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Prejuízo

Falta de segurança causa prejuízo de R$ 27 bilhões a empresas brasileiras em 2016

Pesquisa da CNI mostra que quase um terço das indústrias foram vítimas

Istoé

15/08/2017 - 08h42
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Muros cada vez mais altos, monitoramento eletrônico avançado, vigias e seguros para todo tipo de sinistro. Nos últimos anos, as empresas privadas viraram verdadeiras fortalezas para compensar a falta de segurança pública. Mas isso não tem sido suficiente para neutralizar o aumento da criminalidade. No ano passado, as indústrias tiveram prejuízo de R$ 27 bilhões com roubos, furtos, vandalismo e gastos com seguros e segurança privada, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 2.952 companhias. A pesquisa mostra que quase um terço das empresas do setor foi vítima de crimes em 2016.

Além de afetar o caixa das companhias, que perdem bens e gastam mais dinheiro para evitar os prejuízos, a falta de segurança tem um efeito perverso na produtividade da indústria. Primeiro, as empresas têm de desviar recursos que seriam aplicados na produção para reforçar a segurança. Na outra ponta, estão os trabalhadores que tendem a se concentrar menos no trabalho quando vivem em áreas pouco seguras.

“O reflexo disso é o aumento do custo de produção, redução da produtividade do trabalho e, consequentemente, da competitividade”, afirma o gerente de Pesquisa da CNI, Renato Fonseca, responsável pelo levantamento. Não por acaso, no período 2016/2017, o Brasil ficou na terceira pior colocação no ranking de competitividade do instituto IMD, com 63 nações. Sem infraestrutura, excesso de burocracia e uma enorme deficiência na segurança pública, as empresas têm enfrentado grandes barreiras para fazer – ou manter – negócios no País.

Um em cada três empresários consultados pela CNI disse que a falta de segurança afeta as decisões de investimentos em termos de localização da empresa – informação que atinge em cheio as previsões de recuperação da economia nacional. Pior: até o momento, a sensação do setor produtivo é de que a situação tem piorado. Quase 60% dos empresários avaliam que os crimes de roubo, furto e vandalismo aumentaram na região onde as empresas estão instaladas nos últimos três anos.

A percepção é corroborada com uma série de indicadores sobre a evolução da criminalidade no Brasil. O número de carga roubada, por exemplo, que afeta diretamente o setor produtivo, triplicou entre a década de 90 e o ano passado. Segundo o coronel Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), nesse período, o roubo de cargas subiu de 4 mil para 24 mil casos (um dado ainda preliminar). Ele explica que isso representa um prejuízo de R$ 1,4 bilhão para o País por ano.

Muros

Do lado das empresas, o que resta é tentar se proteger para diminuir os índices de criminalidade. As estratégias vão de simples medidas como elevar a altura do muro, colocar arame farpado e cerca elétrica, até a instalação de modernos sistemas de segurança. “Qualquer movimentação suspeita o alarme aciona a delegacia mais próxima e avisa no meu celular”, diz Cesar Prata, dono da Asvac Bombas, que adotou um novo sistema de segurança depois de ter a empresa roubada.

Maior segurança, no entanto, significa gastar muito dinheiro. Segundo os dados da CNI, mais da metade das empresas industriais tem seguro contra roubo ou furto. A contratação é mais comum na indústria de transformação, que normalmente tem produtos de maior valor agregado. Mas o seguro custa caro. Para cerca de 13% das empresas que contrataram seguro no ano passado, o gasto representou entre 1% e 2% do faturamento.

Nem sempre, no entanto, essa é uma alternativa. Para algumas cargas e regiões, as seguradoras têm se recusado a fazer contratos. O Rio de Janeiro, por exemplo, está quase nessa situação, afirma o coronel Souza. Ele explica que muitas empresas de transporte rodoviário não têm aceitado fazer viagens para a cidade do Rio por causa da explosão no caso dos roubos de carga. Até 2013, diz ele, o número era da ordem de 3 mil casos. No ano passado, subiu para 9 mil e neste ano deve passar dos 10 mil.

“Nesse ritmo, o Rio corre um elevado risco de um colapso logístico, de desabastecimento.”

