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SOS RIO GRANDE DO SUL

Empresas e Instituições de MS se mobilizam para arrecadar doações às vítimas das enchentes no RS

Entre os principais itens estão água mineral, cobertores e alimentos não perecíveis; saiba como doar

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As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul já afetaram mais de 780 mil pessoas, deixando 75 mortos e 103 desaparecidos. Devido a situação de emergência, em Campo Grande, várias empresas, instituições e órgãos estaduais, se mobilizaram a fim de receber doações para serem enviadas às famílias necessitadas da região sul do país. 

Entre as empresas participantes, está o restaurante de pratos típicos, Gaucheria CG que realiza a campanha “SOS RS” em parceria com o CTG Farroupilha, CTG Tropeiros da Querência, Santo Quindim, Churrasco Gaúcho e Casa de Apoio à Família. 

Os proprietários Tales Amaro Maciel, e a esposa Endriana Michele Gutierrez começaram as doações no dia 03 de maio e entre os itens de mais prioridade, Tales comenta que no momento o que a população mais precisa é de alimentos não perecíveis, cobertores, agasalhos, roupas de cama e toalhas, “esses itens são primordiais”.

Seguindo a lista, temos água mineral que pode ser em embalagens de ‘garrafinha’, ‘copinho de água’, em seguida, itens de higiene pessoal (escova de dente, pasta de dente, sabonete, papel higiênico, absorvente), e por fim, roupas e calçados.

Em relação ao envio dessas doações, Tales conta que será em parceria com a Força Aérea Brasileira “já fizemos o contato com a FAB, e está acontecendo a operação conjunta chamada Taquari II, nós iremos fazer esses materiais chegarem até os centros de distribuição para que a força tarefa consiga destinar as doações, até os pontos onde estão aqueles que mais necessitam”.

“Muitas vias terrestres estão interrompidas mas temos parceiros que se dispuseram para levar os itens até lá, então temos empresas de transporte logístico, de ônibus, enfim, estão surgindo muitas pessoas que querem ajudar, então todos vocês são muito bem vindos, quem tiver condições e puderem fazer esse contato conosco, ficaríamos muito agradecidos”.

Endriana acrescenta que várias pessoas entraram em contato de transportadoras, e também em contato com o pessoal da Azul Cargo mas reiterou que é preciso aguardar, esperar abrir o aeroporto de Porto Alegre e algumas vias terrestres pois no momento está tudo fechado, "de qualquer forma, separaremos os produtos e enviaremos por todos os meios possíveis".

Ainda não há uma média da quantidade do que foi doado mas o restaurante atualmente recebe doações de vários locais.

"A maioria dos itens estão todos em sacola, são vários lugares de coleta, estamos trabalhando junto com CTG Farroupilha e CTG Tropeiros da Querência, estamos na fase de recauda, para começar a triagem de separação dos itens", disse.

As doações seguem até dia 15 de maio, mas caso não haja uma diminuição das chuvas no estado do Rio Grande do Sul, o casal pretende continuar a arrecadação.

Ao serem questionados do porquê começaram essa mobilização, Endriana respondeu que não é só por serem conterrâneos da cidade de Pelotas (RS), mas por se identificarem com todas as famílias.

"Humanidade, solidariedade! Nos identificamos como um pedaço do Rio Grande do Sul em Campo Grande! Não podíamos ficar sem fazer nada vendo tanta gente sofrendo e não só por ser conterrâneos, mas por serem seres assim como nós, em menos de um ano 2 tragédias dessas, é muito sofrimento".

Por fim, Michele conta que nesta segunda-feira (06), ela e o marido Tales, terão uma reunião com um vereador e os diretores dos CTGs para avaliar qual a melhor forma de envio dos primeiros itens.

A Gaucheria CG possui duas unidades, a primeira na Rua Brilhante, 3466 e a segunda na Rua Pedro Celestino, 2089. Ambos locais estão arrecadando as doações de segunda a terça e de quinta a domingo 17:00h- 00:00h.

