Cidades

CRIME

Esquema de propina por contrabando envolve outros policiais, suspeita Sejusp

Agente preso nesta sexta-feira é casado com promotora que até 2024 investigava corrupção em corporações policiais

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O flagrante que levou à prisão do investigador Augusto Torres Galvão Florindo, detido pela Polícia Federal ao receber cerca de R$ 160 mil em Três Lagoas, reacendeu um alerta antigo dentro das forças de segurança de Mato Grosso do Sul, a atuação de servidores envolvidos com contrabandistas na faixa de fronteira.

Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública, delegado Antônio Carlos Videira, o caso não é isolado e que há procedimentos internos em andamento há algum tempo, conduzidos pela Corregedoria da Polícia Civil, para apurar desvios de conduta ligados a crimes transfronteiriços, como contrabando, descaminho e facilitação de atividades criminosas.

“Já existiam investigações instauradas antes mesmo do flagrante. Alguns servidores, inclusive, foram exonerados recentemente. As corregedorias, tanto da Civil quanto da Militar, têm atuado para coibir esse tipo de conduta”, afirmou Videira. Ele destacou que o crime organizado tenta corromper policiais que atuam no enfrentamento ao contrabando e ao tráfico na fronteira.

Apesar de não detalhar quantos servidores podem estar envolvidos, o secretário confirmou que há suspeita de participação de outras pessoas, além do agente preso. A apuração segue sob sigilo.

O flagrante

A prisão de Augusto e do ex-guarda municipal, identificado como Marcelo Raimundo da Silva, ocorreu após uma denúncia anônima recebida pela PF indicando que uma mulher sacaria grande quantia em dinheiro para o pagamento de propina a um policial supostamente ligado a contrabandistas.

Com base na informação, os agentes passaram a monitorar a movimentação e identificaram registros criminais por contrabando e descaminho relacionados ao casal citado na denúncia — ela e Raimundo, tinham histórico ligado ao crime.

A PF acompanhou o saque e flagrou o momento em que o dinheiro foi entregue aos agentes que foram presos em flagrante. Ambos devem responder por corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Durante interrogatório, Augusto confessou o desvio das mercadorias e afirmou que o valor recebido era referente à venda de produtos contrabandeados, supostamente oriundos de apreensões oficiais. Ele declarou ter atuado apenas no recebimento da quantia e se recusou a identificar outros envolvidos.

Em nota, a Polícia Civil informou que solicitou o compartilhamento do material da investigação federal e determinou a abertura imediata de procedimento administrativo disciplinar. O órgão reforçou que o caso diz respeito exclusivamente ao servidor investigado e não tem relação com a atuação da Garras.

A Corregedoria-Geral conduz a apuração com “independência, isenção e prioridade”, segundo o documento. A instituição reiterou que não tolera desvios de conduta e adotará todas as medidas cabíveis.

MPMS

Durante as investigações foi informado também que a esposa de Augusto é a promotora Luciana Moreira Schenk, que atuou por quase uma década, no grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gacep/MS) que tem como objetivo atuar diante da prática de ilegalidades, abuso de poder ou de omissões dos integrantes das forças policiais e equiparados, promovendo a responsabilização, nas esferas civil, administrativa e criminal.

Após repercussão, a Associação Sul-Mato-Grossense dos Membros do Ministério Público (ASMMP) divulgou nota expressando apoio integral à integrante. No texto, a entidade repudiou publicações que associaram o nome da promotora ao crime praticado pelo marido e afirmou que o conteúdo gerou comentários ofensivos, alguns em “potencial caráter criminoso”.

A associação informou que tomará providências para preservar a honra e a segurança institucional da promotora, reconhecida, segundo a nota, pela conduta ética e trajetória exemplar no Ministério Público.

Investigações continuam

Com o flagrante e a confissão parcial do investigador, as corregedorias e a PF aprofundam as apurações para entender a extensão da rede responsável por desviar e comercializar produtos de alto valor apreendidos em operações.

A Sejusp, por sua vez, reforça que o trabalho interno segue “de forma firme, fiscalizando, punindo e, nos casos mais graves, exonerando”, enquanto tenta blindar os setores que atuam na linha de frente do combate ao crime organizado na fronteira.

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Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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