Cidades

CAMPO GRANDE

Em estado de abandono, prefeitura deverá recuperar Praça das Águas e Córrego Prosa

Área de preservação, localizada em frente ao Shopping Campo Grande, apresenta acumulo de lixo e árvores queimadas; prefeitura foi condenada a pagar R$ 150 mil por danos morais coletivos

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A Praça das Águas, área de preservação criada em 2007 para reduzir os impactos ambientais e também as enchentes na região da Avenida Afonso Pena, no trecho em frente ao Shopping Campo Grande, deverá passar por obras de recuperação por parte da Prefeitura Municipal da Capital. A reportagem do Correio do Estado esteve no local e constatou alguns pontos que mostram o descaso com o espaço público.

A determinação para a recuperação do local foi acolhida pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), que, por unanimidade, deram provimento aos argumentos apresentados na apelação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e agravou a condenação que já tinha sido imposta à Prefeitura para incluir a recuperação e o cuidado com a Praça das Águas e o Córrego Prosa.

A praça que se estende da Avenida Afonso Pena até a Rua Ceará se encontra abandonada. Logo na entrada é possível avistar a fachada destruída, pichada e com lixo, pneus e caixas de papelão acumuladas. O local não tem segurança alguma, sendo um atrativo apenas para usuários de entorpecentes.

A longa cerca que deveria limitar a passagem e evitar acidentes no Córrego Prosa, está completamente arrebentada em alguns pontos e violada em outros, dando acesso livre a área preservada. 

Mais adentro, é possível ver uma placa com os avisos de área de risco em períodos de chuva, comunicado visivelmente ignorado pelas marcas de pegada no mato no local.

Árvore queimada na Praça da Águas /Gerson Oliveira

É possível ver também vestígios de incêndio nas árvores que cercam a passarela principal. A ponte de madeira, instalada no centro da praça, está quebrada em alguns pontos e com a cerca de proteção destruída e enferrujada.

Autor da ação, o MPMS apontou que o Município fez intervenções no local onde foi erguida a Praça das Águas de forma irregular, sem apresentar licenças ou qualquer tipo de projeto ambiental.

O órgão afirma que era necessário instalar equipamento para medição do volume das águas, estrutura para conter erosão e ainda o plantio de árvores para a proteção do curso d’água.

Durante o curso do processo, a Prefeitura defendeu a regularidade das intervenções, constando que não havia projeto específico para aquele trecho, uma vez que a obra estava inserida em um plano mais extenso para conter enxurradas.

Além disso, pontuou também que havia sistema para medição de volume das águas na Avenida Ricardo Brandão e na Via Parque, após a Avenida Mato Grosso.

De acordo com o processo, a Prefeitura foi condenada a pagar uma multa na ordem de R$ 150 mil, corrigidos, a título de dano

Acumulo de lixo pelo local /Geson Oliveira

moral coletivo.

Assim, ficou determinada a instalação de um sistema para medir o volume das águas que se elevam na temporada das chuvas, a adoção de mecanismos para conter a erosão às margens do Córrego Prosa, plantio de árvores e limpeza da praça.

Ao Correio do Estado, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) informou que existe um Plano de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (PRADA), realizado na região que recuperou as paredes de gabião danificadas por chuva em 2022. A pasta afirmou também que houve um projeto de reflorestamento da área no mesmo período. 

A praça

Localizada ao longo da margem esquerda do Córrego Prosa, na intersecção das avenidas Afonso Pena com Arquiteto Rubens Gil de Camillo, e das ruas Jeribá e Ceará, a Praça das Águas foi inaugurada em 2007 na gestão do ex-prefeito e hoje senador Nelsinho Trad (PSD).

Cerca destruída /Gerson Oliveira

Ao todo, são 6 hectares de área preservada, passando por trás de três conjuntos de apartamentos de luxo. A obra integrava o plano diretor de drenagem para controle de enchentes na Bacia do Prosa da Prefeitura de Campo Grande e aumentou em 22% a capacidade de retenção na Bacia do Prosa.

Na época de sua inauguração, ficou prometido que o espaço receberia um auditório e um mirante, além de instalções de bancos e estandes com temática ambiental na área de preservação ambiental. A ideia era ser um grande ponto turístico na avenida de maior movimento da cidade.

 

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BALANÇO

Chuvas intensas atingem MS e aliviam o calor durante o feriado

Campo Grande liderou o ranking de precipitação acumulada, com 47 mm em um único dia; previsão tem alerta de tempestade, com chuva em todo o Estado

21/11/2024 11h10

Chuva, trovoadas e ventos fortes devem atingir MS nos próximos dias

Chuva, trovoadas e ventos fortes devem atingir MS nos próximos dias Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O feriado prolongado foi marcado por chuvas intensas em diversas regiões de Mato Grosso do Sul e aliviou o clima para os moradores do Estado. A capital, Campo Grande, liderou o ranking de precipitação, com mais de 47 mm de chuva em um único dia, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)

De acordo com o balanço de chuvas do instituto, somente na região do centro da capital, foram 31 mm de chuva. Em outras cidades próximas, como Rochedo e Aquidauana, a mesma história se repetiu: em Rochedo, foram 10mm de chuva e em Aquidauana 25.8 mm. 

