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Em sete meses de 2022, áreas queimadas no Pantanal reduziram 19%, aponta MapBiomas

Neste mesmo recorte de janeiro a julho, o ano passado já teve menos registros que 2020, o que mostra uma regressão de danos

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Diante de um recorte sobre incêndios e queimadas, o Pantanal foi envolvido em uma série de ações depois de 2020 que resultou na redução de registros de fogo e degradação causada pelas chamas. 

O Monitor do Fogo, do MapBiomas, registrou redução de 19% na área queimada entre janeiro e julho deste ano no bioma, na comparação com o mesmo período de 2021. Nessa matemática, o ano passado já teve menos registros do que 2020, o que significa uma regressão de danos.

A avaliação apurada pelo Monitor do Fogo representa uma modernização a que o sistema foi submetido e cuja plataforma foi lançada neste mês.  

Há uso de imagens de satélite europeu Sentinel 2 para fazer esse mapeamento. O equipamento verifica uma mesma localidade a cada 5 dias e isso aumenta a possibilidade de observação de queimadas e incêndios florestais.

Ele também permite uma resolução espacial de 10 metros, o que aumenta a área a ser observada em até 20%, na comparação com as análises que ocorriam anteriormente pelo MapBiomas, que possui dados catalogados desde 1985.  

A partir desse aumento de capacidade de avaliação, houve a possibilidade de identificar que, nos últimos quatro anos, o Pantanal teve a menor área queimada no período, que representou em 75.999 hectares.  

PREJUÍZO

O fogo não é um dano só ambiental, ele causa problemas econômicos e sociais. Uma nova análise que passou a ser feita em Mato Grosso do Sul por meio do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS) identificou que o prejuízo que os incêndios florestais causaram para pecuaristas e agricultores em 13 municípios alcançou R$ 5,3 milhões nessa safra de 2021/2022.  

Ao mesmo tempo em que há números que amenizam os impactos sobre o fogo no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, o mesmo efeito não é refletido no período de estiagem, que segue de forma severa no bioma.

SECA EXTREMA

Atualmente, o Pantanal está mergulhado em um período de seca extrema, que vem perdurando desde meados de 2019. Com ciclos mais curtos de chuva, o terreno e a vegetação acabam se tornando mais suscetíveis para os incêndios. E se o fogo não é registrado, há necessidade de maior condição de alerta de autoridades e proprietários rurais.  

Diferentes estudos científicos apontam que os danos ambientais causados na Amazônia, principalmente na borda sul, geram um impacto direto no grau de umidade no Centro-Oeste. 

E é na floresta amazônica que o fogo ainda segue em crescente uso, na contramão do que foi registrado no Pantanal.  

“Dados do MapBiomas mostram que 2.932.972 hectares foram consumidos por queimadas nos primeiros sete meses do ano. Embora maior do que o estado de Alagoas, essa área é 2% menor do que a que foi consumida pelo fogo no ano passado. Porém, na Amazônia e no Pampa a situação é diferente: esses são os únicos biomas com aumento na área afetada pelo fogo. Na Amazônia, o fogo atingiu uma área de 1.479.739 hectares, enquanto que no Pampa foram 28.610 hectares queimados entre janeiro e julho de 2022. Nesse período, foi registrado um aumento de 7% (ou mais de 107 mil hectares) na Amazônia e de 3.372% no Pampa (27.780 ha)”, identificou a rede colaborativa de pesquisadores e instituições de pesquisa que compõem o MapBiomas.

O Observatório do Clima, que se utiliza de dados do MapBiomas e de outras plataformas para observar a situação dos biomas, indicou que os estudos mais recentes identificaram que os rios voadores garantem a umidade no Pantanal para regulação das chuvas.

Nesse contexto, os ventos alísios (que são úmidos e sopram de leste para oeste na região equatorial) sofrem desequilíbrio.  

A umidade da transpiração da floresta é reduzida com as queimadas, incêndios ou período de seca. 

Com menor quantidade de umidade, os rios voadores não conseguem chegar ao Pantanal para gerar as chuvas. Em efeito cadeia, a hidrologia também é afetada e as cheias passam a ser menos registradas ou reduzidas.

