Cidades

FUTURO DA SAÚDE

Fila por cirurgia em Campo Grande acumula 14 mil pacientes, denuncia deputado

Com outros 61 mil pacientes esperando por consulta, Pedro Pedrossian Neto critica criação de Hospital Municipal e sugere contratos que remunerem unidades também por produtividade

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Durante sessão plenária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira (05), o deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD) usou espaço do grande expediente para denunciar a fila de espera de pacientes que aguardam há mais de seis meses por cirurgia que na Capital, que já acumula mais de 14 mil pessoas. 

Conforme o parlamentar, os dados apresentados na Casa foram obtidos exclusivamente por ele através do Sistema Nacional de Regulação (SISREG) do Ministério da Saúde, números que apontam também para outros 61.254 pacientes que ainda aguardam uma consulta com especialista. 

Segundo Pedrossian, esses dados mostram agravamento e piora significativa na saúde, principalmente em relação à situação vista na cidade de Campo Grande. "Nada mais nada menos que 14.339 pessoas na Capital esperando uma cirurgia há mais de seis meses", pontua.  

Ele ainda comenta a situação recorrente, de parlamentares que são procurados para intervir no sistema de regulação. Apesar da atuação, ele comenta que quando os deputados conseguem, é preciso que essa conduta seja questionada. 

"O Sistema tá funcionando de maneira tão distorcida, que o cidadão comum precisa invocar o apoio e chamar um deputado para conseguir uma cirurgia. Em tese, tem que ter fila; prioridade; regra e não pode ter o dedo de um ou outro, pela sua força, que vá acelerar isso. Tá errado, é crime, porque se alguém passou na frente, significa que outro de alguma forma foi preterido", argumenta ele. 

Entre os números da fila por cirurgia, ele evidencia alguns totais de pacientes que esperam há mais de seis meses e ainda o tempo médio de alguns procedimentos, sendo: 

  • Cabeça e pescoço - 856 pessoas | tempo médio 214 meses de espera. 
  • Bariátrica - 569 pessoas | tempo médio: 24 meses
  • Cirurgia geral - 3.520 pessoas | tempo médio 16 meses). 

Soluções previstas

Descrito como uma dificuldade enfrentada todos os dias, Pedrossian comenta que já é banalizado e normalizado regionalmente e que "está todo mundo fingindo que o problema não existe".

"E o cidadão, levado ao desespero, tem que entrar na Justiça e judicializa, que diz que a Saúde é um direito de todos, condenando o município a fazer a cirurgia, que ocorre com um valor de 10x do que poderia ser feita se tivéssemos isso rodando no SUS", complementa.

Diante desse problema, ele faz questão de frisar que todo o sistema está funcionando "de maneira muito distorcida", e critica uma das soluções cogitadas e prometidas, o Hospital Municipal. 

"Será que precisamos, necessariamente, fazer a construção de um hospital para resolver esses problemas, ou podemos - com os hospitais que temos - aditar esses contratos para que as cirurgias possam acontecer imediatamente?", questiona o parlamentar. 

Como detalhado recentemente pelo Correio do Estado, o chamado Hospital Municipal, que deveria ser concluído em um ano, sequer tinha local escolhido ou projeto em demais secretarias que não a de Saúde (Sesau). 

Com isso, ele cita a concepção de um Projeto de Lei que crie o que chama de "regime especial de contratualização dos hospitais", que basicamente prevê uma remuneração extra para as unidades hospitalares, de acordo com produção e efetividade dos serviços.

Ele cita que em contratos, como o da Santa Casa, por exemplo, valores fixos, independentemente da produção, repassados seja pelo Estado ou Prefeitura. 

"Da Prefeitura recebe cerca de R$ 5 milhões por mês. Do Governo do Estado, cerca de mais R$ 9 milhões fixos. E do Governo Federal cerca de R$ 16 milhões no seu total. Independentemente da quantidade de cirurgias, da rodagem de leitos ou resolutividade, vai ser esse valor", esclarece sobre a atual situação. 

Ainda, ele aponta que a própria Santa Casa aumenta consistentemente sua produção ambulatorial e hospitalar ano após ano e que, com um critério variável, seria possível incentivar um maior e melhor desempenho das unidades médicas.  

