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Esposa chegou a anunciar sucesso da cirurgia de João Carreiro

Horas depois, porém, ela voltou às redes sociais para pedir orações pelo marido, que está sendo velado na Câmara de Campo Grande e será sepultado em Mato Grosso

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O cantor sertanejo João Carreiro morreu nesta quarta-feira, 3, aos 41 anos, após complicações provocadas por uma cirurgia para adicionar uma válvula no coração em um hospital de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. O artista ficou conhecido nos anos 2000 na formação de dupla com o ex-companheiro, Capataz, que informou e lamentou a morte no Instagram.

Um dia antes do procedimento, Carreiro havia publicado vídeo nas redes sociais brincando sobre a roupa hospitalar e informando que faria a cirurgia no coração e passaria alguns dias fora das redes sociais. "Pode ficar tranquilo, que já deu tudo certo", disse.

Durante esta quarta-feira, a mulher do cantor, Francine Caroline, também deu atualizações do estado de saúde dele, e chegou a informar que o coração já estaria funcionando sozinho após adicionarem a válvula no coração do artista. Segundo a mulher, a equipe médica finalizaria o procedimento dentro de duas horas. No entanto, horas depois Francine pediu por orações pela vida do sertanejo.

Natural de Cuiabá, no Mato Grosso, João deixou a dupla João Carreiro & Capataz em 2014 e resolveu seguir carreira solo após sucessos como Bruto, Rústico e Sistemático e Xique Bacanizado. Sozinho, Carreiro lançou duas músicas recentemente, dentre elas Meu Avô e Bagulho é Louco Mano.

O último show do sertanejo foi na virada do ano para 2024 no município de Pedra Preta, no seu Estado de origem.

Nas redes sociais, Capataz lamentou a morte do antigo parceiro e disse que recebeu a notícia junto da filha, que estava na barriga da mãe quando ambos iniciaram a carreira juntos. "Ninguém, além de nós, saberemos o que vivemos".

Outros artistas como Ana Castela e a dupla Jads e Jadson também publicaram as suas condolências pela morte do músico. Nos stories do Instagram, Ana publicou registros junto ao cantor e agradeceu pela visita que Carreiro fez a sua cidade natal, Sete Quedas, no extremo sul de Mato Grosso do Sul, no dia 30 de dezembro, "Deus sabe de tudo, e ele te queria com ele", disse.
 

MATO GROSSO DO SUL

Efetivo policial segue em área de conflito indígena no interior em MS

Passado 24 horas da morte de Nery, indígenas tiveram protesto em homenagem reprimido na tarde de ontem (19), com a sexta-feira (20) amanhecendo com ânimos mais "apaziguados"

20/09/2024 13h01

Grupo residente na tekoha Ñanderu reuniu-se às margens da MS-166, junto à cruz de Dorvalino quando os policiais chegaram com viaturas e camburões para impedir o protesto.

Grupo residente na tekoha Ñanderu reuniu-se às margens da MS-166, junto à cruz de Dorvalino quando os policiais chegaram com viaturas e camburões para impedir o protesto. Reprodução

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Com ânimos mais "apaziguados" nessa sexta-feira (20), que amanhece sem registros de ataques ou conflitos entre povos originários e forças policiais, a Terra Indígena Ñanderu Marangatu e seus habitantes ainda viram resposta mais dura quando tentavam fazer um protesto junto à cruz de Dorvalino Rocha, 24 horas após a morte de Nery Ramos da Silva Guarani Kaiowá. 

Vídeo gravado ainda na quinta-feira (19) registra o momento tenso, em que é possível ouvir gritos indignados e sons de disparos, após os indígenas se reunirem junto às margens da rodovia MS-166. Confira: 

No registro feito na TI de Antônio João - distante mais de 280 km da Capital de Mato Grosso do Sul - é possível notar a hostilidade na ação contra os povos originários e, como bem aponta o advogado representante, Anderson Santos, um idoso foi ferido pela Polícia Militar. 

