Cidades

ALVO DA PF

Empreiteira pivô de escândalo tem contratos milionários com a Agesul em MS

LCM Construção, de Belo Horizonte, coloca a agência estadual como um de seus principais clientes em seu site oficial

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Investigado pela Polícia Federal (PF), com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), por suposto esquema criminoso de direcionamento de licitações e desvio de recursos públicos federais no Amapá, o empreiteiro Luiz Otávio Fontes Junqueira, responsável pela empresa mineira LCM Construção e Comércio S.A., tem contratos milionários com a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul).

Há 17 dias, a PF e a CGU deflagraram a Operação Route 156, após apurações iniciais indicarem a existência de uma organização criminosa estruturada que teria fraudado o caráter competitivo de pelo menos quatro pregões eletrônicos, totalizando mais de R$ 60 milhões em contratos com a Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Amapá (Dnit/AP).

Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, um deles em Campo Grande. No entanto, no endereço indicado na Capital ninguém foi encontrado, segundo informação confirmada pela superintendência de MS, que alegou que o mandado não foi cumprido pois “o alvo havia se mudado de endereço”.

Apesar de a operação nacional não ter relação com Mato Grosso do Sul, o governo do Estado e a empresa mantém “laços” desde 2021, quando dois contratos foram celebrados entre as partes, por R$ 18.954.622,30, ambos envolvendo manutenção e pavimentação de rodovias em cidades do interior do Estado.

Neste ano, a empreiteira mineira tem três contratos ativos com a Agesul, que, juntos, somam R$ 132.512.070,23, segundo informa o Portal da Transparência do governo de MS. O maior deles foi firmado em fevereiro, com valor inicial de R$ 101.212.310,02, mas, seis meses depois, ele já está em
R$ 107.950.836,03. 

Esse “megacontrato” prevê a reforma de 49,9 quilômetros da MS-436, entre as cidades de Camapuã e Figueirão, rodovia concluída há 12 anos. Ao incluir os acordos já encerrados, o montante recebido pela construtora da Agesul se aproxima da casa dos R$ 300 milhões em quatro anos.

Em nota ao Correio do Estado, a Agesul afirmou que a investigação policial não envolve nenhum dos acordos firmados entre as partes e que não vai rescindir nenhum contrato, por entender que não há necessidade, até o momento, por não ter registrado problemas na execução por parte da LCM.

“A investigação encontra-se em fase inicial, não havendo, até o momento, qualquer decisão judicial determinando a suspensão ou a rescisão dos contratos administrativos firmados entre a Agesul e a referida empresa. Os contratos celebrados pela Agesul com a LCM não possuem relação com o objeto da investigação conduzida pela Polícia Federal”, diz nota da agência.

“Qualquer eventual medida administrativa que envolva a rescisão contratual deverá observar, obrigatoriamente, os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Até a presente data, não foram registrados problemas na execução contratual por parte da LCM, permanecendo esta agência atenta e acompanhando os desdobramentos do caso”, complementa a Agesul.

Em seu site oficial, a construtora coloca a Agesul como um dos seus principais clientes, ao lado de prefeituras, como as de Belo Horizonte (MG), Poços de Caldas (MG), Vilhena (RO,) Santarém (PA), Porto Velho (RO) e Jaru (RO), e Caixa Econômica Federal, Dnit e outras secretarias municipais e estaduais.

MS-436

A reforma da MS-436 é responsável pelo maior contrato entre a Agesul e a LCM. Esta rodovia sempre foi alvo de reclamações por conta das más condições, que começaram a aparecer meses depois de seu lançamento, em 2013.

Matéria publicada este ano pelo Correio do Estado mostrou que a administração estadual estava disposta a pagar até R$ 102.860.310,38 pela recuperação, mas a empreiteira mineira ofereceu um deságio de 1,6%. 

A rodovia toda tem 111 km, e o recapeamento do maior trecho, de 61 quilômetros, chegou a ser licitado em maio do ano passado, mas o certame acabou sendo cancelado e nova licitação foi aberta no dia 5 de dezembro de 2024, prevendo investimento de R$ 134 milhões para refazer o asfalto.

O valor para recuperar a rodovia inteira será 21% maior que os R$ 194 milhões estimados em maio do ano passado, quando o governo do Estado anunciou o recapeamento completo da rodovia.

Embora o tempo de durabilidade de uma rodovia dependa de uma série de fatores, como intensidade do tráfego, o normal é que resista entre 10 anos e 25 anos até que comece a se deteriorar, conforme os manuais de engenharia. 

Porém, a MS-436 já estava tomada por buracos dois anos depois de sua implantação, feita na gestão do então governador André Puccinelli (MDB). Por conta disso, a obra foi alvo da Operação Lama Asfáltica, que chegou a levar à prisão tanto o ex-governador como uma série de assessores e até empresários.

DNIT

Além de diversos contratos com a Agesul, a empreiteira mineira também tem contrato com o Dnit em Mato Grosso do Sul desde agosto do ano passado. Com valor de R$ 46,7 milhões, o acordo prevê “implantação e manutenção de dispositivos de segurança e de sinalização rodoviária nas rodovias BR-158 e BR-262 no estado de Mato Grosso do Sul, totalizando 300,5 km”.

O contrato com o Dnit em MS é apenas uma parte dos vários que a LCM firmou nos últimos anos com o departamento em outros estados do País.

Segundo o site Metrópoles, desde janeiro de 2023, quando começou o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a empresa fechou 29 contratos com o Dnit, que, juntos, somam mais de R$ 1,5 bilhão.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, o empreiteiro recebeu R$ 366 milhões para obras neste mesmo “esquema” do Dnit. Importante ressaltar que a Operação Route 156 se deu a partir de investigações por manipulação em contratos com o Dnit no Amapá, que resultou no afastamento cautelar do superintendente do departamento naquele estado.

*SAIBA

Segundo a Polícia Federal, os envolvidos no esquema poderão responder pelos crimes de fraude à licitação, organização criminosa, prevaricação, violação de sigilo funcional, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

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Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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