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Em seis anos, uma em cada três bolsas do Prouni fica ociosa

Em seis anos, uma em cada três bolsas do Prouni fica ociosa

uol

23/06/2011 - 19h00
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Uma em cada três bolsas do Prouni (Programa Universidade para Todos) oferecidas desde o começo do programa, em 2005, não foi preenchida. O total de bolsas ociosas em seis anos chegou a 427.438 – 33,1% de todas elas.

O número foi obtido por meio de dados de um levantamento estatístico do MEC (Ministério da Educação), disponível na página do Prouni na internet. Entre 2005 e o primeiro semestre de 2011, foram ofertadas 1.291.209 bolsas, com 863.771 (66,9%) preenchidas. O restante representa o total ocioso.

No primeiro semestre deste ano, 4% das 123 mil bolsas oferecidas ficaram ociosas na primeira etapa, apesar de mais de um milhão de candidatos terem se inscrito. A maioria, disse o MEC na época, era de cursos de educação à distância e/ou bolsas parciais. A ocupação foi maior nas integrais. O programa concede incentivos de 25%, 50% e 100% da mensalidade.

Até o primeiro semestre deste ano, o Prouni funcionava por meio de isenção fiscal em relação às bolsas oferecidas –se a universidade oferecesse 100 bolsas, a redução nos impostos seria relativa a todas, mesmo que não fossem totalmente preenchidas. Ou seja: neste período, o governo simplesmente deixou de arrecadar dinheiro.

Em 2009, uma análise do TCU (Tribunal de Contas da União) estimou que possa ter sido perdido, só nos dois primeiros anos do programa, um valor em torno de R$ 100 milhões.

Regras

Para José Roberto Covac, diretor jurídico do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de SP), uma das principais razões para que sobrem tantas bolsas são as próprias regras do Prouni. Elas determinam faixas de renda e proíbem que o candidato tenha feito o ensino médio em escola particular sem bolsa integral.

"É usar o critério passado-presente. 'Eu paguei R$ 1 numa escola particular. Hoje tenho renda per capita de um salário mínimo. E não tenho o direito'", exemplifica.

Segundo Covac, não é possível dizer que as instituições usem as bolsas do Prouni como "artifício" para pagar menos imposto. "A lei diz: ofereça as vagas. O MEC faz a seleção naqueles critérios. Como os critérios estão na lei, se não se preenche [a vaga], a instituição não pode ser penalizada por isso", afirma.

Detalhamento

O secretário de Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, diz que o órgão está preparando um levantamento mais detalhado para tirar eventuais casos de dupla contagem, já que a mesma vaga pode ter sido oferecida duas vezes. Ele lembra, no entanto, que também há dificuldade de preencher determinadas bolsas, como as reservadas para cotas.

Costa afirma que o MEC tomou duas ações para tentar reverter o número de bolas que sobraram. “A primeira delas foi a lista de espera [após as etapas de seleção normais]. A medida provisória que determina que a isenção fiscal seja proporcional a vagas efetivamente preenchidas foi a segunda“, diz. 

Cidades

Governo vai abrir 15 centros para cuidado da pessoa com deficiência

Unidades serão instaladas em 13 municípios

30/09/2024 21h00

Governo vai abrir 15 centros para cuidado da pessoa com deficiência

Governo vai abrir 15 centros para cuidado da pessoa com deficiência Paulo Pinto / Agência Brasil

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O Ministério da Saúde vai abrir 15 centros dedicados à reabilitação e ao cuidado de pessoas com deficiência, chamados Centros Especializados em Reabilitação (CER). As unidades serão instaladas em 13 municípios. 

Além dos novos centros, será ampliado em 20% o repasse para oito centros, já existentes, habilitados a atender pessoas com deficiências intelectuais e com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Outra ação é que o CER de Maracanaú, localizado no Ceará, passará a oferecer reabilitação auditiva. Transportes sanitários, usados na locomoção das pessoas com deficiência nos centros, serão adaptados.

No total, serão aplicados mais de R$ 49 milhões, conforme a pasta. 

De acordo com o ministério, os recursos poderão ser destinados ainda ao fortalecimento dos centros, responsáveis por oferecer tratamento auditivo, visual, intelectual e físico, considerados fundamentais para que as pessoas com deficiência possam recuperar ou manter habilidades funcionais. 

Estima-se que são 18,6 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, sendo mais de metade mulheres. 