“A área de alertas de desmatamento na Amazônia em julho (2022) atingiu 1.487 km², um empate técnico em relação a julho do ano passado (1.498 km²). É uma área equivalente à da cidade de São Paulo (1.500 km²) destruída em um único mês. Os dados são do Deter-B, o sistema de detecção de desmatamento em tempo real do Inpe. Como a medição do desmatamento é feita de agosto de um ano a julho do ano seguinte, já é possível estimar a área acumulada de alertas na Amazônia em 2022: 8.590 km², a terceira mais alta da série histórica iniciada em 2015”, detalhou o Observatório do Clima neste mês.

Na sexta-feira (26), um outro detalhamento do MapBiomas identificou que as cheias no Pantanal estão sendo mais curtas. Houve análise entre o pico de cheia de 1988 e de 2018. Enquanto há 30 anos as inundações duravam seis meses, a cheia mais recente foi de apenas dois meses.  

“Tendência constatada foi a redução da superfície de água. O fenômeno ocorre especialmente no Pantanal, que é fortemente influenciado, por exemplo, pela variação da umidade gerada na evapotranspiração das árvores da Amazônia”, detalhou o MapBiomas.

“Muito mudou [depois do fogo de 2020]. Há menos iscas [vivas]. As iscas que mais a gente usa na região para o comércio é a tuvira e o caranguejo, tem o cascudo também. Ficou mais difícil de achar. Foi depois do fogo que isso se alterou”, apontou Leonida Aires de Souza, uma das líderes da Associação de Mulheres Artesãs da Barra do São Lourenço Renascer. (Colaborou Rodolfo César)

SAIBA

Segundo o Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS), o prejuízo que os incêndios florestais causaram para pecuaristas e agricultores em 13 municípios de Mato Grosso do Sul alcançou R$ 5,3 milhões nessa safra de 2021/2022.  

Nova data

"Enem dos concursos" será divulgado em fevereiro de 2025; 33,9 mil inscritos são de MS

Mudança ocorreu em virtude de uma decisão judicial que determinou reintegração de candidatos eliminados por falhas

21/11/2024 17h10

Divulgação foi adiada após falhas nas orientações dadas durante o exame

Divulgação foi adiada após falhas nas orientações dadas durante o exame Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A divulgação dos resultados finais do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como “Enem dos Concursos”, prevista para esta quinta-feira (21) foi adiada para 11 de fevereiro de 2025 pelo Governo Federal.

O adiamento ocorreu em virtude de uma decisão judicial que determinou a reintegração de candidatos anteriormente eliminados por falhas no preenchimento de informações no cartão de respostas. Ao todo, 33.909 mil pessoas se inscreveram em Mato Grosso do Sul.

O concurso, aplicado em 18 de agosto, oferta 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. A Justiça Federal acatou ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que apontou inconsistências nas orientações dadas durante o exame.

“O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informa que a divulgação dos resultados finais do CPNU, inicialmente prevista em edital para o dia 21 de novembro, será ajustada. Um novo cronograma será divulgado amanhã (dia 21 de novembro)”, informou a pasta.

De acordo com o coordenador-geral de logística do CPNU, Alexandre Retamal, o novo cronograma terá um impacto financeiro adicional de cerca de 3,5% sobre o valor global do concurso, que foi de R$ 130 milhões, somada a repactuação realizada em razão das chuvas no Rio Grande do Sul em maio.

Segundo o MPF, fiscais informaram apenas a necessidade de transcrever uma frase da capa do caderno de questões, sem destacar a obrigatoriedade de marcar o número correspondente ao caderno de provas, entretanto, o edital previa eliminação apenas para quem não cumprisse ambas as exigências, o que, segundo o juiz Adelmar Aires Pimenta da Silva, do TRF1 do Tocantins,  fator que impossibilitaria justificar exclusões.

A União argumenta que as eliminações seguiram as regras do edital. Em agosto, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou que a marcação do caderno de provas não seria motivo de desclassificação.

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Cidades

Coronel que comandou pelotão de MS é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Vale destacar que o Coronel já havia sido preso durante a Operação Tempus Veritatis, em 2024

21/11/2024 16h50

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019 Divulgação Redes Sociais

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Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal (PF) indiciou 37 pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto.

Os indiciados foram acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. O relatório das investigações foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Vale destacar que o Coronel Bernardo Romão já havia sido preso durante a Operação Tempus Veritatis, em 2024. Comandou também o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado (10º R C Mec) em Bela Vista e permaneceu no cargo até 12 de janeiro de 2022, quando passou o comando.

