Cidades

PANDEMIA

Especialistas discordam sobre o impacto da vacina contra Covid-19 na rede privada

Para infectologistas, apesar de ser legal, compra do imunizante beneficia apenas uma parcela da população

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Após clínicas particulares abrirem negociação para compra de vacinas contra a Covid-19, surgiram diversos questionamentos a respeito da distribuição dos imunizantes na rede privada no Brasil. 

Especialistas entrevistados pelo Correio do Estado discordam sobre o impacto da imunização da população brasileira com a disponibilização da vacina em redes privadas, além do Sistema Único de Saúde (SUS).

O infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, afirma que a compra de vacinas por clínicas particulares não é ilegal. No entanto, pode ser considerada imoral ao privilegiar uma parte da população, que teria acesso mais rápido ao imunizante. 

Outro fato importante é que a quantidade de vacinas produzidas não aumentará, será apenas dividida entre a rede privada e a pública.  

“Legal é, só não é ético. Não existe nenhuma lei que impeça a comercialização da vacina na rede privada. Tanto que eles fazem isso com a da Influenza, mas representam apenas 10% do mercado e privilegiam uma população que tem dinheiro para ter acesso”, explica.

No Brasil há autorização para o uso de duas vacinas contra Covid-19, Coronavac e Oxford/Astrazeneca, e algumas clínicas privadas de vacinação já planejam comprar a vacina Covaxin, produzida na Índia. De acordo com Croda, a disponibilidade do imunizante na rede privada não vai ter impacto significativo no controle da doença, pois envolve uma taxa pequena da população.  

“Pelo SUS, a taxa de vacinação geral chega a 80, 90%, então para a gente ter controle de casos e óbitos, precisa vacinar pelo SUS. Esse é o perfil do Brasil. A rede privada vai ter um impacto no controle pequeno e vai favorecer um grupo que não deveria ter vacina nesse momento, que são pessoas jovens e sem comorbidade, e não o grupo prioritário. Do ponto de vista ético, não deveria ser ofertada”, detalha.

Após a possibilidade de a rede privada adquirir imunizantes contra a Covid-19, o Ministério da Saúde divulgou que o setor privado também deve seguir a ordem de priorização para a vacinação, iniciando com idosos e profissionais de saúde. 

A expectativa é de que a rede privada receba poucas doses, já que as vacinas Pfizer, Oxford/Astrazeneca e Moderna priorizam negociações com o governo.

A infectologista Ana Lucia Lyrio afirma que, para fiscalizar a ordem de prioridade nas clínicas particulares, as empresas teriam de enviar um relatório para a Vigilância Sanitária do Estado, com o número de frascos utilizados, o nome dos vacinados e especificidades como idade e se possui comorbidades.  

Segundo Lyrio, não há problema em disponibilizar imunizantes contra o coronavírus em clínicas privadas, desde que o Ministério da Saúde faça sua parte. A infectologista acredita que a compra na rede privada pode diminuir a demanda do setor público.

“As clínicas privadas sempre ofereceram vacinas ao mesmo tempo que o SUS, sem nenhum problema. Neste caso agora, totalmente diferente, em que faltam vacinas para todos, eles procuraram uma indústria que produz uma vacina que não faz parte dos imunizantes que o Ministério da Saúde pretende contratar”, pontua.  

De acordo com a médica infectologista Mariana Croda, a entrada das clínicas privadas no cenário é vista com bons olhos pela saúde pública. 

“As pessoas devem aceitar a vacina que estiver disponível. Claro, se ela for segura e eficaz. Não existe problema de a população ser imunizada por vacinas de diferentes laboratórios. O Brasil errou em ter apostado em apenas uma vacina”, frisa.  

Quanto à questão da possível existência de uma competição entre sistema público e privado para a aquisição das doses, a especialista diz que essa é uma preocupação fútil. 

