Cidades

HABITAÇÃO

Emha prepara novo Refis e
financiamento para moradias prontas

Objetivo é negociar cerca de R$ 52 milhões em dívidas de mutuários

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Dois projetos da área habitacional encaminhados pelo Executivo à Câmara Municipal preparam o “Refis da Habitação”, para refinanciamento de dívidas dos mutuários, e a abertura de financiamento – entre R$ 10 mil e R$ 15 mil – para construção, reforma e ampliação de moradias oriundas de programas públicos.

Com o projeto de regularização de dívidas, a intenção é identificar e negociar aproximadamente R$ 52 milhões em atraso daqueles que vivem em 9 mil dos 24 mil imóveis construídos pela Agência Municipal de Habitação (Emha), em Campo Grande, ao longo dos anos.

Este é o segundo projeto da atual gestão para renegociação de moradias da Emha. Desde maio do ano passado, a pasta tenta se recuperar do colapso em razão da falta de pagamento das parcelas – 91% dos mutuários estão inadimplentes –, que custam entre 
R$ 82,7 e R$ 206,93.

O programa que recebeu nome de Viver Bem Morena prevê desconto nos juros e multas para quem renegociar as dívidas entre 15 de novembro deste ano e 15 de janeiro de 2019.

Para quitação total das parcelas em atraso, o mutuário terá 100% de desconto. Caso a quitação seja parcial, com pagamento mínimo de dez parcelas em atraso, o desconto será de 80%. O pagamento parcelado, com desconto de 50%, será garantido com entrada equivalente a 30% do valor total da dívida. E os mutuários que já negociaram a dívida anteriormente também poderão fazer novo parcelamento.

FINANCIAMENTO
O outro projeto institui o Programa Credihabita que “tem por finalidade a concessão de financiamento para aquisição de materiais de construção e aquisição de assistência técnica, destinada à construção, ampliação, reforma e regularização edilícia (habite-se) de unidades habitacionais”.

Na justificativa do prefeito Marcos Trad (PSD) enviada aos vereadores, ele considera o deficit de 42 mil moradias em Campo Grande e por conta da deficiência existe necessidade de medidas para atender beneficiários que já possuem seu imóvel. 

Conforme o projeto, para construção poderão ser concedicos R$ 15 mil; para reforma e/ou ampliação, R$ 10 mil.No que se refere à assistência técnica, será oferecido até R$ 1,5 mil nos casos de construção, reforma e ampliação e R$ 2 mil para regularização de moradias que não tem habite-se.

Os valores não serão concedidos a imóvel que seja usado  exclusivamente como comércio. Entre outros detalhes estão que “o prazo de parcelamento dos valores do financiamento fica estipulado em, no máximo, 160 meses” e que “o valor da parcela inicial será de, no mínimo, 10% do valor do salário mínimo vigente no país, na data da assinatura do contrato”.

Também está previsto que “os valores referentes ao financiamento ficarão disponíveis para o beneficiário por até 18 meses, contados da data de disponibilização do benefício para o efetivo uso”. Além disso, nos casos de ampliação, a área existente somada à área da ampliação não poderá ultrapassar 70m².

  “O Credihabita visa dar um upgrade à situação habitacional, com a regularização das moradias irregulares por não possuírem habite-se”, explicou o prefeito no projeto.

O recurso será destinado através de cartão de crédito. Para isso, a Emha fará a “contratação de empresa que forneça cartão magnético para utilização na compra de material de construção nas empresas descritas no item anterior”.

O cartão será aceito apenas nas empresas credenciadas para atuar no programa. No caso da assistência técnica, a agência “fica autorizada a realizar convênio com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul (CREA) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul (CAU) para operacionalização do programa”.

 

 

Campo Grande

Sob multa de R$ 50 mil, dentistas recuam sobre greve na Capital

Decisão favorável à prefeitura postergou possibilidade de paralisação em duas semanas

17/12/2025 16h45

Assembleia da categoria realizada nesta quarta-feira (17)

Assembleia da categoria realizada nesta quarta-feira (17) Foto: Divulgação / Sioms

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Sob pena de multa diária de R$ 50 mil, a greve dos dentistas de Campo Grande, com início previsto para esta quarta-feira (17), foi temporariamente suspensa pela Justiça.  A suspensão do movimento grevista foi deliberada em assembleia realizada pela categoria nesta manhã. 

A paralisação dos cirurgiões-dentistas da rede pública municipal, que suspenderia por 30 dias os atendimentos em 44 postos de saúde da Capital, foi barrada judicialmente após um parecer favorável à prefeitura na noite desta terça-feira, decisão que sustenta a multa contra os sindicalistas. 

Apesar da interupção temporária do movimento paredista, o desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva confirmou que a Prefeitura de Campo Grande não está cumprindo as decisões judiciais, e a Justiça pode considerar o movimento grevista legítimo, caso a administração municipal não "entre na linha" dentro de 15 dias. Ou seja, na prática, o parecer apenas postergou a paralisação desta semana.

