Cidades

"Sempre a mesma história"

Em uma semana, mais quatro vítimas do "golpe das bolsas de luxo" fazem reclamação

Mulheres de quatro estados distintos denunciaram a loja de artigos de luxo por falta de pagamento e entrega de produtos, e revelaram ter apagado relatos anteriores após a vendedora oferecer acordos de pagamentos (que nunca foram cumpridos)

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Nos últimos cinco dias, quatro mulheres de diferentes estados brasileiros acessaram um site dedicado a reclamações de consumidores para denunciar uma vendedora de artigos de luxo usados de Campo Grande.

O Correio do Estado expôs o suposto "golpe das bolsas de luxo" em setembro deste ano, mencionando um primeiro caso, que foi registrado Boletim de Ocorrência em uma delegacia da Capital, e um segundo, de uma fonte que procurou pela reportagem. Além dos depoimentos, foram encontrados diversos processos contra a vendedora na Justiça.

Os casos consistem na compra e venda de bolsas de luxo por parte de um brechó gerenciado por uma moradora da capital sul-mato-grossense, que será identificada neste material como S.C.T..

Segundo as denúncias, a empresária vende bolsas de luxo, mas não as entrega. Além disso, compra bolsas de luxo usadas, e após receber e avaliar os produtos, não faz o pagamento para a pessoa que forneceu os itens.

Após a publicação do material, leitoras chegaram a entrar em contato com a reportagem para relatar que também haviam sido prejudicadas pela vendedora. Desde então, novas vítimas não param de aparecer.

As quatro reclamações feitas na última semana foram de mulheres residentes de Vila Velha, no Espírito Santo; Aracaju, em Sergipe; Natal, no Rio Grande do Norte e na Capital do Rio de Janeiro. Em três dos casos, há o relato de que a vendedora ofereceu fazer acordos (que não foram cumpridos) para a remoção das denúncias.

No período em que a reportagem estava sendo feita, dois das quatro novas denúncias - das vítimas de Sergipe e do Rio de Janeiro - foram removidas. No entanto, as capturas de tela dos depoimentos estão anexadas ao fim deste material.

A reclamação mais recente, feita pela moradora de Natal, na verdade se trata de um "golpe" que aconteceu em abril de 2023, mas que foi retirado do site de reclamações duas vezes, após a proprietária da loja pedir que fosse removido em troca de acordo. 

Conforme relata a vítima, foi feita a compra de uma bolsa da Chanel, no valor de R$ 31 mil, com prazo de entrega para o mês de junho daquele ano. No entanto, a bolsa até hoje não foi entregue e o valor integral não foi ressarcido.

"Após S.C.T. ter me enrolado de todas as maneiras possíveis, registrei reclamação em março de 2024, que foi retirada porque S.C.T. me convenceu a retirar, sob promessa de resolução", escreveu a vítima.

Foi feito um acordo extrajudicial, que determinava a entrega da bolsa de luxo até o dia 10 de junho ou a devolução do valor até o dia 25 de junho, caso o produto não fosse entregue.

"Após todos os prazos previstos no acordo terem vencido, a bolsa não foi entregue e não foi devolvido o valor que paguei. Registrei nova reclamação aqui no site em julho de 2024. Prontamente S.C.T. entrou em contato com meu esposo e o convenceu a retirar novamente a reclamação, sob promessa de devolução do valor", relatou.

Contudo, apesar do novo acordo, que previa o pagamento de R$ 5 mil no dia 5 de julho e o restante em 15 dias úteis, o ressarcimento também não foi feito.

S.C.T. pagou apenas R$ 3 mil no dia 8 de julho, e outros R$ 13 mil distribuídos em parcelas distribuídas pelos meses de julho, agosto, setembro e outubro. Os pagamentos correspondem a apenas parte da compra, e o prejuízo da cliente ainda é de R$ 17 mil.

"Nunca tive um desgaste tão grande na minha vida. S.C.T. me enrolou de todas as maneiras possíveis. Tenho print de todas as conversas e áudios do WhatsApp. Meu prejuízo, infelizmente, soma R$ 17.000,00. Fiz B.O. e vou executá-la judicialmente. Aliás, basta consultar o site do JusBrasil que se consegue ver inúmeras ações judiciais contra ela", concluiu a vítima.

Uma outra vítima, de Sergipe, também recebeu proposta de acordo para a remoção da reclamação na plataforma. Segundo a denúncia, a vítima vendeu uma bolsa para S.C.T., e nunca recebeu o valor referente ao produto. Ela menciona que foi feito um acordo para o recebimento do valor no dia 9 de agosto, que não foi cumprido.