Segundo informações, esse senhor machucado chegou a sofrer um desmaio, momento em que todos acharam que ele havia morrido, mas felizmente não foi o caso. 

Conforme os povos originários da região, foi notório um aumento do contingente das forças policiais pela região, que atuam pela decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

Apoiados judicialmente, os policiais designados para área de conflito estão ordenados a garantir o ir e vir dos funcionários e 'proprietários' da Fazenda Barra, desde a rodovia até a sede, num percurso de mais de 10 quilômetros. 

Relatos indígenas apontam que o grupo residente na tekoha Ñanderu reuniu-se às margens da MS-166, junto à cruz de Dorvalino, morto nessa mesma Terra Indígena ainda no ano de 2005, quando os policiais chegaram com viaturas e camburões para impedir o protesto.

Dorvalino foi alvejado por dois tiros - disparado por segurança privado de fazendas da região -, quase 20 anos atrás dessa morte mais recente de Nery Kaiowá, que se juntam a dois outros nomes mortos nessa mesma terra indígena desde a década de 80, sendo: 

  • 1983 | Marçal de Souza: morto em casa com 5 tiros, na Aldeia Campestre 
  • 2015 | Simião Vilhalva: morto com tiro na cabeça durante conflito por terras

100 homens

Importante ressaltar que, essa decisão de "escolta" já vinha sendo cumprida e, após a morte de Nery Ramos Guarani Kaiowá, o próprio secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública apontou um reforço armado para a região. 

Na ocasião, em que o Governador Eduardo Riedel convocou um "sala de situação" para tratar o que ocorre em Antônio João, o titular da Sejusp, Antônio Carlos Videira, culpou 'índios paraguaios a serviço do tráfico' pelo acirramento do confronto, destacando uma centena de policiais para apoio. 

Conforme a Sejusp, esses 100 homens tratam-se policiais de reforço/recobrimento, que atuam em apoio aqueles que já estão agindo em cumprimento da decisão judicial, que, em tese, busca segurança para a família residente na Família Barra. 

 

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FALTA DE MEDICAMENTOS

Cinco anos depois e HR segue tratando à míngua pacientes com câncer

Em 2019 a Justiça já havia determinado fim da falta de medicamentos, mas a carência persite e por isso o MPE abriu nova investigação nesta sexta-feira

20/09/2024 11h55

Em maio deste ano, 641 pessoas procuraram atendimento contra o câncer no Hospital Regional de Campo Grande

Em maio deste ano, 641 pessoas procuraram atendimento contra o câncer no Hospital Regional de Campo Grande

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Cinco anos depois de o Ministério Público Estadual conseguir na primeira e segunda instância da Justiça uma decisão obrigando o Governo do Estado a acabar com a falta crônica de medicamentos para o tratamento contra o câncer no Hospital Regional de Campo Grande, o problema continua e por isso virou alvo de mais um inquérito civil instaurado pelo MPE. 

A decisão sobre a abertura do inquérito foi publicada no diário oficial do MPE nesta sexta-feria (20) e entre as justificativas o promotor Marcos Roberto Dietz escreve que “a gravidade das falhas, em especial quando ocorre no campo da oncologia, pode resultar no agravamento do quadro dos pacientes, terminando, não raras vezes, no aumento da demanda hospitalar e majoração dos índices de mortalidade por câncer no Estado”. 

Na abertura da investigação, a promotoria diz que recebeu relatos de pelo menos dois pacientes nas últimas semanas. "Já não é a primeira vez que falta. Remédio essencial para salvar vidas'. A segunda reclamante diz que "Não é a primeira vez, isso tem sido recorrente, com isso tem atrapalhado meu tratamento e meu processo de cura," informaram os pacientes ao MPE. 

Além de relatos de pacientes que procuraram o MPE, o inquérito mostra o desespero dos próprios médicos com a situação. Em carta enviada à promotoria no dia 2 de setembro os profissionais dizem que “tais falhas geram real perda da possibilidade de cura, progressão evidente da doença e óbitos”. 