O desembargador confirmou que as decisões judiciais em favor dos sindicalistas não vêm sendo cumpridas de forma célere pela Prefeitura de Campo Grande, com registros de "dilação, advertências judiciais e imposições de medidas coercitivas no juízo de origem". 

“Nossa categoria respeita a Justiça, por isso decidimos suspender a paralisação, isso não significa que abrimos mão dos nossos direitos, nem que vamos recuar. Continuamos em estado de greve, cobrando que a Prefeita cumpra a ordem judicial para fazer o reposicionamento do plano de cargos e carreiras”, informou o presidente do Sioms, David Chadid.

Na ocasião, Chadid reforçou a legalidade do movimento. “Nós temos a convicção de que nosso movimento é legítimo e legal, pois seguimos todos os trâmites que a lei de greve determina, então nosso advogado pediu reconsideração da Justiça, demonstrando por meio de documentos que estamos fazendo o correto”, pontuou.

Imbróglio

No dia 15 de dezembro, o juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Ariovaldo Nantes Corrêa, negou mais prazo para a implementação do reposicionamento do plano de cargos e carreira, determinando que em 15 dias a gestão municipal cumprisse os pagamentos sobre o plano de cargos e carreira da categoria, sob pena de triplicar a multa ao Executivo Municipal em caso de descumprimento, advertindo a prefeita, em caso de desobediência. 

“Ficando desde já advertidos de que o descumprimento injustificado da ordem judicial implicará na incidência das penas de litigância de má-fé sem prejuízo da responsabilização do gestor por crime de desobediência nos termos do que dispõe o artigo 26 da Lei nº 12.016/2009”, advertiu o juiz.

Cabe destacar que, conforme previsto em Diário Oficial, a administração municipal  deve entrar de recesso entre 22 a 26 de dezembro e  29 de dezembro a 2 de janeiro de 2026, em virtude das festividades de fim de ano. As partes tentam um acordo há mais de um mês. 

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TRANSPORTE PÚBLICO

Justiça manda Prefeitura intervir no Consórcio Guaicurus

De acordo com a decisão, o Município tem um prazo de 30 dias para instauração de processo administrativo de intervenção, nomear um interventor e apresentar um plano de ação para a regularização do Transporte Coletivo

17/12/2025 16h30

Ônibus estão parados pelo terceiro dia na Capital

Ônibus estão parados pelo terceiro dia na Capital FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul reconheceu a existência dos indícios de má gestão e execução do transporte coletivo de Campo Grande e decidiu dar andamento à Ação Popular que pede a intervenção da Prefeitura Municipal no serviço operado pelo Consórcio Guaicurus. 

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juíz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado Lucas Gabriel de Souza Queiroz Batista em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Para o autor, o Consórcio deve ser penalizado por frota velha e precária, falta de manutenção e inexistência de seguros obrigatórios, além de irregularidades financeiras, como a transferência de R$ 32 milhões para a empresa Viação Cidade dos Ipês sem justificativa e a omissão contábil de receitas e fluxos de caixa desde 2012, como constatado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo. 

Por outro lado, o Município de Campo Grande deve ser responsabilizado por omissão de fiscalização, ausência de auditoria operacional, técnica e financeiras desde 2018, e continuidade de repasse dos subsídios milionários ao Consórcio “sem contrapartida efetiva de melhoria do serviço”. 

“Alego que não obstante as recomendações da CPI, a Prefeitura Municipal nada fez e essa inércia estatal configura verdadeira conduta lesiva passível de controle judicial. Que do ato omissivo lesivo é necessária intervenção corretiva por intermédio da presente ação popular”, escreve a decisão. 

TERCEIRO DIA DE GREVE

Campo Grande passa pelo terceiro dia consecutivo sem funcionamento do transporte público em decorrência da greve dos motoristas dos ônibus iniciada na segunda-feira (15). 

Os trabalhadores reivindicam o pagamento salarial, já que o Consórcio alegou não ter dinheiro para efetuar o pagamento do 13º dos servidores e nem do vale. 

Durante uma audiência de conciliação nesta terça-feira (16), O desembargador federal do trabalho, César Palumbo, do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT-24) determinou que 70% das frotas funcionassem nos horários de pico (entre 6h e 8h30/17h às 20h) e 50% da frota funcionasse em horário normal (entre 8h30 e 17h/20h às 00h), sob pena de multa no valor de R$ 200 mil por dia. 

No entanto, os motoristas não acataram a ordem judicial e prolongaram a paralisação. Com isso, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande leva multa de R$ 200 mil diários valor elevado após a audiência de ontem, que não chegou a nenhuma conciliação. 

O Presidente do sindicato, Demétrio Freitas, foi a favor da retomada do mínimo exigido em lei, mas foi voto geral dos motoristas venceu.

“A população está sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber. Todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos”, disse.

A greve afeta 100 mil usuários, que usam o transporte coletivo diariamente para ir e voltar do trabalho. 
 

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