Desde o dia 1º de janeiro deste ano, foram registrados 1.335 boletins de ocorrência denuncinando estupros em Mato Grosso do Sul. Destes, 1.076 apontam para vítimas com idade inferior aos 18 anos, número que corresponde a 80,5% dos registros, ou seja: quatro a cada cinco vítimas de estupro têm entre 0 e 17 anos.
Os dados são da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MS (Sejusp), que divide as faixas-etárias em criança (0 a 11 anos) e adolescente (12 a 17 anos).
As crianças são a maioria das vítimas, e representam, sozinhas, 46,2% dos casos no Estado, com 618 registros.
Já os adolescentes são o segundo grupo mais vulnerável, com 458 registros, que correspondem a 34,3% dos casos.
Vale reforçar que os números representam apenas aqueles casos que chegaram ao conhecimento da polícia, ou seja, o número de vítimas deve ser ainda maior.
MS lídera em estupro de vulnerável
Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostraram que, no ano passado, Mato Grosso do Sul foi o estado com mais casos de estupro de vulnerável por 100 mil habitantes do Brasil.
Segundo a publicação, o Estado teve uma média de seis crianças estupradas por dia, com 2.183 casos registrados de estupro de vulnerável no ano passado. Quando se trata de crimes sexual contra a faixa etária vulnerável, de 0 a 17 anos, Mato Grosso do Sul e a cidade de Dourados são as localidades com a maior taxa de estupro por 100 mil habitantes do país.
A taxa no estado foi de 297,1 casos de estupro de vulnerável.
Segundo relatório do Anuário de Segurança Pública, “Mato Grosso do Sul tem índices sempre alarmantes. Apesar de ter diminuído em 4,7% a taxa de incidência de estupro de vulnerável de 2021 para 2022, no ano de 2023 teve um incremento de 9,6% nas taxas deste crime, chegando a 79,2 ocorrências por 100 mil habitantes”.
O Anuário se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública.
Saiba
Para denunciar casos de abuso e exploração sexual contra crianças, há canais como o Disque 100 (Disque Direitos Humanos), o Conselho Tutelar e o número 190 de emergência policial.