Canteiros

Outra opção é a contratação de segurança privada, estratégia muito usada pela indústria extrativa e da construção nos canteiros de obras. Normalmente, os bandidos entram nas construções e levam de tudo, desde peças baratas como torneiras até cabos e equipamentos pesados mais caros. Além de evitar roubos e furtos, os vigias e seguranças tentam reduzir os prejuízos com vandalismos. Isso ocorre muito em obras mais emblemáticas e polêmicas, como o setor de infraestrutura. Nesses casos, a perda de máquinas e equipamentos é muito grande e os prejuízos pelo atraso dos empreendimentos ainda maior.

Na construção de empreendimentos imobiliários, a situação é ainda mais delicada. Além de roubo de materiais, há risco de invasões. “Nesse caso, quando as pessoas são retiradas, temos de refazer todo o trabalho”, afirma o diretor comercial da construtora Coelho Engenharia, Argemiro Jonas da Silva.

Do ano passado para cá, a empresa teve duas invasões em conjuntos habitacionais do Minha Casa Minha Vida. Em Porto Alegre, já dura dez meses e não há previsão de retomada. Silva conta que a empresa já havia entregue 200 unidades para a população. Outros 360 imóveis, que ainda estavam sendo finalizados, foram invadidos. Nesses casos, diz o executivo, a contratação de seguranças não tem surtido efeito.

“A forte recessão econômica e a falência dos Estados (e municípios) têm ajudado a elevar o nível de criminalidade no País. E, com isso, as empresas têm tido perdas e custos ainda maiores”, afirma Fonseca, da CNI. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

saúde

Novas diretrizes médicas ajudam a prevenir a ocorrência de AVCs

Objetivo é ajudar as pessoas e seus médicos a adotarem medidas de prevenção para evitar os riscos

25/12/2024 20h00

Reprodução/Agência Brasil

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A maioria dos acidentes vasculares cerebrais (AVCs) pode ser evitada, segundo as novas diretrizes que pretendem ajudar as pessoas e seus médicos a fazerem exatamente isso.

O AVC foi a quarta principal causa de morte nos EUA em 2023, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, CDC. Anualmente, mais de 500 mil americanos sofrem um AVC. Mas até 80% deles podem ser evitados com melhoras na alimentação, nos exercícios físicos, e na identificação de fatores de risco.

As primeiras novas diretrizes sobre prevenção de AVC em 10 anos, da Associação Americana de AVC, uma divisão da Associação Americana do Coração, incluem recomendações para o público e aos profissionais de saúde que refletem uma melhor compreensão de quem sofre AVCs e por quê, além de novos medicamentos que podem ajudar a reduzir os riscos.

A boa notícia é que a melhor forma de reduzir o risco de AVC também é a melhor forma de reduzir o risco de uma série de problemas de saúde: tenha uma dieta saudável, faça exercícios e não fume. A má notícia é que manter esses hábitos nem sempre é tão fácil.

O Dr. Sean Duke, especialista em AVC no Centro Médico da Universidade de Mississippi, atribui essa responsabilidade às forças da sociedade que mantêm as pessoas sedentárias e com alimentação inadequada, como os celulares e os alimentos baratos e pouco saudáveis. "Nosso mundo está armado contra nós", diz.

O que você precisa saber sobre AVC e as novas diretrizes:

O que é um AVC?

Um AVC acontece quando o fluxo de sangue para uma parte do cérebro fica bloqueado, ou quando um vaso sanguíneo do cérebro se rompe. Isso prejudica a oxigenação do cérebro e pode causar danos cerebrais que levam a dificuldades para pensar, falar e caminhar, ou até mesmo à morte.

Como uma alimentação saudável pode reduzir o risco de AVC

Segundo a associação médica, uma alimentação saudável pode ajudar a controlar vários fatores que aumentam o risco de AVC, incluindo colesterol alto, glicemia alta, e obesidade.

A organização recomenda os alimentos da chamada dieta mediterrânea, como frutas, verduras, legumes, grãos integrais e azeite de oliva, que podem ajudar a manter baixos os níveis de colesterol. Uma das sugestões é limitar a carne vermelha e outras fontes de gordura saturada. A proteína pode ser obtida de leguminosas, castanhas, aves, peixes e frutos do mar.

Limitar também os alimentos ultraprocessados e as bebidas e alimentos com muito açúcar adicionado. Isso também pode ajudar a reduzir o consumo calórico, que ajuda a manter o peso sob controle.

Manter o corpo em movimento pode ajudar a prevenir AVCs

Levantar e caminhar por pelo menos 10 minutos por dia pode reduzir "drasticamente" o risco individual, diz a Dra. Cheryl Bushnell, neurologista da Faculdade de Medicina da Universidade Wake Forest, que integrou o grupo que criou as novas diretrizes. Entre os principais benefícios: o exercício regular pode ajudar a reduzir a pressão arterial, um dos principais fatores de risco para o AVC.