“Isso [competição] não acontece. Em geral, as empresas vendem prioritariamente para o sistema público de saúde, que compra mais. Não existe competição, mas, sim, cooperação entre os dois sistemas, o que chamamos de ser solidário ao SUS”, pontua.  

IMPACTO

Segundo o sociólogo Paulo Cabral, apenas uma pequena parte da população terá condições de pagar pela vacina, uma quantidade que não será capaz de modificar o cenário da vacinação no Brasil. 

“Parece que a pretensão é para se adquirir cerca de cinco milhões de doses, o que representaria a imunização de 2,5 milhões de pessoas, ou seja, 1% da população brasileira. Isso é uma gota destinada à elite econômica, capaz de pagar pelo elevado custo em clínicas privadas”, afirma.

Mesmo com a baixa quantidade, o sociólogo acredita que a disponibilidade da vacina em rede privada pode ter influência no panorama de extrema desigualdade do Brasil. 

“Claro que aqueles que têm grana vão pagar por sua imunização e ficarão livres do risco de contrair a doença primeiro. Já a massa de cidadãos dependerá da incompetência do governo federal para ser imunizada quando e como ele quiser”, ressalta.

Segundo Cabral, a compra não fere a moralidade, pois se trata de uma mercadoria como qualquer outra em uma economia de mercado.  

“Parece-me que o problema não é o setor privado adquirir vacinas, e sim a falta de compromisso, a falta de vontade política do governo, traduzida na inércia do Ministério da Saúde, que não se planejou, não se mobilizou para adquirir vacinas e os insumos necessários a fim de garantir um plano nacional de imunização”, acredita.  

Cabral ressalta que a problemática é também a politização da pandemia e da vacina, com a disputa entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente, Jair Bolsonaro, e os discursos do chefe de governo contra a vacinação.

“O presidente flertando com movimentos antivacinação representa um retrocesso ao século passado, quando muitos foram instrumentalizados contra a vacina antivariólica, desencadeando a chamada Guerra da Vacina, em 1905”, explica.

ACORDO PARA COMPRA

A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) e a importadora Precisa Medicamentos fecharam acordo com a farmacêutica Bharat Biontech, da Índia, para a compra de cinco milhões de doses da vacina Covaxin. 

Em Campo Grande, apenas uma clínica demonstrou interesse em adquirir as vacinas.  

O imunizante, que está na fase três de testes na Índia, ainda não tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a expectativa da farmacêutica é de que ele esteja disponível no mercado privado em abril. 

Esta será a primeira vez em que clínicas particulares ofertarão a vacina contra Covid-19 no setor privado e, se aceita, será a primeira a obter autorização emergencial da Anvisa.

O presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, explicou em nota que a compra será feita para ampliar a cobertura vacinal contra a Covid-19 e viabilizar a importação da vacina no Brasil pelas clínicas privadas.  

“Essa deve ser a primeira vacina disponível para o mercado privado brasileiro, por meio de um MOU [memorandum of understanding] assinado com a ABCVAC”, detalha Barbosa.

CAMPO GRANDE

Na capital de Mato Grosso do Sul, a única clínica de imunização privada que já demonstrou interesse na compra das vacinas foi a Imunitá.  

Segundo o diretor, Alberto Jorge Costa, nenhum contrato de compra com quantitativo de doses foi assinado pela clínica.  

“Essa vacina ainda está na fase três e não foi aprovada pela Anvisa, por isso, tem apenas essa intenção de compra, esse interesse caso seja tudo aprovado. Caso não dê certo, a fase três não tenha os resultados esperados e não seja aprovada pela Anvisa, então é só uma intenção”.