Confira outros pontos de doação

  • OAB/MS

O que doar: produtos de higiene e limpeza, roupas e alimentos não perecíveis

Endereço:  Avenida Mato Grosso n⁰ 4700 

Horário: segunda à sexta, 08h-18h 

  • Lojas Todimo

O que doar: produtos de higiene e limpeza, roupas e calçados, cobertores e colchões

Endereço: Av. Ministro João Arinos / Av. Bandeirantes / Av. Júlio de Castilho e Av. Calógeras

Horário: segunda à sexta, 08h-18h 

  • Feira Fenasul 

O que doar: alimentos não perecíveis, itens de higiene, água e roupas

Endereço:  Círculo Militar / Afonso Pena, 107 – Bairro Amambaí

Horário: até 12 de maio 

  • Segunda a quinta – 16h às 22h
  • Sexta – 16h às 23h
  • Sábado – 12h às 23h
  • Domingo – 12h às 22h
  • CVC Viagens

O que doar: roupas e calçados, cobertores, lençóis e toalhas 

Endereço:  qualquer agência da Capital

Horário: verificar horário de cada agência

  • CTG Farroupilha

O que doar: roupas, calçados, cobertores e roupas de cama, kit de higiene, alimentos não perecíveis, ração animal, água mineral

Endereço: Av Pref Heráclito Diniz de Figueiredo, 930 - Monte Castelo

Horário: segunda à domingo, 8h-18h 

Contato: (67) 99290-7049

  • CTG Tropeiros da Querência

O que doar: roupas e agasalhos, roupas de cama e cobertores, alimentos não perecíveis, itens de higiene pessoal e limpeza, água potável

Endereço: Rua Miguel Sutil, 445, Vilas Boas

Contato: (67) 99866-8817

  • Santo Quindim 

O que doar: roupas e agasalhos, roupas de cama e cobertores, alimentos não perecíveis, itens de higiene pessoal e limpeza, água potável

Endereço: Avenida Tamandaré, 3204

  • Casa de Apoio à Família

O que doar:  roupas e agasalhos, roupas de cama e cobertores, alimentos não perecíveis

Contato: (67) 98178-7887 ou (67) 99288-2032

  • Corsan / Águas Guariroba

Doações via pix: CNPJ 92.958.800/0001-38 - Banco do Estado do Rio Grande do Sul

  • Estetic Face 

O que doar: Itens de inverno, roupas e calçados, fraldas adulto/infantil, água mineral, cobertores, itens de higiene

Endereço: Rua Zezé Flores, 987 - Bairro Santa Fé

 

saúde

Apesar de repasses públicos, crise na Santa Casa continua

Hospital continua superlotado, pagamento de PJs e empresas fornecedoras de insumos está atraso e procedimentos hospitalares estão suspensos

08/04/2025 13h04

Hospital Santa Casa, o maior de MS

Hospital Santa Casa, o maior de MS MARCELO VICTOR/arquivo

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Hospital Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de Mato Grosso do Sul, recebeu repasses milionários do Governo e Prefeitura, mas, ainda segue em crise financeira.

Em 24 de março de 2025, o hospital alegou níveis críticos de superlotação e que não admitiria novos pacientes, pressionando o poder público municipal e estadual.

A Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) repassa R$ 5 milhões mensais à instituição. Diante da pressão, na semana passada, anunciou que acrescentará mais R$ 1 milhão por mês. Com isso, o repasse mensal da Prefeitura à Santa Casa será de R$ 6 milhões.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), repassa R$ 9 milhões mensais à instituição. Com a pressão, cedeu mais R$ 25 milhões, que será pago em três parcelas até o mês de junho, com a primeira paga até 20 de abril.

Porém, mesmo com os novos repasses, a Santa Casa continua em crise:

  • Hospital está superlotado: hoje, terça-feira, 8 de abril de 2025, a ala verde tem capacidade para 7 pacientes, mas há 45 pessoas / ala vermelha tem capacidade para 6 pacientes, mas há 19 pessoas / existem 118 pacientes internados na ortopedia, sendo que 50 aguardam pela primeira cirurgia
  • Pagamentos de médicos PJ (pessoa jurídica) e de empresas fornecedoras de insumos estão atrasados. Vale ressaltar que o pagamento de CLT (Consolidação Leis do Trabalho), como enfermeiros, técnicos de enfermagem e limpeza estão em dia
  • Estão suspensos atendimentos ambulatoriais, cirurgias eletivas e transplantes renais das especialidades de ortopedia, cirurgia cardíaca e urologia. Os atendimentos de urgência e emergência funcionam normalmente
  • O hospital possui pacientes residentes, que são aqueles que ficam meses e meses internados, mais de 90 dias aguardando por procedimentos ou cirurgias que a instituição não pode arcar financeiramente. A média de pacientes residentes, em 2024, é de 4

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, o déficit mensal da instituição era de R$ 13,2 milhões, em dados apresentados pela instituição ao Ministério Público Estadual.

