Uma das inovações foi o índice de relevância ambiental, que trata da retenção da água dentro do espaço, e isso ajudaria em todas as outras questões com relação à drenagem, que é um grande gargalo aqui na nossa cidade”, disse. 

“O Plano Diretor também trouxe o Silam, que é o sistema de licenciamento ambiental do município de Campo Grande, que, enquanto instrumento, visa à prevenção e à precaução, focando principalmente no licenciamento ambiental, que é você prever os principais impactos daquele empreendimento, daquela atividade, e tentar minimizar isso quando em plena operação”, afirmou.

“Também foi criado o ZEE, que delimita os nossos espaços, zonas especialmente protegidas e zonas ambientais, e que nós precisamos efetivá-las e aumentá-las. Dentro desse ZEE, nós temos os espaços verdes, temos as praças e temos também os espaços que estão sendo tratados também com relação à questão da drenagem”, continuou. 

“Inclusive, a questão de praças e de espaços verdes, nós temos alguns abandonados e que nós temos informação de que são espaços que a população usa, inclusive, para o cometimento de crimes, aí falando da questão de segurança”, completou a presidente do conselho.

Outro ponto que, conforme Rosângela, não foi completamente colocado em ação tem relação com as mudanças climáticas, assunto amplamente discutido no mundo inteiro e em Mato Grosso do Sul principalmente, por conta do Pantanal, que este ano tem sofrido com os incêndios florestais.

“Mudanças climáticas são um assunto que vem sendo intensificado há pouco tempo. Campo Grande já tem o comitê de combate e estratégias com relação às mudanças climáticas e precisa da implementação dos seus instrumentos”, avaliou.

FISCALIZAÇÃO

A partir da legislação, faz-se necessária uma fiscalização para garantir seu cumprimento. Porém, a presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente salienta que, em Campo Grande, tem sido pouco eficaz essa mão pesada do poder público.

“Nós precisamos de uma fiscalização ambiental mais intensa em Campo Grande. Nós temos aí, por exemplo, uma questão do fogo nos terrenos baldios, nessa época que a gente sabe o quanto custa para a saúde pública. Só que a gente não sente a fiscalização, a mão pesada, a ostensividade do poder público em unir essas questões. E, infelizmente, a nossa população ainda muda o seu comportamento somente depois que é punida”, declarou Rosângela.

Matéria do Correio do Estado de julho deste ano mostrou que, até o dia 29 do mês passado, 670 queimadas urbanas foram registradas em Campo Grande, segundo levantamento do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS), uma média de 3,1 incêndios diários. 

Não há informações, por parte dos bombeiros, se em algum desses casos houve autuação do responsável.

CIDADE VERDE

Campo Grande foi reconhecida neste ano, pelo quinto ano consecutivo, como uma Tree City of the World” (em tradução livre, “Cidade Árvore do Mundo”). O título é dado pela fundação norte-americana Arbor Day Foundation e a Organização pela Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (FAO).

Para obter o título, as cidades devem realizar inscrição e atender a uma série de requisitos do programa, que consiste em arborização urbana, sistema de parques e áreas verdes, áreas de preservação permanente, remanescentes de vegetação nativa, bosques e formações de maciços vegetais secundários.

Entretanto, para Rosângela, apesar do reconhecimento de forma consecutiva, a Capital ainda precisa se preocupar com suas áreas verdes fora da região central.

“Campo Grande foi cinco vezes certificadas como cidade árvore mundialmente. Só que onde estão essas árvores? Nós temos que esse programa é voltado muito para a região do Centro. Como estão as árvores, a arborização dos bairros mais longe do Centro, da periferia, da Moreninha, do Nova Lima, enfim, dos pontos mais distantes de Campo Grande? Como está sendo tratada essa questão da arborização?”, questionou.

POLUIÇÃO

Relatório feito pela Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ,com dados colhidos entre maio de 2021 e dezembro de 2022, sobre a poluição indica piora na qualidade do ar, principalmente entre agosto e setembro.