Já a clínica Vaccini afirma que não fez o pedido de intenção em razão da falta de conclusão dos estudos da Covaxin. De acordo com a empresa, o pedido só será feito quando a vacina estiver disponível para comercialização. “A prioridade de vacinação ainda é do governo [federal], do Ministério da Saúde, a rede privada sempre busca novas parcerias, laboratórios parceiros com qualquer imunobiológico disponível e autorizado pela Anvisa, que não é o caso ainda da vacinação contra a Covid-19”. (AKF)

 

Pesquisa

Brasileiro debateu menos política em grupos de família e amigos no WhatsApp em 2024

Levantamento do InternetLab mostra que esse tipo de conteúdo apareceu com menos frequência nesses grupos do que em anos anteriores da série histórica.

15/12/2025 21h00

Divulação

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A circulação de notícias e discussões sobre política em grupos de família, amigos e trabalho no WhatsApp caiu em 2024, mesmo em um ano de eleições municipais.

Levantamento do InternetLab mostra que esse tipo de conteúdo apareceu com menos frequência nesses grupos do que em anos anteriores da série histórica.

A proporção de pessoas que apontam os grupos de família e de amigos como aqueles em que mais aparecem debates sobre questões da sociedade foi de 23% e 24%, respectivamente, em 2024.

Em 2023, quando não houve eleições, esses percentuais eram de 30% e 27%. Nos grupos de trabalho, a proporção manteve-se em 11%.

Já o compartilhamento de notícias sobre política em grupos de família, amigos e trabalho caiu de 31%, 29% e 13%, em 2023, para 27%, 24% e 11%, respectivamente, em 2024.

A diretora de Pesquisa e Operações do InternetLab, Heloisa Massaro, explica que, na etapa qualitativa da pesquisa, surgem relatos de saturação dos usuários desses grupos.

"Em anos anteriores, muitas pessoas diziam que, depois de brigas ou expulsões de grupos maiores, passaram a criar grupos paralelos, menores, com poucos amigos ou familiares, nos quais conseguiam conversar sobre política. O que observamos mais recentemente é um pouco diferente. Neste ano, apareceu mais um relato de saturação dos grupos em geral. Um cansaço mesmo. As pessoas estão menos ativas nos grupos", afirmou.

O estudo apresenta depoimentos de alguns entrevistados, sem identificá-los. Uma das entrevistadas, de São Paulo, relata sensação semelhante à descrita pela pesquisadora.

"Me sinto muito cansada com a quantidade de informações e de coisas que temos que acompanhar para manter contato e informação", afirmou.

Segundo Heloisa, isso não significa que o tema política tenha desaparecido das interações no aplicativo. "Muitas vezes, a discussão migra para conversas individuais no WhatsApp ou para outros espaços", disse.

"Nos grupos, pelo menos na minha família, ficou proibido mesmo. Quando alguém toca em algum assunto, como alguma mudança na economia, logo alguém interrompe, porque sabe que vai dar briga', contou outra entrevistada.

Medo de dar opinião

Mais da metade (56%) das pessoas que participaram da pesquisa relataram sentir medo de expressar opinião sobre política porque "o ambiente está muito agressivo". O percentual, no entanto, manteve-se relativamente estável nos últimos três anos, dentro da margem de erro.

"Esse indicador está estável desde 2022, quando atingiu 57%. Naquele ano houve um pico, o que é esperado, por ter sido uma eleição presidencial muito marcada pela polarização", explicou Heloisa.

Além disso, 52% dos entrevistados afirmam se policiar cada vez mais sobre o que dizem nos grupos, enquanto metade diz evitar falar de política para fugir de brigas.

"Os dados sobre as pessoas se policiarem mais cresceram até 2022 e depois se estabilizaram em um patamar um pouco mais baixo. Isso é consistente com o contexto, já que eleições federais tendem a gerar mais engajamento e mais conflito do que eleições municipais ou anos não eleitorais", afirmou.

"Acho que os ataques hoje estão mais acalorados. Então, às vezes você fala alguma coisa e é mais complicado. O pessoal não quer debater, na verdade já quer ir para a briga", disse uma das entrevistadas.

