A duplicação do Anel Viário da BR-163 em Campo Grande começou a sair do papel nesta semana, com o início das obras nas imediações do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) – na saída para São Paulo e na saída para Cuiabá, a 20 quilômetros da área urbana.
O trecho fica a poucos quilômetros do início do perímetro urbano da Capital, região onde há a promessa de duplicação, em função do grande fluxo de veículos.
A obra faz parte do novo contrato entre a antiga CCR, atual Motiva, e o governo federal para retomar os investimentos na rodovia, que será assinado em agosto, porém, as intervenções já tiveram início.
Este trecho entrou em obras duas semanas depois de iniciada a implantação de terceira faixa no extremo-sul do Estado e é considerado um dos mais críticos, já que fica próximo ao Anel Viário da Capital.
A autorização para a concessionária iniciar as obras de duplicação da rodovia entre o km 454,5 e o km 460, o que corresponde a uma extensão de 5,5 km, foi publicada ontem no Diário Oficial da União pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Por conta da autorização da ANTT, a duplicação referente a esta primeira autorização começou nas imediações do posto da PRF (km 454,5) e terminará próximo a um radar de controle de velocidade instalado perto da unidade dois do Posto Platinão.
Os 5,5 km de agora são somente a parte inicial da duplicação que está prevista entre Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes, incluindo os 25 km do Anel Viário da Capital (km 466 até o km 491).
Conforme o edital, a empresa tem cinco anos para concluir a duplicação do Anel Viário, que corresponde a pouco mais de 3% dos 847 km da rodovia e que concentra quase 20% dos acidentes e mortes.
Conforme analisado pela reportagem do Correio do Estado, os trabalhos na região próxima ao km 454 se resumem à supressão de parte da vegetação no lado direito da rodovia (sentido Campo Grande-Dourados).
Ontem ainda não havia presença de máquinas e as árvores maiores também não tinham sido retiradas. Porém, a previsão é de que os equipamentos cheguem ao local ainda nesta semana.
Além da duplicação, a ANTT definiu que na região deve ser construída uma rotatória alongada de acesso ao Posto Platinão e regularizada uma série de acessos a empresas e à colônia de férias, na região conhecida como Chácara das Mansões.
Na saída para Cuiabá, a 20 km do Shopping Bosque dos Ipês, está prevista outra frente de obras, de 1,7 km de duplicação e construção de uma rotatória no km 511. A nova duplicação acontecerá próximo do local onde a rodovia já tem um trecho de pista dupla.
As obras já fazem parte do novo contrato de concessão, cujo leilão ocorreu no dia 22 de maio e tem previsão para assinatura de contrato em agosto. No total, a Motiva, que continuará sendo chamada de MSVia no Estado, terá de investir R$ 16,5 bilhões ao longo dos 29 anos de concessão.
Inicialmente, conforme o edital, terão de ser duplicados 203 km da rodovia. Porém, se houver aumento no fluxo de veículos, novas duplicações terão de ser feitas.
Além das duplicações, o contrato inicial prevê a construção de 147 km de faixas adicionais, 29 km de contornos urbanos e 29 km de vias marginais em áreas urbanas.
Cidades como Mundo Novo, Itaquiraí e Eldorado, por exemplo, ficarão livres do tráfego de caminhões, já que está prevista a construção de contorno rodoviário. Próximo a Dourados, na Vila São Pedro e na Vila Vargas, também terá de ser construído um contorno, mas em pista duplicada.
EM OBRAS
As obras de instalação de terceira faixa tiveram início no começo deste mês, próximo a Mundo Novo, região com intenso fluxo de turistas paranaenses com destino às lojas na cidade paraguaia de Salto del Guairá.
Naquela região, segundo a assessoria da Motiva, as obras estão na fase de terraplanagem e devem ser as primeiras do novo contrato a serem entregues. Inicialmente, estão sendo instaladas terceiras faixas próximo a Mundo novo e nas imediações de Itaquiraí.
O Correio do Estado buscou saber sobre o cronograma da duplicação em Campo Grande, porém, a assessoria da Motiva não respondeu até o fechamento desta edição.
HISTÓRICO
A concessionária controla a BR-163 desde 2014. O contrato inicial previa a duplicação dos 847 km, de Mundo Novo a Sonora. Porém, depois de duplicar 150 km e receber autorização para cobrar pedágio, os investimentos pararam em 2017, apesar de a cobrança de pedágio continuar até hoje.
A empresa alegou que estava operando no vermelho e tentou devolver a rodovia à União em 2019. Porém, uma longa negociação redefiniu as exigências e garantiu que a empresa terá aumento de 100% nos valores do pedágio assim que cumprir as principais exigências do novo contrato.
Carro ficou completamente destruído. Foto: divulgação