"Hoje ela não tem incentivo nenhum, se aumentar a produção em 10%, continua ganhando os mesmos valores. Queremos a meta de remuneração variável de acordo com o desempenho e eficiência desses hospitais, não apenas remunerar de acordo com produção ambulatorial e hospitalar, mas que tenhamos alguns critérios à proteção desse orçamento contra inflação". argumentou ele. 

Gleice Jane (PT) aproveitou a situação evidenciada por Pedrossian para citar o caso de Dourados, que possui Hospital Municipal e onde há a mesma preocupação sobre a regulação que há na Capital, com o dilema em entender munícipes e pessoas de outras cidades. 

"Sempre houve essa polêmica. Chegando aqui fiz uma visita ao HU, tentando conversar e compreender as demandas. Não há diálogo entre os poderes para realmente ter um caminho a seguir, onde todos tenham as mesmas regras. Cada hospital segue sua linha, mas não existe uma regulamentação", comenta ela. 

Pedrossian deixa evidenciada a vontade de mudar a contratualização dos hospitais, questionando o motivo dessas unidades serem "descriminalizadas", já que demais contratos com o poder público possuem reajuste da inflação.

"Os únicos contratos firmados pelo poder público, que não tem regra anual pelo reajuste da inflação, são exatamente os dos hospitais. Se você fornece bens para merenda escolar, ou serviço de software para o poder público, se você aluga uma casa... todos são ajustados anualmente ou pelo IPCA ou pelo IGPM, para defender o poder de compra dos contratos ao longo do tempo", complementou. 

Conforme o deputado, o Projeto de Lei foi apresentado ao Governo do Estado, que sugeriu modificações, emendas que já estão prontas e devem entrar em discussão até dia 14 de novembro. 

Importante frisar, como esclarece o parlamentar, que essa ferramenta será uma escolha para o Governo do Estado, não uma obrigação, o que se estende para os hospitais que, se quiserem, poderão ser remunerados também com critérios de qualidade; desempenho e de governança clínica, por exemplo. 

 

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Prognóstico

Verão começa neste domingo e será marcado por calor acima da média em MS

Prognóstico aponta que podem ocorrer ondas de calor no Estado, enquanto as chuvas serão irregulares e podem ficar abaixo da média para a estação

18/12/2025 18h44

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começa às 11h03 (horário de MS) deste sábado (21) e será marcado por chuvas irregulares e temperaturas elevadas em Mato Grosso do Sul. É o que aponta prognóstico divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec).

A estação, que vai até o dia 20 de março de 2026, é climatologicamente caracterizada pelos dias mais longos e noites mais curtas, calor, maior disponibilidade de umidade na atmosfera e aumento significativa de pancadas de chuvas.

O primeiro dia do verão é o dia mais longo do ano e a noite mais curta.

Calor acima da média

De acordo com o prognóstico, a tendência climática para este verão em Mato Grosso do Sul indica temperaturas acima da média histórica, ou seja, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal no Estado.

"Essa condição favorece a ocorrência de períodos mais quentes, sobretudo em dias com menor nebulosidade e ausência de precipitação", diz o documento.

Quanto as temperaturas, a média da estação varia entre 24°C a 26°C. A previsão para o trimestre janeiro-fevereiro-março de 2026 indica que as temperaturas ficarão ligeiramente acima da média histórica, com máximas acima de 30°C.

Segundo o Climatempo, o verão deverá ter maior influência da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e a estação terá períodos de veranico, quando várias áreas do País terão dias mais quentes do que o normal, com menos chuva do que o normal para o período.

O Sul do Brasil e as áreas de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai devem enfrentar períodos de calor intenso, que eventualmente poderão ser considerados como onda de calor, segundo o Climatempo.

Dessa forma, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal em Mato Grosso do Sul.

Chuvas irregulares

A média de chuva que é esperada para o verão, conforme os dados históricos baseados em períodos de 30 anos pelo Cemtec, indicam que as precipitações variam entre 400 a 600 mm. 

Para o verão 2025/2026, a tendência climática indica uma previsão  de irregularidade na distribuição das chuvas ao longo do trimestre.

"Os volumes de precipitação tendem a oscilar em torno da média histórica, podendo apresentar totais ligeiramente acima ou abaixo da média histórica", diz o Cemtec.

