Cidades

TRAGÉDIA

Família de noiva que morreu em
helicóptero queria levá-la de carro a festa

Família de noiva que morreu em
helicóptero queria levá-la de carro a festa

G1

07/07/2017 - 14h39
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A vendedora Helaine Aparecida Alves Silva ainda lembra do dia 4 de dezembro de 2016, em que casaria a cunhada Rosemeire Silva, de 32 anos. Foi Helaine quem fez grande parte dos preparativos para a festa, inclusive a contratação do voo de helicóptero que levaria Rosemeire para o local da celebração, um buffet na Grande São Paulo. A aeronave caiu matando os quatro ocupantes. "Era para ser um casamento que, de uma forma inesperada, virou um funeral", disse ao G1. 

Um vídeo que mostra o voo desde o início até a queda e foi achado por um irmão da noiva, quatro dias após o acidente, está sendo usado nas investigações da Polícia Civil e da Aeronáutica. As imagens foram registradas por uma câmera levada pela fotógrafa do casamento, que também morreu no acidente. Vídeo pode ser assistido abaixo. ATENÇÃO: as imagens são fortes.

Helaine conta que a família tinha um "plano B" para caso o voo não pudesse ser realizado devido a problemas com o tempo naquele dia. Um carro levaria a noiva ao local do casamento. Segundo a cunhada, a empresa Voenext, que intermediou a realização do percurso aéreo para o casamento, havia informado que, se o tempo estivesse encoberto e sem sol, a aeronave não decolaria.

"Eles inclusive me ligaram no dia anterior, informando que a previsão é que o tempo poderia mudar, e que era para termos um plano B caso não pudesse decolar por tempo ruim. E nós tínhamos. Ela iria de carro”, relembra Helaine.

O buffet de festas Recanto Beija-Flor, alugado pela família em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, fica a dois quilômetros de onde a aeronave acabou caindo. Além da noiva, morreram no acidente o marido de Helaine e irmão de Rosemeire, Silvano Nascimento da Silva, a fotógrafa Nayla Cristina Neves Lousada, contratada pela família para registrar o casamento, e o piloto, Peterson Pinheiro.

A aeronave decolou na base aérea da empresa proprietária do helicóptero em Osasco, por volta das 16h. O voo duraria 25 minutos e foi praticamente este o tempo transcorrido até a queda.

Helaine afirma que está passando por um processo desgastante e que sente um descaso grande em relação à morte dos quatro ocupantes do helicóptero. “Meu marido era uma pessoa centrada, correta e muito prudente. Se ele percebesse que este voo tinha algum risco de não chegar, seja por causa do tempo ou qualquer outro motivo, ele não iria forçar a realização do voo por helicóptero, ele era muito responsável”, diz Helaine.

Para evitar que o futuro marido descobrisse da surpresa – já que o noivo Udirley Damasceno não sabia que Rosemeire chegaria voando ao casamento – Helaine é que fazia os arranjos. A cunhada de Rosemeire tinha, inclusive, arrumado a mala de lua de mel da noiva. Os noivos namoraram por um ano e dois meses, segundo a cunhada, e estavam havia algum tempo guardando dinheiro para a festa.

Perda

Segundo Helaine, o filho de 7 anos que tem com Silvano ainda pergunta todos os dias pelo pai. “Eram 13 anos de casamento, de convivência. Não se supera, é um dia por vez. O meu filho ainda pede pelo pai, pergunta, ele não se recuperou. Tem noites que chora”, afirma.

Helaine lembra que Rosemeire teve a ideia de chegar voando ao casamento quando, em visita ao local onde a festa seria celebrada, viu a foto de uma noiva junto ao helicóptero. Quando chegou em casa, comentou com a cunhada e com o irmão que pretendia chegar ao seu casamento assim. A primeira opção da noiva era levar o irmão e o sobrinho de 7 anos com ela no helicóptero. Mas Rosemeire mudou de ideia um mês antes da celebração, optando por levar a fotógrafa Nayla.

“Rose sempre chegava atrasada nos lugares. Chamávamos ela até de 'dinha', em referência a 'atrasadinha'. Todo mundo comentava que ela iria chegar atrasada ao próprio casamento, e eu dizia que não, ela não iria chegar atrasada, porque sabia que ela iria vir de helicóptero. O Silvano inclusive me ligou quando estavam decolando em Osasco, me disse para dar andamento ao casamento, que iriam chegar no horário”, lamenta Helaine.

A cunhada lembra que a noiva estava muito feliz com a decisão de chegar ao casamento de helicóptero. "Ela me dizia assim: 'na segunda-feira, todo mundo vai estar dizendo que sou rica'", diz, referindo-se aos cerca de 250 convidados que aguardavam no buffet em São Lourenço da Serra.

Investigação

Neblina e nuvens fortes encobrindo a visibilidade do piloto são alguns dos fatores que estão sendo analisados pelas investigações da Polícia Civil de São Lourenço da Serra e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre as possíveis causas da tragédia. O vídeo sobre o acidente mostra a mudança brusca de tempo nos cinco minutos finais de voo, e erros do piloto na condução da aeronave, segundo um especialista independente ouvido pela reportagem.

O vídeo mostra Nayla sentada ao lado do piloto do helicóptero Robinson 44, prefixo PR-TUN. Uma câmera foi fixada à sua frente, durante o voo, virada para a noiva e o irmão dela. Os dois estavam sentados nos bancos traseiros do helicóptero. Nayla estava grávida de 6 meses e tinha outras duas filhas.

Nos 5 minutos finais de voo, quando o piloto Peterson Pinheiro começa a ter dificuldades de controlar a aeronave, realizando manobras, Nayla vira com frequência o equipamento, mostrando o painel de navegação. As imagens retratam ainda o cenário de neblina forte e pouca visibilidade do ambiente externo.

O advogado da família de Rosemeire e Silvano, Fernando Reis, afirma que as imagens mostram erros do piloto e comprovam a responsabilidade das empresas pela queda, já que Peterson Pinheiro era funcionário da HCS.

"As imagens mostram o desespero dos passageiros e o erro crasso do piloto. Ele não tinha ideia do que estava fazendo", afirma o advogado das famílias, Fernando Henrique dos Reis, em relação às manobras realizadas por Pinheiro nos momentos que antecedem à queda.

A defesa dos familiares da noiva e de seu irmão pretende ingressar com um processo na Justiça pedindo indenização por danos morais e materiais contra as empresas envolvidas no acidente.

"Iremos pontuar no processo que a empresa Voenext funciona apenas como intermediadora e não tem autorização para fazer voos de translados e de táxi aéreo, assim como a HCS, pois o helicóptero era registrado para uso privado. Isso só agrava mais a responsabilidade das empresas, que não poderiam efetuar este tipo de serviço", diz o advogado.

Empresas

Procurada pelo G1, a empresa proprietária do helicóptero, a HCS, informou que não iria se manifestar sobre a investigação. Já a companhia que intermediou o voo, a Voenext, disse que não cabe a ela analisar questões técnicas, que mostrou solidariedade e se colocou à disposição da famílias.

Tanto a empresa dona do helicóptero quanto a que intermediou o voo são investigadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), já que a aeronave estava registrada apenas para serviço aéreo privado e não poderia ser utilizada para táxi-aéreo ou serviço remunerado.

Vídeo registrado por câmera de fotógrafa, que também morreu no acidente, mostra a queda do helicóptero:

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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