Nos últimos nove anos, Mato Grosso do Sul teve a desativação de 277 leitos de internação pediátrica, destinados a crianças que precisam permanecer no hospital por mais de 24 horas. É o que aponta levantamento divulgado hoje pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Segundo a SBP, dados obtidos no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), mantido pelo Ministério da Saúde, indicam que em 2010 o Estado dispunha de 926 leitos pediátricos. Neste ano, dados relativos ao mês de maio apontam que o número baixou para 649.
Entre os leitos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), houve encerramento de -23,62% dos leitos, que passaram de 652 em 2010 para 498 neste ano, fechamento de 154 unidades.
Os leitos disponíveis nos planos de saúde ou em unidades privadas também caíram 123 no mesmo período, o que representa o encerramento de 44,89% das unidades pediátricas.
Entre as capitais, Campo Grande é a nona no ranking das que mais tiveram leitos encerrados, sendo 138 fechados nos últimos nove anos, passando de 264 para 126. Desse total, 65 foram na rede pública e 73 na rede privada.
A capital sul-mato-grossense está atrás de São Paulo (-664), Fortaleza (-473), Rio de Janeiro (-395), Maceió (-344), Goiânia (-255), Natal (-176), João Pessoa (-173) e Teresina (-149).
Em todo o Brasil, foram desativados 15,9 mil leitos de internação pediátrica. Em maio de 2010, o País tinha 48,8 mil leitos no SUS, número que passou para cerca de 35 mil neste ano, queda aproximada de quatro leitos por dia. Na rede privada, a queda foi de 2.130 leitos no período.
Segundo a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, os problemas de saúde que mais levam crianças a precisarem de internação são doenças respiratórias, que tem maior prevalência nos períodos de outono e inverno. Problemas gastrointestinais, casos de alergias e as chamadas arboviroses,de ocorrência sazonal, completam a lista que contribuem para o crescimento da demanda por leitos de internação.