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TRANSTORNOS

Falta de energia volta a atrapalhar turismo no "coração do Pantanal"

Povoado do Passo do Lontra, região de hospedagem de turistas eurupeus e asiáticos, entre outros, está sem energia há mais de 24 horas

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Não bastassem os prejuízos provocados pela seca histórica, agora os proprietários de pesqueiros e hotéis da região do Passo do Lontra, um povoado turístico às margens do Rio Miranda, no município de Corumbá, estão sofrendo com as constantes quedas no fornecimento de energia. 

Desde a última terça-feira, segundo Rogério Iehle, administrador de um hotel e de um pesqueiro, ocorreram quedas no fornecimento todos os dias. A última delas começou por volta das 14 horas de quinta-feira (17) e até 11 horas desta sexta-feira o povoado inteiro continuava sem abastecimento. 

De acordo com Rogério, o baixo nível do Rio Mirana e as constantes notícias sobre os incêndios no Pantanal já vinham afugentando turistas. “Agora, perto do fim da temporada de pesca (a piracema deve começar em novembro) volta esse problema da falta de energia”, reclama. 

Situação semelhante os moradores e comerciantes da região já haviam enfrentado em outubro e novembro do ano passado, em meio às seguidas ondas de calor. À época, ameaçaram inclusive interditar a Estrada Parque, principal via turística do Pantanal em Mato Grosso do Sul. 

Além dos transtornos da falta de energia, segundo Rogério, mais uma vez a falta de manutenção na rede de eletricidade deu início a um grande incêndio. De acordo como ele, um cabo se rompeu e um foco de queimada está tomando conta da região há quase 24 horas e até o fim da manhã desta sexta-feira continuava fora de controle. (veja o vídeo). 

Em novembro do ano passado, moradores do povoado enfrentaram problemas graves por conta de explosões em transformadores que ocorreram nos dias 7 e 11 de novembro. Em decorrência da primeira explosão, um hotel foi parcialmente destruído após um incêndio que começou a partir do equipamento da rede de energia.

Na segunda explosão, dia 11, a vegetação no entorno do povoado pegou fogo e os moradores conseguiram impedir que atingisse residências e hotéis. Porém, o fogo saiu do controle, atravessou o Rio Miranda, chegando até  as margens da BR-262, indo em direção à cidade de Miranda, destruindo milhares de hectares de vegetação durante mais de uma semana. 

Três helicópteros, um avião e centenas de brigadistas e bombeiros foram mobilizados para tentar apagar o fogo, que só acabou no dia 20, quanto a região foi atingida pela chuva. Durante esse período, o tráfego na BR-262 chegou a ser interditado por causa do risco de acidentes em meio à fumaça e as labaredas. 

Isolamento

De acordo com Rogério, desta vez o povoado também ficou sem internet. Ele acredita que o fogo tenha destruído algum cabo que fica junto à rede de energia. “E nem adianta falar que foi o vento ou a chuva que está causando as interrupções. É falta de manutenção mesmo. A gente reclama, mas ninguém se posiciona”, diz ele. 

“Só mandam uma mensagem automática pedindo desculpas e que uma equipe está atuando para resolver o problema”, O povoado fica a cerca de cem quilômetros de Miranda e em torno de 70 quilômetros de Corumbá, locais de onde saem as equipes que fazer os reparos, o que ajuda a explicar a demora nos reparos. 

Coração do turismo

No povoado existem hotéis de alto padrão que recebem principalmente turistas europeus e asiáticos. E, segundo Rogério, essas constantes faltas de energia acabam causando uma má impressão e propaganda negativa da região, onde recententemente o avistamento de onças virou um dos principais atrativos. 

Estes hotéis está localizados a oito quilômetros da BR-262 e às margens da Estrada Parque. E é estrada sem asfalto a principal via de tráfego dos turistas que visitam a região em busca de pescaria ou para o contemplação da fauna e da flora pantaneiras. 

