Cidades

APÓS INCÊNDIO

Corrente de solidariedade: Voluntários de mobilizam para ajudar famílias do Mandela

Cerca de 80 moradias foram destruídas e doações vão de alimentos a auxílio psicológico

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A sexta-feira na Comunidade do Mandela, atingida por um incêndio que destruiu cerca de 80 moradias, foi de muita solidariedade. Dezenas de voluntários foram ao local entregar doações de roupas, enquanto outros montaram postos de arrecadação e distribuição de água e alimentos, e há disponibilização de auxílio psicológico por parte da Cruz Vermelha.

Equipes de diversas secretarias da Prefeitura de Campo Grande também atenderam os moradores da comunidade, realizando cadastro das famílias que foram atingidas.

A conselheira estadual da Cruz Vermelha, Renata Izabele, disse que a presença da instituição no local tem objetivo de oferecer os primeiros socorros psicológicos para as famílias, que perderam tudo no incêndio.

"Essas famílias perderam tudo, então devem estar em situação de vulnerabilidade, em situação de dificuldade, até mesmo emocional, porque afeta bastante. Então, a gente vai atender os primeiros socorros psicológicos. A Cruz Vermelha como é uma entidade internacional, a gente é capacitado para isso, temos cursos específicos para atender nesses momentos, com médicos, enfermeiros, profissionais de saúde para atender as pessoas que necessitarem nesse momento", disse.

Renata explica que o atendimento inicial se baseia em uma escuta qualitativa, para entender qual o sofrimento de cada pessoa e, a partir daí, encaminhar para as equipes de psicólogos.

O trabalho da Cruz Vermelha no Mandela segue durante todo o sábado (18).

Um caminhão também foi ao local levar doações de frutas e verduras da agricultura familiar, a pedido da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro).

"A agricultura familiar se juntou para ajudar essas famílias em vulnerabilidade social, que estão passando por essa situação de emergência", disse um representante do movimento.

Ele explica que o movimento foi organizado para levar o socorro emergencial, e não se trata de assistencialismo as famílias.

"A gente tem que ajudar, a gente está dando um socorro para as famílias que foram desabrigadas, que não tem nada, então isso aqui é um socorro, a gente se uniu para ajudar as pessoas, independente de raça, de religião", disse.

Outros voluntários foram ao local levar doações de alimentos, roupas, móveis, produtos de higiene, entre outros.

Delanir Cardoso da Rocha, 39 anos, arrecadou 37 cestas básicas com amigos e levou a doação na tarde de hoje ao Mandela. 

A pastora Silvete Cedrão, da Congregação Palavra de Cristo, do bairro Cristo Redentor, mobilizou uma campanha de doações pelas redes sociais e levou alimentos para a comunidade.

"O grupo da nossa igreja nos ajudou, eu trouxe alimentos, leite para as crianças, bolacha. Muita gente ainda disse que vai doar e aí eu vou trazer mais, vou pegar nas congregações, o que precisar", conta.

O pastor Freitas, 43 anos, da Igreja Universal, montou, junto a outros voluntários, um polo de distribuição de água e alimentos. Ele ressalta que o movimento não é de nenhuma religião e que todos estão unindo forças.

"Nesse ponto a gente faz doação de água, café, lanche, tudo o que pode atender a necessidade das pessoas a gente está atendendo. Nesse momento as pessoas não podem olhar religião, aqui não tem placa, não tem religião, todas as pessoas são comuns, aqui a gente vive aquele versículo: 'amar o próximo como a ti mesmo', então se a gente unir forças a gente vai conseguir atender muito mais pessoas", disse.

Ele afirma que, em 24 horas, foram distribuídas mais de 6 mil doações.

"Eu não consigo calcular, porque muita coisa entrou e muita coisa saiu, uma coisa é certa, passou de mais de 6 mil doações de tudo, água, biscoito, roupa. Esta é a única barraca, tudo o que chega é distribuído aqui, a gente está unido com todos", concluiu.

Polos foram montados para concentrar as doações e distribuir os itensPolos foram montados para concentrar as doações e distribuir os itens (Foto: Gerson Oliveira)

Onde e como doar

Quem quiser ajudar, pode fazer as doações através do Fundo de Apoio à Comunidade (FAC), que organiza uma campanha de arrecadação de alimentos e itens básicos para ajudar as famílias da Comunidade do Mandela.

Entre os itens que podem ser doados estão: alimentos, materiais de higiene, fraldas descartáveis, água mineral, limpeza, roupas, colchão, enxoval de cama e de banho, materiais de construção, entre outros itens básicos.

As doações poderão ser entregues no FAC, localizado na Avenida Fabio Zahran, número 6000, no bairro Vila Carvalho, até a meia-noite desta quinta-feira (16), a partir das 7h30 da sexta-feira (17).

Dependendo do volume de itens, o Fundo de Apoio à Comunidade possui equipes para buscar a doação, que podem ser acionadas através do telefone (67) 2020-1361.

A Central Única das Favelas (Cufa) também está com campanha para ajudar as famílias.

A Central concentra as arrecadações em sua sede, que fica na Rua Livino Godói, 422, no Jardim São Conrado, sendo que a ideia da Cufa é montar uma cozinha comunitária na comunidade do Mandela e seguir com essa assistência presencial. 

Além disso, também foi disponibilizado o Pix da Associação das mulheres das favelas do Mato Grosso do Sul (pelo CNPJ: 45.776.653 0001.03), para à população, para que essa corrente em prol da solidariedade tenha sequência e mobilize mais sul-mato-grossenses.

Incêndio

No fim da manhã dessa quinta-feira (16), um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela. Conforme apurado pelo Correio do Estado, aproximadamente 186 famílias perderam seus lares e itens básicos nas chamas.

Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e enviaram quatro viaturas, além de uma de socorro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O incêndio pode ter sido provocado por um curto-circuito ou por uma pessoa, que teria ateado fogo em um barraco e acabou se espalhando para os outros, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

"[A causa pode ter sido] ou curto-circuito, devido às ligações clandestinas de energia, ou algum usuário de drogas, porque disseram para a gente que um usuário de drogas colocou fogo em uma casa e aí espalhou, mas a gente não sabe se é verdade, é a informação que deram", afirmou o capitão do Corpo de Bombeiros, Joelhe Alencar.

A prefeita Adriane Lopes (PP) foi até a comunidade ontem e hoje e garantiu aos moradores que as famílias que perderam suas moradias receberão suporte da prefeitura.

Famílias que aceitaram foram encaminhadas para abrigos. Na manhã desta sexta, o Exército Brasileiro instalou 14 tendas para acolhimento a essa população. 

Incêndio destruiu dezenas de barracos na Comunidade do MandelaIncêndio destruiu dezenas de barracos na Comunidade do Mandela (Foto: Gerson Oliveira)

Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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