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Clima extremo

Brasil registra 100 dias secos anuais, aumento de 25% em 60 anos

Segundo relatos do Inpe, as regiões que mais apresentam secas é o Centro-Oeste do país

30/09/2024 20h00

Sol predomina e calorão com o tempo extremamente seco continua neste final de semana.

Sol predomina e calorão com o tempo extremamente seco continua neste final de semana. Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Brasil teve uma média de 100 dias secos consecutivos por ano de 2011 a 2020. São 20 dias de seca a mais na comparação com o período que vai de 1961 a 1990, o que representa um aumento de 25%.

É o que mostra um estudo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) feito a pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, divulgado no início deste mês. Considera-se dia seco, para fins do estudo, todo período de 24h com precipitação abaixo de 1mm de chuva.

A pesquisa utilizou dados de 11.473 pluviômetros espalhados pelo país para calcular os volumes de chuva e os períodos de seca ao longo das décadas. Além disso, usou também as informações de temperatura coletados por 1.252 estações meteorológicas.

Com isso, o Inpe fez análises sobre as temperaturas máximas, as ondas de calor e os índices de precipitação no Brasil. Os resultados mostram que o aumento da estiagem foi acompanhado por outras mudanças que tornaram o clima mais extremo no país.
A quantidade de dias por ano com ondas de calor, por exemplo, passou de 7 para 52 em três décadas. Já as temperaturas máximas aumentaram em até 3°C em 60 anos. A região Sul teve um aumento de 30% na precipitação média anual.

Tanto os dados de dias consecutivos secos quanto a precipitação máxima em cinco dias servem para determinar a ocorrência de extremos climáticos, que aumentaram no período estudado.

Os período secos foram mais longos no Centro-Oeste, no Nordeste e em parte do Sudeste -especialmente o norte de Minas Gerais- na década passada, mostra o estudo. Algumas dessas áreas tiveram média de 80 dias consecutivos sem chuva na década de 1960.
Mapa e gráficos elaborados pelo Inpe mostram aumento nas médias de dias secos consecutivos no Centro-Oeste e Nordeste   Reprodução/Inpe A imagem apresenta um mapa do Brasil, com uma representação de dados em cores que variam do vermelho ao amarelo, indicando diferentes intensidades ou categorias. A emissão de gases do efeito estufa explica os períodos de seca mais longos, segundo nota publicada pelo Inpe. O pesquisador Lincoln Alves, responsável da pesquisa, afirmou que o aumento já era esperado, segundo projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) -órgão criado no âmbito da ONU (Organização das Nações Unidas) para fornecer informações científicas sobre as mudanças climáticas no mundo.

"O cenário reitera a necessidade de acelerar a ação climática, com ação de medidas em escala para a redução de emissões de gases de efeito estufa e para a adaptação à mudança do clima", diz a nota do Inpe sobre o estudo. "Para Alves, o Brasil sendo um país tropical com setores estratégicos, como agricultura e energia, com alta dependência do clima, precisa urgentemente investir em soluções como a captação e armazenamento de água, a adoção de culturas mais resistentes à seca e ao calor, e a promoção de tecnologias sustentáveis para a irrigação."
O pesquisador também falou sobre a necessidade de reflorestamento de ecossistemas degradados. "A observação das últimas seis décadas de dados, que foram coletados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), permitiu reconhecer o quanto o clima já mudou", diz o instituto.

Queimadas foram mais rápidas que socorro

Como mostrou a Folha de S.Paulo, os 13 boletins divulgados desde o final de junho pelo Ministério do Meio Ambiente sobre a crise das queimadas mostram que a escalada do fogo no pantanal, amazônia e cerrado ocorreu em velocidade bem superior ao incremento no combate aos incêndios feito pelos governos federal, estaduais e municipais.
Segundo os documentos, de julho até agora o acumulado da área queimada no pantanal triplicou de tamanho, chegando a 2 milhões de hectares -13,4% do bioma.
Na amazônia, a área queimada mais que dobrou neste mês de setembro -11,7 milhões de hectares, ou 2,8% do bioma. O cerrado já teve 12,3 milhões de hectares queimados em 2024, o que representa 6,2% de sua área total, com aumento de quase 40% só nos últimos 15 dias.

O governo Lula cortou 18% dos recursos destinados à transição energética, de acordo com relatório do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos).
 

*Informações da Folhapress 

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