Cidades

INVESTIGAÇÃO

Foragido, traficante de Dourados está escondido com família de Motinha

Ronaldo Mendes é procurado pela polícia há um ano, mas conseguiu escapar para o Paraguai, onde estaria abrigado com outra organização criminosa da região

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Após um ano da decretação da prisão preventiva, o empresário Ronaldo Mendes, de 40 anos, proprietário do restaurante Audaz, em Dourados, e apontado como chefe de organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, segue foragido da Justiça Federal.

Segundo apuração do Correio do Estado, ele estaria no Paraguai e teria se unido à família Mota, que também está foragida e, segundo a Polícia Federal (PF), é responsável pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa. 

Fontes indicam que a prisão do chamado Irmão Mendes é apenas questão de tempo, já que agências nacionais e internacionais seguem monitorando o paradeiro do acusado.

Já Hermógenes Aparecido Mendes Filho, de 49 anos, irmão de Mendes, está preso desde o dia 8 de dezembro de 2023, quando foi deflagrada a operação que revelou um esquema de tráfico internacional de drogas. 

Dono de fazendas nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de imóveis de luxo e empresas de transporte, Mendes Filho permanece detido na Penitenciária Estadual da Gameleira II, em Campo Grande. Ele tentou transferência para o presídio de Dourados, mas a Justiça negou esse pedido.

Mendes, também investigado, escapou da operação ao se encontrar em território paraguaio no momento da investida policial. Ele é dono de restaurantes em Dourados e Ponta Porã, além de uma cobertura em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. 

Apurações apontam que ele teria recebido apoio de um político paraguaio para evitar a prisão. O mesmo, posteriormente, emitiu nota contestando essa informação. 

MODUS OPERANDI

A investigação revelou que o grupo utilizava caminhões para transportar a droga do Paraguai até o Rio de Janeiro, onde era despachada para o exterior. Em um dos flagrantes, 160 quilos de cocaína foram encontrados escondidos dentro de pneus. 

Também foram descobertos colchões com compartimentos secretos para ocultar tabletes da droga, evidenciando a inovação do grupo no modus operandi.

FACÇÕES CRIMINOSAS

A investigação da PF aponta que o grupo dos irmãos Mendes estaria diretamente ligado ao Comando Vermelho, facção criada no Rio de Janeiro.

Segundo a PF, uma das provas sobre essa ligação com a facção carioca estaria no fato de Jorge Teófilo Samudio Gonzalez, conhecido como Samura e considerado uma das principais lideranças da organização, ter como endereço em Dourados o mesmo local onde residiria Mendes Filho. 

Em fevereiro do ano passado, decisão da 3ª Vara Federal de Campo Grande expôs a conexão entre os irmãos Mendes e o Comando Vermelho, com vínculos estabelecidos desde 2014. 

Além dos três serem de Capitan Bado, cidade paraguaia, a investigação revela que a parceria envolvia tráfico de drogas e movimentações milionárias.

No caso da residência registrada como domicílio de Mendes Filho, outras pessoas investigadas também declararam o imóvel como endereço em cadastros oficiais, fortalecendo os indícios de associação criminosa.

De acordo com a decisão, o local era utilizado como base para a exportação de drogas recebidas pelos irmãos Mendes. A estrutura do galpão mencionado servia para armazenar e distribuir entorpecentes.

As autoridades federais identificaram operações criminosas ao longo de quase uma década envolvendo os acusados.

Segundo as informações que estão sendo apuradas, apesar de Mendes Filho estar ligado ao Comando Vermelho, Mendes teria atuação junto a família Mota, que tem parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Tanto Antonio Joaquim da Mota quanto Antonio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota (pai e filho) são procurados pela Justiça. O filho está foragido desde 2023, enquanto o pai fugiu no ano passado, após ser solto.

DENÚNCIAS E RÉUS

Em abril do ano passado, a Justiça Federal aceitou a denúncia contra os irmãos Mendes e outros envolvidos. Hermógenes Mendes Filho e Ronaldo Mendes, com Wuillhan Rojas, Cristiane Maran Milgarefe da Costa, Markus Verissimo de Souza, Luan Yamashita Gonçalves, Jair Marques Neto e Eduardo Faustino dos Santos, respondem por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Porém, o juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini rejeitou as acusações de tráfico transnacional e associação para o tráfico contra os envolvidos no flagrante ocorrido no Rio de Janeiro, apontando incompetência territorial.

DEFESA CONTESTA

Em julho do ano passado, a defesa de Mendes divulgou nota negando sua participação no tráfico de drogas, afirmando que as acusações contra ele se limitam à lavagem de dinheiro. 

Segundo o advogado Luiz Gustavo Battaglin Maciel, o restaurante Audaz, citado como parte do esquema, era um estabelecimento lucrativo e operava legalmente.

A defesa também negou que Mendes tenha fugido com ajuda política e questionou a falta de provas concretas sobre sua suposta participação no esquema. 

Apontou ainda que o restaurante não funcionava como fachada, ressaltando a necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre o faturamento do negócio.

Por fim, a defesa reiterou confiança na Justiça para provar a inocência de Mendes, destacando o princípio da presunção de inocência e do devido processo legal.

SAIBA

Durante a Operação Santus, deflagrada no dia 8/12/2023, a Polícia Federal buscou cumprir mandados em quatro estados brasileiros. Em MS, as ações ocorreram em Dourados e Campo Grande.

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Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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