O narcotraficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que estava preso no presídio federal de Campo Grande foi transferido na manhã deste sábado (18) para a penitenciária federal de Catanduvas (PR).
Beira-Mar saiu escoltado por agentes penitenciários federais em um comboio para a Base Aérea de Campo Grande. Lá, ele embarcou em uma aeronave da Força Aérea Brasileira, com destino a Catanduvas. Não há detalhes sobre o que motivou a transferência de Beira-Mar.
Ele já esteve preso em Catanduvas, em 2006, um mês após o presídio federal ser ocupado. Ele foi a primeira pessoa a ficar no local. Essa é a 12ª transferência de Beira-Mar desde que ele foi preso na Colômbia em 2001.
O narcotraficante cumpria pena no presídio de Campo Grande desde 25 de julho de 2007, após ser transferido de Catanduvas. Beira-Mar desde então estava sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde o preso fica em isolamento total em relação aos outros e monitorado 24 horas por dia.
Cartas do crime
No começo desta semana, o R7 revelou que a polícia do Rio de Janeiro investiga o conteúdo de uma carta que teria sido enviada por Beira-Mar a aliados cariocas. No bilhete, segundo policiais, o bandido revela que enviava cocaína para a Europa e que tinha planos de abrir pelo menos três empresas no Rio de Janeiro.
Segundo policiais, na carta, apreendida no início deste semestre, há informações de que a quadrilha trazia do exterior mensalmente cerca de 450 kg de cocaína, dos quais 300 kg seriam enviados para a Europa e os outros 150 kg abasteceriam o mercado do Rio de Janeiro. No mesmo bilhete, é mencionado que o grupo de Beira-Mar seria responsável pelo envio, por mês, de cerca de cinco toneladas de maconha para o Rio de Janeiro, sendo que o lucro seria dividido meio a meio com um suposto sócio.
De acordo com um agente, a carta ainda traz comentários sobre homicídios de supostos informantes da polícia e de cobranças de dívidas. Em outro trecho, o bandido cita que, se os endividados não queriam lhe pagar em dinheiro, tinham que entrar como sócios em pelo menos três empresas que ele pretendia abrir no Estado.
Em cartas atribuídas ao traficante, ele escreve para um cúmplice encomendando um sequestro. Em um trecho, Beira-Mar diz "o primeiro contato será feito com o bispo geral do Brasil. A pessoa vai ligar para ele avisando que estamos com a vítima e que queremos em troca da liberdade dele, a liberdade do miliciano Batman e de mais dois que estão com ele. Avise ao bispo para não envolver a mídia e pessoalmente acertar os destalhes com o ministro da Justiça".