A principal causa dessa situação, conforme o documento, está relacionada ao fluxo de veículos. Na maior parte do ano, a qualidade do ar é classificada como boa, mas as condições consideradas moderadas, ruins e muito ruins são registradas nos meses mais secos.

Este ano, como demonstrou o Correio do Estado em reportagem, o início de agosto registrou a pior qualidade do ar desde março de 2021, quando a estação de monitoramento entrou em funcionamento na UFMS.

Por causa disso, a presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente prega que algo mais efetivo seja feito.

“Nós temos aí o plano de descarbonização, nós temos também o PCPV, que é o Plano de Controle de Poluição Veicular. Há um tempo, eu comecei a residir em Campo Grande. Em 1997, nós não tínhamos problemas com trânsito nem com fumaça oriunda de veículos. Hoje, nós já temos regiões em que os estudos indicam que isso precisa ser tratado de uma forma diferente, que já estamos tendo poluição de uma forma que atinge a saúde humana”, explicou.

Para que todas essas medidas sejam efetivamente postas em prática, Rosângela afirma que também é necessário que haja uma participação da sociedade.

“Um outro ponto importante, seria a participação popular na gestão ambiental. Eu, enquanto representante da Ordem dos Advogados do Brasil no Conselho Municipal de Meio Ambiente, tenho a missão de compatibilizar a sociedade civil organizada com a gestão municipal. Não se faz política ambiental sozinha. Nós precisamos de todos. Não dá para a gente pensar somente na atuação do município. Nós precisamos pensar que tudo que reflete no meio ambiente nasce da necessidade humana”, finalizou.

Influenza

Mesmo com hospitais lotados, procura pela vacina é baixa em Campo Grande

Prefeitura monta força-tarefa para desafogar atendimentos nas UPAS

02/04/2025 14h00

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Na tentativa de frear o número de internações, evitar o colapso na saúde municipal, e elevar a cobertura vacinal contra a Influenza, a Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizou nesta quarta-feira (2), a 1ª reunião do Centro de Operações de Emergências de Saúde Pública (COE).

O debate abordou os temas de aumento dos Casos de Vírus Respiratórios, tanto em crianças quanto em adultos, reflexo da sobrecarga enfrentada pelas unidades de urgência e emergência no município. 

A reunião contou com a presença da prefeita Adriane Lopes, a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, além de autoridades da área da saúde de Campo Grande, representantes do Conselho Municipal de Saúde, Ministério Público e Defensoria Estadual, e alertou para a importância da cobertura vacinal contra a Influenza, na capital, atualmente em 6%.

Iniciada no último dia 27, com a distribuição de 25.300 doses para as 74 unidades de saúde do município, a administração municipal imunizou apenas 18.122 pessoas até o momento. 

“Quero dizer a todos que estamos vendo a importância de se vacinar as crianças e os idosos neste primeiro momento para diminuir o número da incidência de vírus e das doenças respiratórias na capital.”, destacou a prefeita Adriane Lopes.  

Com 562 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) em 2025, a secretaria municipal de saúde alerta que, apesar da queda de 44% em relação ao número de casos registrados em relação ao ano passado, a “virulência” dos casos deste ano é representativamente maior.

“O ano passado nós vimos um aumento na gravidade, principalmente sobre a Influenza A. Esperamos que isso não ocorra, mas se ocorrer, crianças podem apresentar uma gravidade maior”, destacou a secretária. 

Outro ponto abordado pela prefeitura foi a ampliação de profissionais dentro das unidades de saúde, que atualmente contam com 36  equipes volantes, formadas especificamente para desafogar a superlotação das unidades de saúde, que apesar de atenderem em média 3,6 mil pessoas, já assistiram 5 mil por dia. 