Em fevereiro deste ano, o Coronel, que estava em Washington (EUA) para participar de um curso de defesa, foi alvo de uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito da Operação Tempus Veritatis.

Apesar da prisão estar prevista para 8 de janeiro, ela só foi realizada em 11 de fevereiro, quando ele retornou ao Brasil. Detido em Brasília, foi entregue à Polícia do Exército e permanece preso no Batalhão da Guarda Presidencial.

Romão, que atua como assistente do Comando Militar do Sul, em Goiás, é integrante dos Black Kids, um pelotão de elite do Exército Brasileiro, também esteve presente na reunião ocorrida em 28 de outubro, em Brasília, logo após o segundo turno das eleições, onde foram discutidos planos para um possível golpe.

As investigações da PF abordaram dois eixos principais: a tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Além disso, identificaram a disseminação de notícias falsas sobre supostas fraudes nas eleições presidenciais, com o objetivo de legitimar uma eventual intervenção militar.

Os investigadores também encontraram indícios de envolvimento de Romão na chamada "milícia digital", conhecida popularmente como "gabinete do ódio", grupo responsável pela propagação de desinformação e discursos antidemocráticos.

Veja a lista completa dos indiciados, por ordem alfabética:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin)
  4. Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Lima de Moura
  7. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  10. Bernardo Romão Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabricio Moreira de Bastos
  16. Fernando Cerimedo
  17. Filipe Garcia Martins
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Helio Ferreira Lima
  21. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cid, tenente-coronel do Exército ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Júnior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto, presidente do PL
  36. Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa
  37. Wladimir Matos Soares

Ramão Neto

O coronel, que comandou o 10º R C Mec, em Bela Vista, é apontado pela investigação como braço direito do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Romão Netto aparece como suspeito nas investigações como figura que articulava e incitava os militares a aderir ao golpe.

A reunião ocorreu por intermédio de Corrêa Neto, e contou com a presença de assistentes dos generais que supostamente seriam favoráveis ao golpe, assim como oficiais. Conforme trocas de mensagens trocadas, localizadas no celular de Mauro Cid, foram selecionados apelas militares que fazem parte das forças especiais (Kids Pretos).

No documento da polícia federal ele compunha o núcleo que tinha como objetivo que os militares aderissem ao golpe de estado.

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Além disso, Romão Neto aparece dentro do âmbito do 'gabinete do ódio' estimulando que integrantes das Forças Armadas disseminassem notícias falsas, por meio das redes sociais, questionando lisura do processo eleitoral do país. Em conversas com Cid, a investigação aponta que a sugestão de medidas que atentam contra a democracia.

"Nesse sentido, observa-se a atuação do investigado BERNARDO ROMÃO CORREA NETO nas medidas direcionadas à disseminação de notícias falsas por integrantes das Forças Armadas em associação com outros membros do grupo criminoso para desacreditar o processo eleitoral".

Mensagens sobre a reunião para discutir o golpe:

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019 Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Após a reunião com as Forças Especiais (FE) uma carta foi elaborada para ser encaminhada ao comandante do exército Freire Gomes com intuito de pressioná-lo a aderir ao golpe, intitulada como "Carta ao Comandante do Exército de Oficias Superiores da Ativa do Exército Brasileiro".

No "apagar" das luzes do governo do presidente Bolsonaro, precisamente no dia 30 de dezembro de 2022, foi enviado para fazer um curso até julho de 2025, o que levantou suspeita por parte da investigação de que teria sido uma tentativa de escapar de eventuais investigações. 

"Ressaltem-se, ainda, as considerações da autoridade no sentido de que BERNARDO ROMÃO CORREA NETO: foi designado para exercer missão no Estados Unidos - com ônus total para o Comando do Exército - na cidade de Washington, D.C. até junho de 2025. A permanência do investigado em solo estrangeiro por pelo menos mais um ano e meio, somada as circunstâncias da designação da missão, que somente foi publicada no fim do governo anterior (30.12.2022), demonstram fortes indícios de que o investigado agiu para se furtar ao alcance de investigações e consequentemente da aplicação da lei penal, fatos estes que justificam a decretação da prisão preventiva".

***Colaborou Laura Brasil***

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