A forte frente fria que estacionou sobre Mato Grosso do Sul ao longo da semana provocou a morte de centenas de bovinos em diferentes regiões do Estado. A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul) havia contabilizado 1.071 mortes até o fim da tarde de sexta-feira (16), mas os técnicos tinham conhecimento de outros casos e continuavam fazendo levantamentos.
Além disso, havia o temor de que as mortes continuassem, pois a madrugada deste sábado continuou gelada em boa parte do Pantanal, onde foi registrada a maior parte das mortes, principalmente de bezzerros. A estimativa é de que a morte de cada bovino gere prejuízo médio de R$ 3,5 mil.
Entre segunda-feira e o começo da tarde de quinta-feira o sol não apareceu em praticamente todo o Estado. Ao longo destes dias, as pancadas de chuva e o frio foram constantes, o que ajudou a debilitar os rebanhos.
Depois disso o frio aumentou e na madrugada de sexta-feira teve registro de geada em diferentes municípios da região central e sudoeste de Mato Grosso do Sul, como Rio Brilhante, Sidrolândia, Jardim, Maracaju, Nova Alvorada do Sul e São Gabriel do Oeste.
No Pantanal, onde a Iagro contabilizou a maioria das mortes, não teve registro oficial de geada, mas o frio foi intenso. “Ao longo da estrada parque morreu gado em várias fazendas. Teve várias pessoas que falaram aqui. Principalmente vacas paridas e bezerros. Fez muito frio nestes últimos dias”, comentou, por telefone, a senhora Ilda, do Bar do Quequé, que há décadas é ponto de parada de fazendeiros e trabalhadores do Pantanal.
Em 2014 houve registro de morte de gado em algumas fazendas do Estado, mas o fenômeno de agora, é comparável somente às ocorrências de 2010, quando ocorreram mortes várias regiões de Mato Grosso do Sul, conforme a Iagro.
Fazendas com pouca reserva legal, ou pouca mata, são, normalmente as mais atingidas, já que o gado costuma se aglomerar e se proteger do vento no meio da mata. Porém, desta vez também ocorreram mortes em propriedades com extensas reservas florestais, conforme mostra o vídeo abaixo feito no Pantanal e divulgado em redes sociais.