"De lá para cá fiz varias ligações para a S.C.T. e ela acordava uma data e nao cumpria, até que coloquei uma reclamação aqui e ela fez um novo acordo, onde a mesma pagaria parcelado em 7 vezes", escreveu a vítima.

A empresária teria feito o pagamento de apenas duas parcelas, e a falta de cumprimento dos prazos acordados motivou a nova reclamação.

Assim como as citadas anteriormente, a reclamação feita pela moradora de Vila Velha, no Espírito Santo, também menciona promessa de acordo para a exclusão da reclamação.

"Estou mais uma vez perdendo o meu tempo para reativar uma reclamação que desativei", diz vítima no início do texto.

Ela vendeu uma bolsa para a empresária, mas nunca recebeu o pagamento. Foram feitas três negociações, e em nenhuma delas S.C.T. cumpriu com os prazos.

A vítima menciona ainda que, antes de fazer o negócio, suspeitou de S.C.T., já que ao pesquisar sobre a empresária viu que já estavam abertos 13 processos contra ela, além de duas reclamações na plataforma.

"Pelo que vi nas reclamações é sempre a mesma historia, enrola não paga o que foi vendido e nem entrega o produto que foi comprado, e fica dando diversas desculpas, pede para a pessoa desativar a reclamação se fizer parte do pagamento"

No relato consta ainda que foi somente após uma reclamação na plataforma que a empresária se dispôs a pagar uma parte do valor devido. 

"Pedi varias vezes para ela devolver a bolsa e ela não me devolveu. Ficou de pagar a ultima parcela agora, dia 03/10, só que me pediu para pagar uma parte e eu deixei, o restante iria pagar dia 09/10. Mas esse valor não entrou na minha conta", acrescentou.

A empresária desistiu do pagamento e afirmou que iria devolver a bolsa, mas que o item só chegaria no dia 15 de outubro, o que foi visto pela reclamante como "mais uma forma de enrolar".

"Como vi algumas reclamações sendo desativadas, sei o conteúdo de cada uma delas. Sempre a mesma coisa, ela paga uma parte do valor para a pessoa desativar a reclamação e não cumpre com o acordo que faz depois. Estou escrevendo isso para ninguém mais ser enrolada por essa mulher", concluiu.

Já a quarta reclamação se trata de uma cliente que recebeu o produto adquirido, mas que não estava fiel ao estado de conservação anunciado. Por isso, solicitou a devolução, e desde então não recebeu o reembolso.

"Tentei diversas vezes entrar em acordo com a S.C.T., mas ela sempre arrumou desculpas e descumpriu todos os acordos que fizemos. Atualmente, ela ainda mantém ativa a conta de desapego no Instagram, e, sinceramente, meu conselho é: não compre nada dela. A falta de comprometimento e a ausência de resolução são evidentes. Espero que esta mensagem sirva de alerta para outros compradores", concluiu.

Leia mais matérias sobre o caso:

Confira as reclamações na íntegra:

Primeira reclamação mencionada na reportagem.

 

Segunda reclamação mencionada na reportagem.

 

Terceira reclamação mencionada na reportagem.

 

Quarta reclamação mencionada na reportagem.

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Cidades

Helena é o nome mais registrado pelos pais em Mato Grosso do Sul em 2025

Cecília e Miguel aparecem na sequência entre as preferências das famílias sul-mato-grossenses

22/12/2025 19h20

Ao todo, 565 Helenas foram registradas no Estado

Ao todo, 565 Helenas foram registradas no Estado Crédito: Freepik

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O nome Helena foi o mais escolhido pelos pais em Mato Grosso do Sul no ano de 2025, de acordo com a pesquisa divulgada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais de MS (Arpen-MS). Ao todo, 565 meninas foram registradas com este nome no Estado, garantindo a liderança no ranking dos nomes mais registrados nos Cartórios de Registro Civil sul-mato-grossenses.

Na segunda posição aparece o nome Cecília, com 447 registros, seguido de Miguel, na terceira colocação, com 392, evidenciando a forte preferência por nomes clássicos, curtos e de fácil pronúncia entre as famílias do estado. O ranking também revela equilíbrio entre nomes tradicionais e tendências contemporâneas, com destaque para escolhas femininas consistentes.

Além de Helena, Cecília e Miguel, figuram entre os nomes mais registrados em MS: Maitê (361), Ravi (346), Aurora (337), Gael (328), Heitor (318), Arthur (308) e Alice (280). O ranking estadual também destaca a presença de nomes femininos como Antonella, Heloísa, Laura, Olívia e Valentina, além de nomes masculinos tradicionais como Samuel, Davi, Theo, Bernardo e Noah.