Em suas justificativas para abertura de nova investigação o promotor explica que “o Estado de Mato Grosso do Sul e a Fundação Serviços de Saúde (FUNSAU), passados mais de 5 (cinco) anos da decisão judicial citada em linhas anteriores, não adotaram as providências cabíveis para fornecimento contínuo de medicamentos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Ou seja, antes e depois da decisão judicial é observado o grave cenário de desabastecimentos de medicamentos básicos do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, implicando reconhecer falhas estruturais e estratégias nos procedimentos de aquisição e distribuição dos itens”. 

A promotoria até já ouviu os representantes do hospital para explicarem a demora na compra. Estes, por sua vez, deixam claro que existe um “racha” na administração estadual, que está preparando a "privatização" do hospital. Os administradores reclamam que perderam a autonomia para fazerem as compras. Esta responsabilidade passou para a Secretaria de Administração.

 “Os processos de compra conduzidos pela Secretaria de Estado de Administração (SAD) são marcados por excessiva morosidade, de modo que "a maioria dos processos de compra iniciou em 2023, permanecendo por meses na SAD sem andamento", explicaram os administradores ao promotor. 

Essa centralização das compras ocorre desde meados do ano passado, conforme a direção do hospital. E, além de provocar mortes, ela onera os cofres públicos, embora o objetivo da centralização fosse exatamente o contrário. “As compras emergenciais realizadas HRMS têm sido mais econômicas do que as realizadas regularmente pela SAD”, relatou a direção do hospital à promotoria. 

E não é um ou outro medicamento que está em falta. “Os atrasos incidem sobre demanda contínua (não há itens novos), 88 (oitenta e oito) quimioterápicos, sendo cerca de 15 (quinze) de consumo mais frequente. Atualmente a falta tem ocorrido de modo geral, não só em quimioterápicos, o que também se atribui à crescente demanda oncológica”, diz o texto do inquérito. 

ALTA NA PROCURA

A direção do hospital acredita que existe alguma irregularidade no aumento desta demanda. “Sugerem que se comparem os números de atendimentos oncológicos entre os hospitais, pois há muita discrepância, de modo que o HRMS tem sido mais onerado pela regulação do que outros hospitais desta capital que oferecem serviços oncológicos”. 

Ou seja, dão a entender que faltam medicamentos porque a regulação, que é municipal, manda gente demais para o Regional. Em média, diz a direção do hospital, eram 300 por mês em 2022. No fim do ano passado, essa média mensal já estava em 450. A quantidade de novos casos saltou de 15 para 45 mensalmente de 2022 para 2023. Em maio de 2024 havia 641 pessoas em tratamento, com 53 novos casos.

Em vistoria feita em março deste ano ano pelo MPE, também foram constatados outros graves problemas no hospital. Um deles é a falta de profissionais da enfermagem, o que obrigou inclusive a desativação de leitos para pacientes oncológicos. 

Nesta mesmo vistoria também foi constatado que os pacientes enfrentam extremo calor, pois não havia ar condicionado. Aqueles que conseguiam, traziam ventilador de casa. 

FALTA DE CONTRATOS

O inquérito também evidencia que os problemas do hospital não se restringem à demora na aquisição de medicamentos. A direção revelou ao promotor situação delicada com os setores de anestesiologia e limpeza hospitalar.

“O contrato venceu ano passado e desde então estão pagando por indenização (reconhecimento de dívida). A estrutura do hospital somente comporta a contratação da Servan, por ter um corpo maior de profissionais, porém, a nova lei não permite a contratação emergencial da mesma empresa. E,  não é possível contratar anestesistas de fora, pois necessitam de profissionais locais para que o serviço não tenha interrupções. O serviço de lavanderia também está provocando pagamento de indenizações”, relata o promotor no inquérito. 
 

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