Cidades

ATENDIMENTO COMPLEMENTAR

Fisioterapia no PAI reduz internações infantis em Campo Grande

Com um ano de funcionamento, 37,7 mil crianças foram atendidas no Pronto Atendimento Infantil (PAI) e apenas 2,4% precisaram de internação hospitalar

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Com um ano de funcionamento, o Pronto Atendimento Infantil (PAI), implantado pela prefeitura de Campo Grande, já ultrapassou a marca de 80 mil consultas a crianças e adolescentes. Um dos principais diferenciais da unidade é a oferta de fisioterapia respiratória, que tem contribuído diretamente para evitar internações e acelerar a recuperação de pacientes com dificuldades respiratórias — especialmente durante o período de maior incidência de síndromes respiratórias, no outono e inverno.

A unidade funciona com atendimento pediátrico exclusivo e tem se mostrado estratégica na rede municipal de saúde, ao combinar assistência médica especializada com um serviço inovador, que alia cuidado humanizado e resolutividade clínica.

“Chegamos aqui ontem de manhã, ela passou pela fisioterapia e já percebi melhora na respiração dela, que estava bem difícil, e hoje já vamos para casa”, conta Heleine Aponte, 39 anos, mãe da pequena Nadine, de apenas um ano.

Casos como o da Nadine têm se tornado frequentes na rotina da unidade, especialmente nos meses em que há maior circulação de vírus respiratórios. Desde que a fisioterapia passou a ser ofertada de forma integrada ao atendimento clínico, cerca de 830 sessões foram realizadas, contribuindo para a desospitalização precoce ou até mesmo para evitar que crianças sejam internadas.

Prova disso é que entre junho de 2023 e maio de 2024 foram internados 8.347 pacientes pediátricos em Campo Grande. Nos 12 meses seguintes, este número recuou para 7.829 internações, o que representa uma queda de 6,2% nas internações. 

Das 37,7 mil crianças atendidas no PAI em um ano, apenas 906 (2,4% do total) chegaram a ser internadas. Ou seja, 97,6% das crianças que passaram pelo PAI tiveram alta sem a necessidade de internação hospitalar e uma das explicações é o uso da fisioterapia respiratória, segundo as autoridades de saúde. 

“Agora ela já está mamando melhor, porque nem isso ela queria”, diz Silvana Puerta, de 37 anos, aliviada após ver a filha Lavínia, também de um ano, apresentar melhora após a primeira sessão de fisioterapia. Segundo ela, o atendimento especializado fez diferença no diagnóstico e na condução do caso. “Aqui, os médicos têm uma experiência maior com crianças”, completa.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, explica que a criação do PAI foi uma resposta à sobrecarga na rede hospitalar. “Sabemos que a disponibilidade de leitos pediátricos é um desafio em todo o país, e Campo Grande não é exceção. Vimos que uma unidade destinada exclusivamente para esse público era o primeiro passo para reduzir o número de internações em Campo Grande”, afirma.

Segundo Rosana, a estrutura do PAI permite manter a criança assistida mesmo quando não há vaga em uma unidade terciária. “Hoje temos estrutura similar à de um hospital. Se não há leito disponível fora, ela permanece conosco, amparada”.

A prefeita Adriane Lopes destaca que o investimento foi feito com recursos próprios, aproveitando a estrutura física já existente e reorganizando a equipe de profissionais da unidade de saúde da avenida José Nogueira Vieira, no bairro Tiradentes.

“Assumimos o compromisso de agir com responsabilidade, fazendo o certo e tomando as decisões que realmente precisavam ser tomadas. Instalamos o PAI em uma região central para facilitar o acesso das famílias e reforçamos a equipe para garantir um atendimento completo e especializado às nossas crianças”, afirma.

A sazonalidade das doenças respiratórias, especialmente entre abril e o fim do inverno, intensifica a procura por atendimento e exige respostas rápidas do sistema público de saúde. A criação do PAI, com a incorporação de serviços como a fisioterapia respiratória, tem sido um dos mecanismos adotados pela prefeitura para enfrentar esse desafio, explica a secretária.

 

PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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