“Quando os pais escolhem um nome, eles carregam expectativas, histórias e sentimentos. O ranking revela que, em Mato Grosso do Sul, há uma preferência clara por nomes que atravessam gerações, mostrando como tradição e afeto continuam presentes nas decisões das famílias.”, disse o presidente da Arpen/MS, Marcus Roza.

Na Capital, a perspectiva é semelhante, com os nomes Helena, Cecíla e Miguel entre os mais escolhidos. Há apenas duas diferenças em relação ao top 10: teve mais Heitor (132) do que Aurora (123); e Gael (97) não figura entre os mais registrados, dando lugar a Arthur, com 119 registros.

Nomes mais registrados em MS

1º Helena – 565
2º Cecília – 447
3º Miguel – 392
4º Maitê – 361
5º Ravi – 346
6º Aurora – 337
7º Gael – 328
8º Heitor – 318
9º Arthur – 308
10º Alice – 280

Nomes mais registrados em Campo Grande

1º Helena – 225
2º Cecília – 189
3º Miguel – 160
4º Maitê – 141
5º Ravi – 140
6º Heitor – 132
7º Aurora – 123
8º Arthur – 119
9º Alice – 114
10º Samuel – 109

Nomes masculinos mais registrados em MS

1º Miguel – 392
2º Ravi – 346
3º Gael – 328
4º Heitor – 318
5º Arthur – 308
6º Samuel – 266
7º Davi – 250
8º Theo – 236
9º Bernardo – 230
10º Noah – 229

Nomes femininos mais registrados em MS

1º Helena – 565
2º Cecília – 447
3º Maitê – 361
4º Aurora – 337
5º Alice – 280
6º Antonella – 276
7º Maria Cecília – 248
8º Heloísa – 193
9º Laura – 183
10º Maria Helena – 179

Arpen-MS

O levantamento integra a base do Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Arpen-Brasil, entidade que congrega os Cartórios de Registro Civil do país e reúne informações sobre nascimentos, casamentos e óbitos registrados em todo o território nacional. A plataforma permite consultas por nomes simples ou compostos, com recortes por estados e municípios, oferecendo um panorama detalhado das tendências regionais.

"Gancho"

Detran-MS suspendeu quase 20 mil habilitações em 2025

Do total, cerca de 14 mil condutores foram suspensos por excesso de pontos na CNH

22/12/2025 18h00

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Detran suspendeu quase 20 mil Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) em Mato Grosso do Sul ao longo de 2025. As penalidades foram aplicadas a motoristas que ultrapassaram o limite de pontos ou cometeram infrações que resultam em suspensão imediata do direito de dirigir.

Do total, cerca de 14 mil condutores foram suspensos por excesso de pontos na CNH, quando o motorista atinge 40, 30 ou 20 pontos em um período de 12 meses, conforme a quantidade de infrações gravíssimas, outros 5.565 motoristas perderam o direito de dirigir por suspensão direta, aplicada em casos como conduzir o veículo em velocidade superior a 50% do limite permitido, entre outras infrações previstas em lei.

Todos os 19.565 motoristas foram afastados temporariamente das vias e obrigados a realizar o Curso de Reciclagem, exigido para recuperar a habilitação.

Infrações 

Até 16 de dezembro de 2025, o estado registrou 976.157 infrações de trânsito. O excesso de velocidade respondeu por 44,06% das autuações, somando casos de até 20%, de 20% a 50% e acima de 50% do limite permitido.

Outras infrações mais recorrentes em 2025 foram avançar sinal vermelho ou parada obrigatória, não usar cinto de segurança e uso de celular ao volante. Mais de 4.500 motoristas também foram penalizados por recusar o teste do bafômetro.

Cassação

Ao longo dos últimos 12 meses, 2.735 condutores tiveram a CNH cassada por reincidência, principalmente por continuarem dirigindo mesmo após a suspensão. A cassação impede o motorista de dirigir por um período mais longo e exige novo processo de habilitação.

O número de recursos administrativos apresentados de forma digital também aumentou. Em 2025, foram registrados 3.862 recursos online, crescimento de 16% em relação ao ano anterior. Em 2022, foram 1.032 recursos digitais; em 2023, 1.247; e em 2024, 3.227.

Saiba*

Os serviços podem ser acessados pelo Portal de Serviços, aplicativo Meu Detran MS e atendimento via WhatsApp.

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