Mas claro, quanto mais, melhor: a associação recomenda a prática semanal de pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada, ou 75 minutos de atividade vigorosa, ou alguma combinação dessas modalidades. A forma como você faz isso não importa tanto, segundo os especialistas: vá à academia, faça uma caminhada ou uma corrida pelo seu bairro, ou use esteiras e aparelhos elípticos em casa.

Novas ferramentas para reduzir a obesidade, um fator de risco do AVC

Dieta e exercícios podem ajudar a controlar o peso, outro importante fator de risco para os AVCs. Mas uma nova categoria de medicamentos que podem reduzir drasticamente o peso foi aprovada pelos órgãos reguladores, fornecendo novas ferramentas para reduzir o risco de AVC desde a última atualização das diretrizes.

As diretrizes agora recomendam que os médicos avaliem a possibilidade de prescrevê- los para pessoas com obesidade ou diabetes.

No entanto, embora os remédios possam ajudar, as pessoas ainda precisam se alimentar bem e fazer exercícios, alerta o Dr. Fadi Nahab, especialista em AVC no Hospital Universitário Emory.

Novas diretrizes ajudam os médicos a identificarem quem pode ter risco mais alto de AVC

As novas diretrizes, pela primeira vez, recomendam que os médicos avaliem os pacientes por outros fatores que podem aumentar o risco de AVC, incluindo sexo e gênero, além de outros fatores não médicos, como estabilidade econômica, acesso aos cuidados de saúde, discriminação e racismo. Por exemplo, o risco de ter um primeiro AVC é quase duas vezes maior para adultos negros nos EUA em relação aos adultos brancos, segundo os CDC.

"Se uma pessoa não tem plano de saúde ou não consegue chegar ao consultório médico por problemas de transporte, ou se não consegue faltar no trabalho para buscar atendimento (...) todas essas coisas podem impactar a capacidade de se prevenir um AVC", diz Bushnell.

Os médicos podem indicar recursos para obter assistência de saúde ou alimentos a baixo custo, assim como dar sugestões para aumentar o nível de atividade física sem gastar muito com uma mensalidade de academia.

As diretrizes agora também recomendam que os médicos avaliem condições que podem aumentar o risco de AVC em mulheres, como pressão alta durante a gravidez ou menopausa precoce.

Como saber se estou tendo um AVC e o que devo fazer?

Três dos sintomas mais comuns de AVC são fraqueza facial, fraqueza nos braços e dificuldade na fala. O tempo também importa, porque os danos cerebrais podem acontecer rapidamente, e se o AVC é tratado logo, eles podem ser limitados.

Especialistas em AVC criaram uma sigla em inglês para ajudar na memorização: FAST. F de face (rosto), A de arm (braço), S de speech (fala), e T de time (tempo). Se você acha que você ou alguém próximo pode estar sofrendo um AVC, ligue imediatamente para o número de emergência.

Cidades

Aplicativo sobre de prevenção de desastres já tem 2 mil downloads

Mais de 1,7 mil municípios já foram mapeados

25/12/2024 19h00

Aplicativo sobre de prevenção de desastres já tem 2 mil downloads

Aplicativo sobre de prevenção de desastres já tem 2 mil downloads MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASI

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O aplicativo Prevenção de Desastres, desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), já conta com mais de 2 mil downloads. Mais de 1,7 mil municípios já foram mapeados e têm áreas de risco indicadas no app.

O aplicativo, lançado em maio deste ano, traz alertas sobre áreas de risco de inundações, deslizamentos de terra, enxurradas e outros fenômenos que podem impactar a segurança da população do país.

Na interface do app, o usuário pode visualizar informações do local onde está ou selecionar áreas de interesse. Entre os dados disponíveis, estão o número de edificações da região e de pessoas em áreas de risco.

O serviço de monitoramento também permite que os usuários possam inserir informações no mapeamento de risco e cadastrar inundações ou deslizamentos que tenham presenciado. O processo deve ser feito por meio da inserção de vídeos ou fotos e a descrição do fato.

IOS

O app já estava disponível para usuários do sistema Android e está sendo ampliado para outros dispositivos. Agora, usuários dos celulares e outros dispositivos desenvolvidos para sistemas IOS (Apple) já podem baixar o aplicativo. 

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