Ainda segundo o INMET, a chuva também se estendeu para a região norte de MS. Em Costa Rica, por exemplo, foram 18.2 mm. Já em Corumbá, no Pantanal, foram 8.8mm.  A região sul, no entanto, registrou um baixo volume de chuva, com regiões como Dourados e Amambai com o dia em claro, sem chuva. 

Balanço de Chuva das últimas 24h:

  • Campo Grande: 47,2 mm
  • Rochedo: 25.8 mm
  • Costa Rica: 18,2 mm
  • Água Clara: 3 mm 
  • Miranda: 2 mm 
  • Itaquiraí: 13.6 mm
  • Sete Quedas: 1.8 mm
  • Corumbá: 8.8 mm 
  • Sonora: 25 mm
  • São Gabriel do Oeste: 22 mm 

Previsão do tempo:

A previsão indica que as chuvas devem continuar nos próximos dias, com possibilidade de novos temporais. A combinação de alta umidade, aquecimento diurno e áreas de baixa pressão atmosférica favorece a formação de nuvens carregadas e a ocorrência de chuvas intensas ao longo da semana. Nestes dias, podem ocorrer acumulados de chuva significativos, com valores acima de 30 mm/24h.
 

Confira aqui a previsão do tempo para cada região de MS. 
 

*Colaborou Mariana Piell

INTERIOR

Por inveja de terras, homem incendeia casa com duas crianças dentro em aldeia

Polícia Civil prende homem que tentou tirar a vida dos pequenos e depois agrediu esposa e filha

21/11/2024 09h33

Acusado foi localizado e preso em flagrante; deve responder por violência doméstica e tentativa de homicídio qualificado

Acusado foi localizado e preso em flagrante; deve responder por violência doméstica e tentativa de homicídio qualificado Reprodução/PCMS

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Distante cerca de 380 km da Capital de Mato Grosso do Sul, um homem foi preso após botar fogo em uma residência onde haviam duas crianças, de seis e 10 anos, em uma onda de violência supostamente causada pela inveja na regularização de terras. 

Segundo a Polícia Civil em nota, os crimes foram registrados na véspera do feriado da Consciência Negra, na aldeia Guassuty, que fica localizada no município de Aral Moreira. 

Após as autoridades policiais serem informadas pela liderança indígena local, a Polícia Civil e equipe policial da delegacia de Aral Moreira foram até o local. 

Durante escuta, testemunhas relataram toda a dinâmica de terror observada na aldeia, que teve início ainda por volta de 06h, sendo que as apurações quanto à suposta motivação apontam justamente para a disputa de terras na aldeia. 

Entenda

Insatisfeito após uma mãe dessa mesma aldeia conseguir a regularização de um terreno, esse homem teria se contaminado de inveja e passado a proferir ameaças constantes à família. 

Com a intenção de tirar a vida das crianças, o homem botou fogo na casa com os dois pequenos dentro, sendo que o mais velho, de 10 anos, conseguiu sair na hora e buscar a ajuda de um vizinho. 

Esse, por sua vez, foi quem conseguiu adentrar no imóvel em chamas e retirar a criança de seis anos de lá, sendo que o mais velho relata que antes do acusado incendiar a casa ouviu o homem dizer: "eu vou matar vocês". 

Ainda, depois de incendiar a casa, esse homem teria voltado para sua residência onde agrediu não somente sua companheira como também a própria filha, sendo que ambas foram socorridas com ferimentos e internadas para atendimento médico, indica a PC em nota. 

Depois disso, o acusado foi localizado e preso em flagrante, encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, onde aguardará à disposição da Justiça, sendo que deve responder por: 

  •  Violência doméstica e
  •  Tentativa de homicídio qualificado

Local de tensão

Esse mesmo território Guassuty marca outro crime, registrado em meados de setembro de 2023, que envolve a carbonização, morte de indígenas, onde o casal Nhandesy Sebastiana e Nhanderu Rufino foi encontrado morto na aldeia. 

Uma das suspeitas incialmente levantada à época, por entidades indigenistas, indicavam que o crime era fruto de "uma série de discursos de ódio, intolerância racismo religioso recorrente nos territórios Kaiowá e Guarani". 

Sebastiana era líder espiritual, rezadora, no caso, com ela e o marido sendo conhecidos entre os indígenas da região. Naquele dia a casa onde o casal morava foi totalmente destruída pelo fogo. 

Não distante da morte do casal, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de Mato Grosso do Sul, o CDHU-MS, lançou relatório de alerta contra a violência que afeta mulheres indígenas no Estado. 

"Foram, pelo menos, 17 casas de rezas indígenas incendiadas nos últimos cinco anos, sem que se tenha notícia de que os autores fossem identificados e/ou responsabilizados.

Nesses últimos anos cresceu vertiginosamente o número de parteiras, rezadores (as) perseguidas e demonizadas, assim como as pessoas que seguem religiões tradicionais indígenas sendo atacadas e xingadas por seus vizinhos e vizinhas que não professam a fé tradicional", diz trecho do relatório. 

Porém,o  delegado da Polícia Civil, Maurício Vargas, destacou ao Correio do Estado à época que, nesse caso específico, a motivação do homem teria sido passional. 

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