Leitos

O déficit de leitos na capital também é outro ponto crítico da administração. Neste momento, são 1,3 mil leitos ocupados, e a fila de espera por um ponto de internação é de 213 pessoas, sendo 195 adultos e 18 crianças, entre pacientes da capital e do interior do Estado. 

“Nós temos déficit de leitos, nós estamos numa emergência de vírus respiratórios que causa as doenças respiratórias e continuamos com o problema. Hoje nós temos aproximadamente 1.300 leitos, eles estão todos ocupados, aí vem aquela história das filas das cirurgias eletivas, além de nossa capital também registra muitos acidentes”, disse a titular da Sesau, que afirmou que, neste momento, 80% da superlotação das Unidades de Pronto Atendimento são casos que poderiam ser resolvidos via Pronto-Socorro. 

Proteção 

A prefeita frisou que outro ponto em debate é a criação de uma espécie de ronda nas UPAS, sobretudo para garantir a segurança dos pacientes. “Assim como criamos a ronda escolar, estamos em fase de licitação para que o médico possa acionar através de seu celular, um  aplicativo que permita a Guarda Municipal chegar na unidade de saúde em torno de dois, três minutos.  O município contratou 56 médicos na última semana, todos devem assumir postos de trabalho já nos próximos dias.

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OPORTUNIDADE

Bioparque abre processo seletivo com 23 vagas e salários de mais de R$ 5 mil

As vagas são para quem possui ensino médio, técnico e superior

02/04/2025 13h20

Bioparque Pantanal, maior aquário de água doce do mundo, localizado nos altos da Avenida Afonso Pena

Bioparque Pantanal, maior aquário de água doce do mundo, localizado nos altos da Avenida Afonso Pena FOTO: GERSON OLIVEIRA

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Nesta quarta-feira (02), foi publicado no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, o processo seletivo simplificado de contratação temporária para o Bioparque Pantanal.

Foram divulgadas 23 vagas no total, sendo 15 para atendente de visitante/ condutor, seis vagas para gestor de atividades ambientais e duas vagas para técnico de atividades ambientais.

Para o cargo de atendente de visitante/condutor, requisito básico é de nível superior completo em Turismo ou Biologia. Para essa função, cinco vagas são para pessoas bilíngues. Neste caso, além da formação, é necessário ter fluência em uma segunda língua, espanhol ou inglês. O salário é de R$ 5 mil para a primeira oportunidade e R$ 5.500,00 para vaga bilíngue.

Já para o cargo de gestor de atividades ambientais, é necessário ter formação em Ciências Biológicas, Medicina Veterinária, Zootecnia ou Engenharia de Aquicultura, com inscrição no registro no respectivo conselho de classe. O salário é de R$ 5 mil.

Por último, o edital prevê duas vagas para técnico de atividades ambientaiss com salário de R$ 3.232,82. O requisito para o cargo é ensino médio e curso de auxiliar de veterinária ou técnico profissionalizante de técnico em agropecuária, meio ambiente ou técnico agrícola.

Todas a vagas têm jornada de 40 horas semanais. Os interessados devem acessar o site do E-CONCURSO MS, através do endereço www.econcursoms.ms.gov.br, e acessar a área do candidato.

ANIVERSÁRIO

Na semana passada, dia 28 de março, o Bioparque Pantanal, maior aquário de água doce do mundo, comemorou três anos de inauguração.

O complexo foi inaugurado em 28 de março de 2022 e aberto o público em 2 de maio de 2022, após 11 anos em obras.

De acordo com dados divulgados pela assessoria de comunicação, em três anos, o complexo abrigou 458 espécies, sendo 80 reproduzidas no local, entre elas, algumas ameaçadas de extinção e outras que não podem mais ser reinseridas na natureza.

Em 13 de dezembro de 2024, o local celebrou a marca de um milhão de visitantes. Até a data citada, o local havia recebido turistas de mais de 3,5 mil municípios, 27 estados brasileiros e 120 países.

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