Mulheres se resguardam mais

No recorte por gênero, a pesquisa indica que as mulheres relatam mais medo de se posicionar, se policiam mais e evitam com maior frequência compartilhar mensagens que possam atacar os valores de outras pessoas.

"Em praticamente todos os indicadores ligados a se sentir seguro ou à vontade para falar de política, as mulheres aparecem com percentuais mais baixos. Já os homens predominam entre os mais ativos, administradores de grupos ou dispostos a compartilhar conteúdo mesmo com risco de conflito", disse Heloisa.

Menos usuários em grupos de debate político

De 2020 a 2024, o número de usuários que participam de grupos exclusivamente dedicados a debater política no WhatsApp caiu quase pela metade. Enquanto 10% dos usuários estavam nesses grupos em 2020, apenas 6% relataram participar deles em 2024.

Heloisa pondera, no entanto, que a variação foi pequena entre 2023 e 2024 e deve ser lida dentro de uma tendência mais ampla.

"Quando olhamos a série histórica, essa queda é gradual e acompanha uma redução geral do número de grupos dos quais as pessoas participam. Há também queda na média de grupos por pessoa. Por isso, interpreto esse dado mais como parte dessa tendência geral do que como um recuo específico e abrupto do debate político", afirmou.

Grupos de campanha eleitoral

Em 2024, houve aumento no recebimento de links e na inserção em grupos de campanha eleitoral no WhatsApp. A proporção de usuários que receberam um link e entraram em um grupo desse tipo cresceu nove pontos percentuais em relação a 2023 (36% ante 27%) e cinco pontos na comparação com 2022 (31%), ano de eleições federais.

"Isso sugere um uso mais sofisticado desses grupos por parte das campanhas. Vimos estratégias mais elaboradas do que em anos anteriores. Muitos desses grupos estavam ligados a bairros, comunidades locais ou ações específicas, algo característico das eleições municipais", explicou Heloisa.

"Ou seja, não é que o debate político tenha desaparecido. Ele continua existindo, mas de forma mais direcionada e estratégica, fora dos grupos tradicionais de família, amigos e trabalho", concluiu.

Sem intervenção

Em meio a greve, Prefeitura defende contrato com o Consórcio Guaicurus e recusa intervenção

A Agetran se apresentou contrária ao pedido de liminar da ação popular, movida por Luso Queiroz (PT), que solicita intervenção imediata do Município na gestão do Consórcio Guaicurus

15/12/2025 19h20

Os motoristas do Consórcio Guaicurus aderiram à greve e pararam completamente o serviço durante esta segunda-feira (15)

Os motoristas do Consórcio Guaicurus aderiram à greve e pararam completamente o serviço durante esta segunda-feira (15) Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), se apresentou contrária ao pedido de liminar da ação popular, movida pelo ex-candidato à prefeito Luso Queiroz (PT), que solicita intervenção do próprio Município na gestão do Consórcio Guaicurus.

A ação popular solicita a intervenção administrativa imediata na concessão do transporte coletivo urbano, atualmente operada pelo Consórcio Guaicurus, e imputa ao Município, à AGETRAN e à AGEREG suposta omissão fiscalizatória e gestão inadequada do contrato de concessão.

A Agetran diz que a ação popular "mostra-se manifestamente inadequada, pois pretende submeter ao Poder Judiciário a revisão ampla da política pública municipal de transporte coletivo urbano, fundada em alegada omissão administrativa", a qual "não se confirma segundo o relatório de auditoria do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS). 

Razões para o indeferimento da tutela

O primeiro motivo que a Agetran alega é que o ato lesivo não se presume, pois o ônus da prova é integralmente do autor popular e críticas abstratas à política pública não configuram lesão juridicamente relevante. 

Além disso, ação não se presta à fiscalização genérica da administração, mas apenas à invalidação de atos específicos e comprovadamente lesivos, o que inexiste no presente caso.