Conforme balanço de 2024, a Santa Casa alega faturamento de R$ 383,5 milhões, mas teve custos que somaram R$ 542,4 milhões.

De acordo com a diretoria da instituição, as soluções para o problema financeiro do hospital seriam:

  • Receber mais repasses financeiros do poder público – Sistema Único de Saúde (SUS) é subfinanciado, ou seja, o sistema não cobre toda a despesa de procedimentos
  • Reajustar a tabela SUS de repasses – tabela não é reajustada desde 2007 e os valores se tornaram ultrapassados
  • Rota de saída para paciente internado há muitos meses – hospitais precisam realocar pacientes internados há muito tempo
  • Expandir a linha privada (planos de saúde) para auxiliar a fonte de receita da instituição, subsidiar a ala SUS e amenizar o impacto financeiro que o hospital vem passando

De acordo com o diretor técnico da Santa Casa, William Lemos e diretora-presidente, Alir Terra, para sair da crise, o hospital precisa de dinheiro, financiamento e rota de saída de pacientes.

Hospital Santa Casa, o maior de MSColetiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (8) no Armazém Santa Casa. Foto: Marcelo Victor

“É necessário que haja um equilíbrio em relação à questão dessa tabela. A tabela foi aprovada em 2007, ela foi publicada em 2008, e de lá para cá, ela não teve um reajuste. Com relação às tabelas que nós recebemos que hoje dá uma quantidade de 2,6 tabelas, nós precisaríamos ter uma contratualização que chegasse a 4 tabelas pelos nossos cálculos. Nós precisamos de mais recursos. Esses recursos, por nossa parte, eles estão sendo viabilizados por meio de outros braços de negócio, como escola de saúde, como plano de saúde, como atendimento no particular, os regulados, que são via Unimed, e os não regulados, que são via CASSEMS e todos os outros planos de saúde. Essa é uma forma que nós temos de ajudar mais que essa área SUS seja mais atendida, com mais qualidade”, alegou a diretora-presidente durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (8) no Armazém Santa Casa.

“Nós tivemos em 2024 uma média de 4 pacientes residentes (pacientes que ficam mais de 90 dias no hospital), esses 4 pacientes deram um montante de 400 mil reais gastos pela santa casa, eles poderiam ter sido destinados para outra instituição. Nós precisamos de uma retaguarda para que esses pacientes não precisem ficar com um senhor com tumor cerebral de mais de 150 dias no hospital para alta”, pontuou o diretor técnico.

HOSPITAL SANTA CASA

Hospital Santa Casa de Campo Grande é o maior, mais importante e principal hospital de Mato Grosso do Sul.

Está localizado no quadrilátero das ruas 13 de Maio, Mato Grosso, Rui Barbosa e Eduardo Santos Pereira.

Atende 90% Sistema Único de Saúde (SUS) e 10% privado (planos de saúde: Santas Casa Saúde, Caixa, Correios, lojas macônicas, Cassems, Unimed, entre outros planos privados).

A entrada é da ala privada é pela avenida 13 de Maio e da ala SUS pela avenida Eduardo Santos Pereira.

Dos pacientes atendidos, 69% são de Campo Grande, 30% do interior e 1% de outros estados/países.

A Santa Casa de Campo Grande foi fundada em 1917. A construção do hospital começou em 1924 e foi concluída em 1928.

Atualmente, conta com a estrutura de:

  • Pronto Atendimento Adulto, Pediátrico e Obstétrico (SUS e convênio/particular)
  • 3 salas de estabilização (adulto, pediátrico e obstétrico)
  • 704 leitos operacionais, sendo 615 destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e 86 destinados aos convênios e particulares
  • 14 leitos Hospital DIA
  • 80 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Tipo III Adulto (SUS e convênio/particular)
  • 14 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Tipo III Pediátrica (SUS e convênio/particular)
  • 18 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Tipo III Neonatal (SUS e convênio/particular)
  • 11 leitos Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional (UCINCo) 
  • 04 leitos Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa)

MATO GROSSO DO SUL

Estado indeniza em mais R$ 2,7 milhões empresa que apareceu na 'turn off'

Indenizações têm sido periódicas, com valores repetidos para além do pregão faturado de R$ 36,99 milhões por ano para aluguel de tomógrafos da rede de urgência e emergência de MS

08/04/2025 12h01

Em contrato para Rede Digital de Imagens Estadual, o MPMS apontava prática de sobrepreço da Health, que teria alugado todos os equipamentos e programas por lote ao invés de individualmente. 

