Em Campo Grande, centenas de fiéis se reuniram na Praça Ari Coelho, para celebrar o Corpus Christi, data em memória do Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo. Além da adoração, a Arquidiocese de Campo Grande aproveitou o momento para levantar doações para o Rio Grande do Sul, em parceria com o Exército Brasileiro.
Claudio Reis, de 50 anos, é do Movimento Renovação Carismática da Capital, da Arquidiocese, e relatou que mais de cinco caminhões foram carregados de doações, que o Exército vai levar para o RS, Estado que foi atingido por fortes chuvas.
“A palavra que a gente pode falar é simplesmente ‘fantástico’, o povo, graças a Deus, se solidariza muito e ajuda mesmo. Então você percebe que vem ajuda de tudo quanto é jeito, novo, usado, mas vem. Tem coisa que não foi usada ainda, então a importância é essa conscientização que o povo está tendo”, comenta Claudio.
Rosilei de Castro, de 57 anos, é fiel e além de celebrar a data, também aproveitou para doar cobertores, lençóis, fronhas, itens para proteger as pessoas do frio no Rio Grande do Sul. Para ela, é necessário que a igreja também se mobilize em situações de necessidade.
“A gente está aqui e tem o que nos proteger, na hora a gente lembrou deles, que muitos perderam tudo de verdade”, disse a cristã.
“O dia de hoje é muito importante para nós católicos, porque ele é para mostrar para a sociedade que nós acreditamos em Jesus Eucarístico, por isso que Jesus sai passeando pelas ruas no ostensório, mostrando que nós acreditamos que Ele está ali presente, em corpo, sangue, alma e divindade”, expõe Rosilei.
A Arquidiocese relata que cerca de 2.300 voluntários se reuniram desde as 7 horas da manhã dessa quinta-feira (30), para a confecção de tapetes, que mediram 1.083 metros, ao longo da Avenida Afonso Pena, 13 de Maio e Fernando Correa da Costa.
O tema deste ano foi Vinde e Vede - Ele está no meio de nós. A confecção do tapete é uma tradição cristã, que simboliza a preparação e o caminho que os fiéis devem percorrer para receber o Corpo de Cristo, durante a Eucaristia.
Ronaldo Dourado, de 39 anos, e Jaqueline Souza, de 37 anos, vão todos os anos para a procissão de Corpus Christi, desde a infância. Agora, unidos como uma família, levaram os filhos, Maria Gabriela, de seis anos, e Juan Guilherme, de três anos, para a celebração.
“É tradição já, um momento especial que a gente tem para poder mostrar para as crianças a fé que a gente tem em Cristo, e celebrar também culturalmente os tapetes, a gente acha bem legal, bonito e interessante, as construções”, relata Ronaldo.
“A nossa família já tinha costume de vir, e demos continuidade. Desde antes de ter as crianças sempre viemos, desde quando era nas comunidades, antes de vir para a Central”, fala Jaqueline. Ao todo, 58 paróquias se reuniram para confeccionar os tapetes, que, como lembra o casal, antes era feito separadamente por cada comunidade.
“Eles (filhos) falam ‘vamos ver os tapetes’, é o dia dos tapetes. Eles estavam ansiosos para vir, para poder estar aqui hoje, e a gente pretende que eles sigam o mesmo caminho da fé. É muito importante mostrar, professar a nossa fé, ter essa liberdade de nós podemos nos manifestar dentro do nosso país”, dizem os pais.
A celebração eucarística foi presidida pelo arcebispo Dom Dimas, e celebrada pelos bispos Dom Mariano, Dom Vitório e todo o clero da arquidiocese.
Após a caminhada com a exibição do Santíssimo Sacramento, os fiéis encerraram o dia com uma adoração e um show da comunidade Boa Nova.
Feito principalmente a partir de serragem, cortiça e corante, o tapete que forma o corredor é composto principalmente de imagens que representam a chegada de Cristo a Jerusalém, a Terra Santa.
O Padre Luiz Gustavo Winkler pontua que o trabalho inicia um ano antes do Corpus Christi, e a confecção dos tapetes é dividida por paróquia. Em Campo Grande, atualmente há 51 paróquias.
AÇÃO ESPORTIVA
Aproveitando a celebração, seis crianças e adolescentes, atletas de judô estiveram na festividade levantando recursos para ir a um campeonato nacional em Minas Gerais, no mês de julho.
Juliane Pereira da Silva, de 36 anos, é mãe dos atletas Calebe e Nathan, relata que a competição tem um custo alto, com atletas ranqueados do judô nacional e uma semana de treinamento.
“Só de transporte é R$ 9 mil para levar 15 pessoas, e a estadia está dando uma média de R$ 56 cada atleta”, informa Juliane. Além dos presentes, outros atletas que não puderam ir à celebração, também vão para a competição.
SAIBA
A festa de Corpus Christi acontece 60 dias depois do Domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade
**Colaborou Evelyn Thamaris e Naiara Camargo.