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Fórum em Campo Grande projeta novo cenário para transporte rodoviário seguro em MS

Capital foi sede do 2º Fórum Centro-Oeste de Segurança Rodoviária e debateu inovação, concessões e sustentabilidade

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Campo Grande se tornou centro das discussões sobre o futuro da mobilidade e da segurança no trânsito com a realização do 2º Fórum Centro-Oeste de Segurança Rodoviária, que reuniu autoridades, especialistas, representantes do setor produtivo e instituições públicas nos dias 29 e 30 de outubro. 

Promovido pela Segsatra Consultoria, o evento destacou temas como a Rota Bioceânica, Inteligência Artificial, concessões rodoviárias, transporte de produtos perigosos, gestão de riscos e integração entre rodovias e meio ambiente. 

Na abertura do primeiro dia do evento, o CEO da Segsatra Consultoria, André Ferreira, destacou a escolha de Campo Grande como sede do Fórum pela sua posição estratégica e pela consolidação de Mato Grosso do Sul como eixo logístico do País. 

“A ideia é que a gente possa construir projetos que venham beneficiar o transporte, aumentar a segurança e minimizar as mortes tão comuns no trânsito”, afirmou. 

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso do Sul, João Paulo Bueno, lembrou que o aumento do fluxo de veículos nos últimos dez anos trouxe também crescimento nos índices de acidentes. 

“O desenvolvimento gera consequências e por isso, a importância da integração de forças e setores em uma discussão, principalmente baseada em educação”, destacou. 

Desafios da segurança e desenvolvimento 

O ministro de Carreira Diplomática do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, João Carlos Parkinson de Castro, abordou a Rota Bioceânica em sua palestra sobre “Circulação e Logística”.

Segundo ele, 52% das exportações brasileiras para países da América do Sul foram feitas por rodovias em 2024, assim como 38% das importações, 

Com a Rota Bioceânica, a tendência é que esse número aumente ao agregar a demanda de exportação do nordeste ao reduzir distâncias de deslocamento. 

“A expansão econômica está condicionada a multimodalidade, via ferrovia, hidrovia e aéreo do Estado, por isso a importância de se estruturar” disse ele, citando a ferrovia Malha Oeste e a concessão da hidrovia do rio Paraguai como eixos fundamentais.

Inteligência Artificial aliada à segurança

Ainda no primeiro dia de evento, o pesquisador Francisco Garonce, vice-presidente do Instituto Nacional de Projetos para Trânsito e Segurança, destacou como a inteligência artificial muda a lógica da criação de conhecimento que, até então, era exclusiva do indivíduo. 

No entanto, o ser humano ainda conta com a consciência como algo único, que a IA não pode suprir. 

“Precisamos de consciência para saber que nas rodovias, mesmo cada vez mais tecnológicas, todo dia o trânsito mata mais do que acidentes aéreos. Não podemos deixar que nossa consciência entenda isso como normal. Precisamos mudar essa realidade do trânsito, usando a IA para isso”, destacou.

Garonce destacou exemplos internacionais, como o uso do Metaverso na Irlanda para educação no trânsito infantil e lembrou que “a IA erra, é uma aliada sim, mas as informações devem sempre ser checadas”. 

Concessões e transporte seguro

No segundo dia de evento, foi discutido o impacto das concessões rodoviárias na redução de acidentes. Investimentos no Brasil somam R$160 bilhões e a relicitação da BR-163 em Mato Grosso do Sul deve injetar R$16 bilhões em recursos que devem impactar, principalmente, na segurança das vias. 

O ex-diretor da Agência Nacional de Trânsito Terrestre (ANTT), Luciano Lourenço, apontou que o modelo de concessão é estratégico para reduzir o número de acidentes, onde, em 2024, houve 73,1 mil ocorrências registradas. 

“As concessões, quando performam bem, entregam qualidade e segurança para os
usuários, reduzindo acidentes. Isso tudo, numa proporção que o poder público não teria
braço para fazer, por isso acreditamos em um modelo eficiente para a segurança viária”, ressaltou. 

Lourenço destacou os avanços previstos na relicitação da BR-163, como os 203 quilômetros de duplicações, 22 passarelas e três pontos de paradas para descanso de caminhoneiros. 

Transporte e meio ambiente

O segundo dia também foi marcado por discussões sobre o desafio entre a integração das rodovias e o meio ambiente.

O coronel Ângelo Rabelo, fundador do Instituto Homem Pantaneiro, citou que 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza anualmente de maneira legal, mas muitos outros morrem atropelados frequentemente nas estradas. 

Segundo o coronel, pelo menos 20 onças pintadas morreram na BR-262 nos últimos cinco anos, o que causa transtornos e, às vezes, morte também entre os condutores e passageiros.

Essa rota conta com o tráfego de quase 500 carretas com minério de ferro, mas a rodovia não foi preparada para isso. Por isso, as empresas precisam cobrar políticas públicas para melhora das condições para o transporte e o meio ambiente. 

“Que o caminho do desenvolvimento seja também da vida. Juntos, podemos construir um futuro onde progresso e natureza caminham lado a lado onde cada quilômetro da estrada representa não uma ameaça, mas uma oportunidade de conexão”, afirmou. 

CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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