Em contrato para Rede Digital de Imagens Estadual, o MPMS apontava prática de sobrepreço da Health, que teria alugado todos os equipamentos e programas por lote ao invés de individualmente.  Reprodução/Internet

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Pela edição de hoje (08) do Diário Oficial, o Governo do Estado trouxe à público mais uma parcela de indenização à empresa Health Brasil, que é envolvida em irregularidades desde que venceu licitação pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), aparecendo até entre a operação "Turn Off". 

Conforme extrato de termo de reconhecimento de dívida, publicado hoje no Diário Oficial do Estado, a indenização repete o montante de R$2.758.766,00 para a empresa Health Brasil Inteligência em Saúde Ltda., com assinatura que data da última sexta-feira (04). 

Essas indenizações têm sido periódicas, com os valores sendo repetidos para além do pregão faturado pela Health Brasil Inteligência em Saúde, de R$36,99 milhões por ano para aluguel de tomógrafos que atendem a rede de urgência e emergência do Estado. 

Em junho de 2024, por exemplo, diante da publicação do extrato de indenização de R$2,7 milhões referente ao mês de abril do ano passado, a Secretaria de Estado de Saúde foi questionada a respeito do assunto. 

Pela nota retorno, a SES foi categórica em resumir que "o pagamento do reconhecimento de dívida é referente ao contrato de prestação de serviços que a empresa teve com a pasta", sem acrescentar qualquer apontamento a respeito. 

Escândalos e irregularidades

Em atividade desde 2010, a Health venceu licitação de 2015 da locação de computadores e software para a implantação da Rede Digital de Imagens Estadual (REDIME), que passou a "amargar" a situação da empresa, inclusive com o Ministério Público de MS recomendando a não prorrogação, como bem abordou o Correio do Estado.

Antiga HBR Medical, a Health descreveu as primeiras operações "atendiam pontualmente os principais hospitais do Mato Grosso do Sul, por meio da locação de equipamentos e softwares de gestão de imagens", estendendo o serviço, com o passar do tempo, para cada vez mais para clínicas e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) locais e nas macrorregiões do Estado.

Ainda em 2021 até mesmo a continuidade de exames de raio-x e ultrassonografia, em unidades de Saúde da Campo Grande e no Hospital Regional do Estado, foi ameaçada, já que o fim de contrato colocou em risco a locação infraestrutura completa para implantação da Redime. 

Desde 2020 tanto a Pasta da Saúde quanto a Secretaria de Administração e Desburocratização (SAD) já haviam sido notificadas, pelo Ministério Público, quanto às irregularidades no processo de licitação. 

Entre essas irregularidades o MPMS apontava, por exemplo, uma prática de sobrepreço por parte da Health, que teria alugado todos os equipamentos e programas por lote ao invés de individualmente. 

Antes disso, porém, os autos da conhecida "Operação Turn Off" de combate a esquema de corrupção; fraude; lavagem de dinheiro, entre outros crimes - evidenciaram flagrante favorecimento para que a empresa Health Brasil Medical saísse vencedora do pregão de aluguel de equipamentos de imagem. 

Para que a empresa saísse vitoriosa do pregão eletrônico, os irmãos Coutinho - (Lucas e Sérgio, presos pela Turn Off) que não têm relação societária com a Health Brasil -, atuaram fortemente com o contato deles dentro da Secretaria de Estado Administração (SAD), Simone de Oliveira Ramires Castro.

Justamente esse possível esquema de corrupção afastou de uma licitação para alugar tomógrafo, à época, até mesmo a multinacional alemã Siemens, que impugnou vários itens do pregão, mas não teve suas solicitações atendidas e caiu fora da disputa.

Foi aberta também investigação criminal do contrato de quase R$37 milhões com a Health Brasil, instaurada em junho de 2023 e prorrogada em setembro do mesmo ano, após indícios de fraude em licitação. 

Investigada ao lado da Isomed e Isototal, a empresa "saiu ilesa" das buscas e apreensões feitas na época da operação, porém, ainda em dezembro os promotores de Justiça passaram a analisar os dados apontando para corrupção

 

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