O segundo ponto abordado é sobre a atuação fiscalizatória da Agetran, a qual diz que afasta qualquer alegação de lesividade. A agência afirma que realizou fiscalização contínua do contrato de concessão e nos últimos cinco anos foram aplicadas aproximadamente 16 mil penalidades administrativas ao Consórcio Guaicurus.

O documento também traz como defesa o relatório do TCE/MS e diz que confirma a inexistência de dano e regularidade da atuação administrativa.

"O TCE/MS, após auditoria aprofundada sobre a concessão do transporte coletivo, não identificou danos ao erário imputável à AGETRAN ou ao Município, nem apontou ilegalidade grave capaz de caracterizar lesão à moralidade administrativa e ainda reconheceu a existência de fiscalização, controle e acompanhamento contratual, limitando-se a expedir recomendações e determinações administrativas, típicas do controle externo preventivo e corretivo". 

Por fim, a contestação afirma que o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público converge com as conclusões do TCE/MS, pois:

  • não imputou irregularidades à atuação da AGETRAN
  • não reconheceu lesão ao patrimônio público
  • não recomendou intervenção administrativa
  • tampouco apontou prática de ato ilegal ou imoral por parte do Poder Concedente.. 

Risco de dano grave à coletividade 

A Agetran inseriu no documento de contestação também uma parte sobre o Periculum in mora reverso, ou seja, o risco de que a própria decisão judicial, ao conceder a liminar, cause um dano mais grave ou irreparável à parte contrária do que aquele que a medida pretendia evitar.

"A intervenção administrativa na concessão do transporte coletivo urbano constitui medida excepcionalíssima, que somente se justifica diante de colapso institucional ou ilegalidade grave e comprovada — circunstâncias absolutamente inexistentes no caso concreto".

De acordo com a Agetran, a concessão liminar de intervenção implicaria: 

  • na ruptura do contrato;
  • insegurança jurídica para operadores, trabalhadores e usuários;
  • risco de descontinuidade do serviço público essencial;
  • instabilidade financeira e operacional do sistema;
  • sobrecarga imediata da Administração Pública sem estrutura instalada.

A Agetran finaliza dizendo que o Município não tem capacidade operacional para intervenção imediata, pois "jamais operou diretamente o transporte coletivo urbano; não dispõe de frota própria, garagens, oficinas, motoristas, mecânicos ou logística operacional". 

Finaliza afirmando que nenhuma das providências solicitadas pode ser implementada de forma imediata por decisão liminar, especialmente em um sistema complexo e de grande escala.

Nota do TRT sobre a greve dos motoristas

Em atendimento aos questionamentos da imprensa, o Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região informa que o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande foi notificado formalmente ao 12h36min desta segunda-feira (15/12), da decisão sobre a manutenção mínima de 70% dos trabalhadores em atividade, enquanto durar a paralisação da categoria. A decisão, proferida durante o plantão judiciário, na noite de domingo (14/12), reconhece o direito constitucional de greve e assegura a manutenção de serviços indispensáveis, visto que o transporte coletivo é essencial para a população. 

De acordo com o des. César Palumbo Fernandes, relator do processo, “A Justiça do Trabalho reconhece a importância do direito de greve, constitucionalmente assegurado aos trabalhadores e também a gravidade da situação, ante ao não recebimento dos seus vencimentos. Entretanto, a população também tem constitucionalmente garantido o acesso a serviço público de transporte urbano, caracterizado como essencial e por esse motivo não se pode aceitar a paralisação de 100% dos serviços. Há uma multa fixada inicialmente em R$ 20 mil reais por dia de descumprimento da decisão, que incide de imediato e caso não atendida pode vir a ser majorada, sem prejuízo do reconhecimento de crime de desobediência e adoção de outras medidas coercitivas cabíveis.”

Uma audiência de conciliação foi marcada para esta terça-feira (16/12), às 15h45, na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, localizado à Rua Delegado Carlos Roberto Bastos de Oliveira, nº 208 – Jardim Veraneio. A reunião será aberta para a imprensa.

 

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