Cidades

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Em 16 meses, PF apreendeu quase R$ 100 milhões de traficantes em MS

Montante representa valor em reais resgatado em operações e também bens materiais retidos vinculados a quadrilhas

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Entre 2021 e abril deste ano, a Polícia Federal (PF) de Mato Grosso do Sul conseguiu apreender valor que chega a quase R$ 100 milhões de quadrilhas ligadas ao tráfico internacional de drogas. O montante representa valores em dinheiro que estavam em contas bloqueadas e também imóveis e veículos usados pelos grupos.

Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Fabrício de Azevedo Carvalho, o trabalho da PF é voltado não só para as apreensões de drogas, mas para a investigação de onde vem a droga apreendida.

“Essas organizações visam o lucro, e o nosso papel é identificar o núcleo dessas organizações, que geralmente trabalham com lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial. Então, nosso trabalho é identificar isso e apreender todos esses bens, revertendo isso em favor da sociedade, fazendo leilões e, posteriormente, revertendo o valor para a União”, afirmou o delegado.

Em todo o ano de 2021 foram apreendidos R$ 86.009.002,76. Deste valor, só no primeiro quadrimestre foram R$ 16.461.419,00 em recursos retirados dessas quadrilhas ligadas ao tráfico de drogas.  

Neste ano, nos quatro primeiros meses, o montante chegou a R$ 9.375.491,34, ou seja, em 16 meses, entre 2021 e 2022, foram resgatados pela Polícia Federal R$ 95.384.494,04.

“Isso é resultado do trabalho investigativo. A gente costuma dizer: ‘Follow the money’ [siga o dinheiro, em inglês]. Não é uma investigação simples, é uma investigação complexa, então, é uma investigação que demanda várias diligências, várias fases investigativas para você identificar laranjas, contas de passagens, por isso, ela demanda um certo tempo para propiciar sequestro de bens, bloqueios de contas bancárias e prisão de pessoas investigadas”, explicou Carvalho.

E Mato Grosso do Sul se encontra em um ponto estratégico para o tráfico internacional de drogas: faz fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia. O primeiro país é um grande produtor de maconha, já o segundo é conhecido fabricante de cocaína.

Por isso, o Estado se tornou importante rota de entrada para o narcotráfico. Seja por solo ou pelo ar, nos últimos anos houve um aumento de apreensões de droga na região, principalmente de cocaína, substância de valor muito maior e que é vendida em quantidades muito menores que outros alucinógenos.

Só em relação à Polícia Federal de MS, as apreensões este ano dobraram em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2021 a corporação encontrou, de janeiro a abril, 1,46 tonelada de cocaína, este ano, em quatro meses, foram 3,86 toneladas.

Segundo o delegado, alguns fatores contribuíram para esse aumento nas apreensões, que vêm ocorrendo em todas as forças policiais de Mato Grosso do Sul. 

Entre elas, no caso da PF, está o aumento do efetivo na região, o que possibilitou o aumento das fiscalizações ostensivas e também do trabalho de inteligência, além de outras medidas.

“Nós temos um intercâmbio de informações muito importante, que facilita nossa atuação em território nacional. Destacaria também as nossas técnicas, que vêm se aperfeiçoando no decorrer dos anos. Assim como a criminalidade organizada, a polícia também sempre vem buscando estar um passo à frente, para que a gente possa, de uma certa forma, combater esse tipo de crime”, pontuou.

ECOAMENTO

Conforme o delegado da Polícia Federal, hoje existem três grandes produtores de cocaína: Colômbia, Peru e Bolívia. 

Para chegar ao Brasil, as organizações criminosas que trabalham com esse tipo de crime têm várias formas de transporte, mas uma delas vem encontrando maior dificuldade nos últimos anos.

Desde a instalação de três radares aéreos no Estados, em Ponta Porã, Corumbá e Porto Murtinho, esses grupos estão com mais dificuldade em trazer a droga por via aérea. Com isso, muitas rotas terrestres passaram a ser intensificadas.

“Quem produz na Bolívia é tranquilo internacionalizar para o Brasil, já é um país que faz fronteira. Mas Colômbia e Peru geralmente trazem essa droga para o Paraguai. Tem até organizações que trazem a droga da Bolívia para o Paraguai, e, de lá, eles escoam por diversas maneiras. Elas utilizam várias formas, tem quem usa modal aéreo e tenta burlar a fiscalização. [Mas] Corumbá, Porto Murtinho e Ponta Porã tem radares que monitoram o espaço aéreo, e as organizações têm tido uma certa dificuldade de internacionalizar essa droga no modal aéreo, não é que não ocorra, mas os radares têm atrapalhado um pouco essa logística aérea das organizações”, explicou Carvalho.

“O Paraguai não produz cocaína, então, ele é um país que serve de entreposto dessa droga produzida nesses três países. Organizações sediadas lá importam cocaína desses produtores e, a partir dali, realizam o escoamento das mais variadas formas – mula, em carro pequeno, caminhão ou moto”, complementou.

A Polícia Federal de MS também conta com o apoio da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai e, juntos, fazem a Operação Aliança. Também já houve projetos em conjunto com a Felcc, na Bolívia.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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