Uma característica marcante do verão é a ocorrência de rápidas e frequentes mudanças nas condições do tempo. São comuns as chuvas de curta duração e forte intensidade, conhecidas como chuvas de verão.

Segundo o Cemtec, dependendo do ambiente atmosférico atuante, esses eventos podem evoluir para tempestades intensas, acompanhadas de descargas elétricas, rajadas de vento e, ocasionalmente, granizo.

Em razão da intensidade pluviométrica concentrada em curtos intervalos de tempo, essas chuvas podem ocasionar impactos como alagamentos, enxurradas e elevação rápida do nível de córregos e rios, situações típicas do período de verão.

A maior frequência dessas tempestades ocorre, geralmente, no período da tarde, em decorrência do aquecimento diurno mais acentuado e dos mecanismos de modulação diurna da atmosfera.

Além disso, o verão é o período do ano de maior incidência de raios.

Campo Grande

Vereadores derrubam isenção e Consórcio Guaicurus voltará a pagar imposto milionário em 2026

Projeto de lei apresentado pela prefeitura municipal obteve 15 votos contrários e 10 favoráveis

18/12/2025 18h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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No "apagar das luzes" de 2025, a Câmara Municipal de Campo Grande rejeitou a isenção sobre o Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) para o Consórcio Guaicurus, renúncia que neste ano foi de aproximadamente R$ 9,5 milhões aos cofres municipais.

Na prática, a cobrança sobre este tipo de imposto é de responsabilidade da prefeitura municipal, repasses os quais o consórcio é isento de pagar desde 2013, ano em que a concessionária assumiu o transporte público da Capital. Anualmente, a administração encaminha o projeto de lei à Câmara, que aprova ou rejeita a possibilidade de cobrança, que voltará a ser feita em 2026.

De autoria do executivo municipal, o Projeto de Lei 12.229/2025 foi rejeitado nesta quinta-feira (18) por 15 vereadores, e aprovado por 10, nesta que foi a última sessão sessão legislativa do ano. Em justificativa, a prefeita Adriane Lopes (PP) destacou que a isenção fiscal vigente, permite que a concessionária isente diversos passageiros de pagar a taxa de transporte público, atualmente em R$ 4,95. 

"Ressaltamos que ainda que o benefício fiscal proposto também é satisfatório para fazer as empresas prestadoras de serviços de transportes de pessoas em Campo Grande, pois minimiza os custos financeiros arcados por elas, em contrapartida a não cobrança das passagens à diversos usuários decorrentes de ajustes com o município, acarretando uma maior majoração do preço tarifário, portanto, entendemos que no final, o grande beneficiário, é o munícipe", destacou Adriane. 

Durante a sessão, o presidente da Câmara Epaminondas Neto, "Papy" (PSDB), disse compreende a rejeição ao projeto apresentado pela prefeitura, declaração dada em meio à greve dos motoristas. "Isso é um sinal para a cidade de que o parlamento está esgotado em relação ao Consórcio Guaicurus, que demonstra repetidas vezes as mesmas falhas. E o pior, sem uma iniciativa clara do que quer mudar. (O consórcio) está sempre justificando algumas coisas, mas, na prática, com ações que demoram demais para acontecer", avaliou. 


Favoráveis: Beto Avelar (PP), Carlão (PSB), Clodoilson Pires (Podemos), Dr. Jamal (MDB), Victor Rocha (PSDB), Herculano Borges (Republicanos), Leinha (Avante), Neto Santos (Republicanos), Otávio Trad (PSB), Professor Juari (PSDB), Professor Riverton (PP), Rafael Tavares (PL), Ronilço Guerreiro (Podemos), Silvio Pitu (PSDB) e Veterinário Francisco (União).

Contrários: André Salineiro (PL), Ana Portela (PL), Fabio Rocha (União), Flávio Pereira Moura, o Flávio Cabo Almi (PSDB), Jean Ferreira (PT), Landmark Ferreira (PT), Luiza Ribeiro (PT), Maicon Nogueira (PP), Marquinhos Trad (PDT) e  Wilson Lands (Avante).

Saiba*

Após quatro dias de paralisação os motoristas do consórcio voltarão integralmente ao trabalho na manhã desta sexta-feira (19). A antecipação do repasse, anunciada pelo Governo do Estado durante a manhã, caiu na conta e a suspensão da greve foi decidida nesta tarde, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT24).

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