O que diz a Energisa

"A Energisa informa que a forte chuva registrada a região do Passo do Lontra nessa quinta-feira (17/10) causou estragos severos na rege elétrica, ocasionando a queda de postes e rompimento de cabos. 

Diante desse cenário e das condições de trabalho na região pantaneira, a concessionária aumentou o número de equipes em campo que, de forma ininterrupta, trabalham  para concluir o serviço com segurança, a fim de normalizar o fornecimento de energia o mais breve possível.

A Energisa alerta que, diante dessas situações de temporais, pode haver curto-circuito e rompimento de cabos que, ao cair ao solo, podem estar energizados. A orientação é: mantenha a distância. Não se aproxime em hipótese alguma e acione a Energisa pelos canais oficiais de atendimento".

Alerta

Inmet faz alerta de tempestades em todo o estado

Entre esta sexta-feira (18) e sábado (19), todo o Mato Grosso do Sul terá tempestades

18/10/2024 15h30

Tempestade atinge todo o estado

Tempestade atinge todo o estado Álvaro Rezende / Correio do Estado

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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso meteorológico para esta sexta-feira (18) e sábado (19), prevendo tempestades em várias áreas do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, incluindo o estado de Mato Grosso do Sul.

O fim de semana deve ser marcado por chuvas significativas e ventos fortes, seguindo um padrão que se estende do norte da Região Sul ao sul da Bacia Amazônica e oeste da Região Nordeste.

As previsões indicam a possibilidade de chuvas intensas, entre 30 e 60 milímetros por hora, ventos fortes de 60 km/h a 100 km/h e queda de granizo. Esses fenômenos podem causar cortes de energia elétrica, quedas de árvores e alagamentos.

No sul e oeste de Mato Grosso do Sul, as instabilidades meteorológicas ganharam força desde a madrugada desta sexta-feira. O Inmet emitiu um aviso de grau laranja para tempestades na região, indicando um grau de perigo. Além de Mato Grosso do Sul, o aviso abrange áreas de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Há também avisos de nível amarelo, que indicam potencial perigo relacionado às fortes chuvas, para estados como Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Goiás e Distrito Federal.

Recomendações

O Instituto recomenda que, em caso de rajadas de vento e descargas elétricas, as pessoas evitem ficar debaixo de árvores e estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Também é aconselhável desligar aparelhos elétricos e o quadro geral de energia do imóvel.

A população deve ficar atenta às atualizações das previsões do tempo e aos avisos meteorológicos especiais. Os alertas da Defesa Civil sobre a possibilidade de desastres e eventos adversos, acompanhados de recomendações ou ações emergenciais, podem ser recebidos por SMS, aplicativos Telegram e WhatsApp, e em TVs por assinatura.

Para receber mensagens SMS, basta enviar uma mensagem com o CEP da área de interesse para o número 40199. No WhatsApp, é possível cadastrar o número 61 2034-4611 para receber alertas, enquanto no Telegram, deve-se procurar o contato 'Defesa Civil Alertas' e seguir as instruções para cadastramento. Os avisos também surgem automaticamente nas TVs por assinatura durante a programação.

Para mais informações, os cidadãos podem entrar em contato com a Defesa Civil pelo telefone 199 ou com o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

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Dados assustadores

Setembro marca seca histórica para mais de 40 cidades de MS

Apenas três cidades do estado registraram chuvas acima da média. Outras 44 cidades tiveram precipitações abaixo da média, e a tendência é que a situação piore nos próximos três meses

18/10/2024 15h00

Calor extremo e baixa umidade marcam mais uma semana em MS

Calor extremo e baixa umidade marcam mais uma semana em MS Foto: Gerson Oliveira

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Segundo dados meteorológicos já divulgados pelo Correio do Estado, o ano de 2024 foi o mais quente da história em Mato Grosso do Sul. Preocupados com a elevação extrema das temperaturas, principalmente durante o chamado 'inferno brasileiro', o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) divulgou nesta sexta-feira que 41 cidades do estado registraram chuvas abaixo da média histórica apenas no mês de setembro. Três cidades, entre os 44 municípios restantes, tiveram precipitações acima do esperado.

