Mato Grosso do Sul, terceiro estado do país com maior número de facções criminosas ativas, vai reforçar a integração entre forças de segurança nas áreas de fronteira e divisas.
Segundo o secretário-executivo do grupo, coronel Everson Antônio Rozeni, a medida é coordenada pelo recém-criado Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras e Divisas (GGI-FRON-DIV), oficializado por meio de decreto nesta segunda-feira (11), que tem como meta “integrar as instituições de segurança pública” e promover operações conjuntas para conter o avanço do crime organizado.
Vinculado à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o grupo atua em oito polos regionais, sendo quatro de fronteira (Corumbá, Ponta Porã, Naviraí e Jardim) e quatro de divisa (Três Lagoas, Paranaíba, Coxim e Nova Andradina). Reúne representantes de órgãos estaduais, e podecontar também com instituições federais, municipais e outros órgãos governamentais.
Rozeni destaca que reuniões bimestrais são realizadas em cada polo e que os encontros podem resultar em operações conjuntas. “As pautas de divisa passaram a ser discutidas neste tipo de colegiado, com as últimas reuniões na semana passada em Corumbá, e encontros recentes em Jardim e Bonito. A próxima será em Mundo Novo, parte do Polo de Naviraí. Essas reuniões podem desencadear operações integradas, como aconteceu recentemente em Naviraí, contra crimes contra o patrimônio”, disse.
Crime organizado
Cabe destacar que segundo recente levantamento do jornal O Globo, o estado enfrenta atualmente a presença de 10 facções criminosas, sendo apenas uma de origem local , a Okaida. As demais são ramificações de organizações de outros estados, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e Bonde do Maluco (BDM). A rota do narcotráfico que liga a Bolívia e o Paraguai ao Brasil transformou Mato Grosso do Sul no maior “importador” de facções.
A disputa pelo controle dessas rotas, especialmente entre PCC e CV, tem gerado uma guerra violenta. O secretário estadual de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, afirmou recentemente que o embate não se restringe às fronteiras. “Não só nas fronteiras, mas nas divisas de Mato Grosso do Sul também. Há uma disputa entre as facções pelo controle do tráfico de drogas e pelas melhores rotas. No norte do Estado, o Comando Vermelho tenta entrar em MS, que tem mais integrantes do PCC. Mas temos acompanhado de perto essa questão.”
Saiba*
Segundo o levantamento nacional, o Brasil possui 64 facções criminosas, sendo 12 com atuação interestadual. PCC e CV são as únicas com presença efetivamente nacional, atuando em 25 e 26 estados, respectivamente. No ranking de número de facções por estado, Mato Grosso do Sul fica atrás apenas da Bahia (17) e Pernambuco (12).

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