A seca extrema ocorrida no mês de setembro acendeu o sinal de alerta no município de Rio Verde de Mato Grosso, que registrou apenas 0,8 milímetro de chuva, enquanto a média histórica na cidade é de 56,8 mm. Isso representa um déficit de 99% em relação à precipitação esperada no município.

Outra cidade com registro preocupante foi Porto Murtinho, que teve apenas 2,2 mm de chuva, enquanto a média histórica é de 47,6 mm, acumulando um déficit de 95% em relação ao esperado. Na mesma lista, o município de Nhumirim/Nhecolândia também se destaca, com apenas 2,4 mm de chuva, enquanto a média para este período é de 43,9 mm, representando uma redução de 95%. Outras cidades afetadas incluem Costa Rica, com 95% abaixo da média, e Paranaíba, com 92%.

Segundo os estudos do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), as cidades da região pantaneira também registraram índices assustadoramente baixos de precipitação. Corumbá teve apenas 12 mm de chuva, enquanto a média histórica na Cidade Branca é de 41,6 mm, ficando 71% abaixo do esperado. Aquidauana também apresentou um cenário preocupante, com 18 mm de chuva, muito abaixo da média de 96,7 mm, acumulando um déficit de 81%.

No outro lado extremo da tabela, três cidades registraram média alta de chuvas 

Bataguassu- 115,6 milímetros (27%)  
Angélica- 123 milímetros  (17%) 
Bonito- 89,4 milimetros (8%) 

Clima extremos em MS 

Além das chuvas, outro destaque na tabela meteorologia foram os climas extremos que ocorreram no final do mês de agosto e setembro deste ano

No dia 25 de agosto, o município de Água Clara ganhou destaque nacional como a cidade mais seca do país, com umidade de 43,1%. Já Amambai foi a cidade mais fria do ano, registrando, dez dias depois, no dia 6 de setembro, a temperatura de 6,2°C, com sensação térmica abaixo de zero. 

Falando em clima extremo, em setembro deste ano, Mato Grosso do Sul enfrentou dias de extrema seca, com as cidades de Coxim, Paranaíba e Sonora registrando apenas 7% de umidade relativa do ar.

De acordo com dados do Cemtec, boa parte do estado enfrentou secas consideradas moderadas a graves. A cidade que sofreu a seca mais extrema foi Cassilândia, que perdeu culturas e pastagens e enfrentou escassez de água.


Como está o nível dos rios? 

Segundo dados meteorológicos de monitoramento, os rios do estado registraram, no mês de setembro, níveis mínimos abaixo da média histórica, com destaque para a cidade de Porto Murtinho, que apresentou o menor nível da série histórica. Outros pontos de monitoramento incluíram o Rio Paraguai, nas regiões de Porto Esperança e Ladário, que enfrentaram níveis críticos.


Qual a previsão nos próximos três meses? 

Segundo o Cemtec, os dados meteorológicos climáticos indicam que as chuvas até o final do início de janeiro podem variar entre 500 a 700 milímetros, sendo de 700 a 800 mm na região norte do estado. A probabilidade das chuvas nessa região pode ficar dentro da média histórica do estado. 

Na maior parte do estado, as temperaturas variam entre 24°C e 26°C. Nas regiões oeste, noroeste e norte, as temperaturas podem alcançar entre 26°C e 28°C.

Apesar da expectativa de muita chuva nos próximos três meses, os dados climáticos do Cemtec indicam que a temperatura do ar deve permanecer acima da média, prevendo um trimestre mais quente do que o normal.

Todos os dados citados acima podem ser acompanhados clicando neste link

 

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