Cidades

Cidades

FUP protesta contra mudança que obriga a três dias de trabalho presencial na Petrobras

Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que a entidade e os seus sindicatos vão realizar um ato nesta terça-feira, 14, em protesto contra a alteração das regras do trabalho remoto

Continue lendo...

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que a entidade e os seus sindicatos vão realizar um ato nesta terça-feira, 14, em protesto contra a alteração das regras do trabalho remoto. A partir de abril, os trabalhadores terão que realizar o trabalho presencial por três dias, e não dois, como é atualmente.

Segundo a FUP, os protestos vão ocorrer na sede da Petrobras no Rio de Janeiro, e em outras bases administrativas, além de unidades operacionais.

"A FUP se posiciona contra essa mudança determinada unilateralmente e argumenta que as regras de teletrabalho precisam ser adaptadas às atividades específicas de cada trabalhador. A Federação acredita que há funções que podem ser realizadas integralmente de forma remota, enquanto outras exigem presença física", alertou a entidade em nota.

De acordo com a FUP, mesmo com a regra atual, muitos trabalhadores acabam indo para as unidades da Petrobras sem necessidade de interação presencial, caracterizando o que é conhecido como "teletrabalho presencial".

"A Federação propõe que a quantidade de dias de trabalho remoto e presencial seja avaliada de forma mensal e não semanal, oferecendo mais flexibilidade para atender às necessidades dos trabalhadores e da empresa. Para isso, a criação de um comitê em cada unidade para analisar individualmente cada caso é uma das sugestões", explicou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar

"Não há evidências de que o teletrabalho tenha prejudicado a produtividade", reforça Cibele Vieira, diretora da FUP. "Acreditamos que a mudança no modelo de trabalho deve ser discutida de maneira transparente, respeitando os interesses de ambas as partes", diz ela.

Na semana passada, a diretoria executiva da Petrobras aprovou ajustes ao modelo híbrido de trabalho. "Assim, todos que aderiram a esse modelo realizarão trabalho presencial de no mínimo três dias por semana, a partir de abril", informou a companhia.

"Os mencionados ajustes visam aprimorar a integração das equipes e os processos de gestão, além de contribuir para a agilidade na entrega de importantes resultados para a companhia, que está em fase de crescimento de projetos", explicou a estatal em nota.

TURISMO

Morro do Paxixi pode ganhar teleférico em Aquidauana (MS)

Ideia é que o teleférico ligue o topo do Morro Paxixi a outro morro localizado na UEMS, próximo a MS-450 (Estrada Parque de Piraputanga)

14/01/2025 10h45

MS-450, Estrada Parque de Piraputanga

MS-450, Estrada Parque de Piraputanga Foto: Álvaro Rezende

Continue Lendo...

Morro do Paxixi, badalado e famoso ponto turístico em Aquidauana (Mato Grosso do Sul), pode ganhar teleférico nos próximos meses ou anos.

A ideia é que o teleférico ligue o topo do Morro Paxixi a outro morro localizado na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) – Câmpus Aquidauana, próximo a MS-450 (Estrada Parque de Piraputanga). Veja o vídeo do possível teleférico no fim desta matéria.

O objetivo é fomentar o turismo na região, proporcionar uma vista privilegiada da fauna e flora do Pantanal Sul-mato-grossense e promover o acesso facilitado ao patrimônio natural.

Para implantação e administração do teleférico, será necessário uma parceria público-privada (PPP), que é um contrato entre o poder público e uma empresa privada para a gestão dos serviços públicos.

Se sair do papel, este será o primeiro teleférico turístico da história de Mato Grosso do Sul.

Teleférico é um meio de transporte aéreo por cabo, utilizado para o transporte de pessoas e materiais. Utiliza-se um ou mais cabos para sua sustentação e tração.

Esse tipo de locomoção é comum em áreas montanhosas e proporciona vistas panorâmicas e deslumbrantes em largo horizonte.

Alguns pontos turísticos famosos brasileiros que possuem teleférico são Bondinho do Pão de Açúcar (RJ), Parque Unipraias em Balneário Camboriú (SC), Morro do Elefante em Campos de Jordão (SP), Caxambu (MG), entre outros. A ideia é inovar e trazer esta novidade para Mato Grosso do Sul.

A proposta do teleférico foi apresentada pelo ex-prefeito Odilon Ribeiro (PSDB) durante o Pantanal Tech 2024, em junho do ano passado, no câmpus da UEMS em Aquidauana, com a presença do governador de MS, Eduardo Riedel (PSDB).

De acordo com o reitor da UEMS, Laércio Carvalho, a instalação de teleférico na região é um sonho que sairá do papel.

“[Sobre] o nosso teleférico, vocês estão pensando que é um sonho, mas esse sonho pode virar realidade. Olha só que vista maravilhosa. Já pensou você pegar um teleférico aqui, com todo esse ambiente, um restaurante aqui, um vestiário para os nossos ciclistas, para as pessoas que andam por aqui, subir de teleférico até lá em cima, nesse cartão-postal do estado de Mato Grosso, Morro do Paixixi, tendo essa visão maravilhosa tanto de cima quanto de baixo, passando por uma fazenda tecnológica. Teleférico: vamos sonhar com essa parceria público privada aqui em Aquidauana”, disse o reitor em suas redes sociais.

Veja o vídeo do possível teleférico que deve ser instalado no Pantanal:

 

MORRO DO PAXIXI

O Morro do Paxixi é um famoso mirante localizado na região de Aquidauana, a 141 km de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

O acesso ao topo pode ser feito de carro por uma estrada que é pavimentada em algumas partes e de terra em outras. Após chegar ao topo, há uma trilha de apenas 600 metros que leva a dois pontos de observação.

TRAGÉDIA

Mãe espera por indenização de filho morto no lixão há 13 anos

Processo contra o município de Campo Grande foi vencido em 2018, mas até agora a família do menino Maycon Corrêa de Andrade segue sem o pagamento

14/01/2025 09h30

Montanha de lixo caiu sobre o menino, que morreu sufocado embaixo de cinco metros de dejetos

Montanha de lixo caiu sobre o menino, que morreu sufocado embaixo de cinco metros de dejetos Foto: Álvaro Rezende / Arquivo

Continue Lendo...

“Já perdi as esperanças. É tanta demora, e o meu filho não vai voltar”, é o que diz Lucilene Corrêa, 44 anos, mãe de Maycon Corrêa de Andrade, que no dia 28 de dezembro de 2011, com apenas nove anos, morreu por asfixia mecânica por compressão torácica, após ser soterrado por um desabamento de resíduos no lixão de Campo Grande, situado às margens do anel viário que liga as saídas de Sidrolândia à Anhanduí, no Bairro Dom Antônio Barbosa.

De lá pra cá, a diarista que vive no São Conrado disse que já são mais de 13 anos de angústia e outros seis à espera do pagamento de uma indenização vencida em agosto de 2018 pela família, referente ao processo ganho contra o município de Campo Grande.

Comemorada em silêncio por Lucilene, a indenização foi encabeçada pelo pedreiro Reginaldo Pereira de Andrade, pai de Maycon, que faleceu em 2023, em decorrência de complicações por tuberculose, além de outros quatro filhos do casal.

Conforme o advogado Luciano de Miguel, responsável pela causa, a demora acerca dos pagamentos de indenização decorre de trâmites judiciários, uma vez que os pagamentos serão feitos por meio de precatórios – requisições realizadas pelo Poder Judiciário para cobrar o pagamento de dívidas que envolvam órgãos públicos.

“Não posso falar em um prazo. Se eu fizesse isso, estaria sendo irresponsável ao estipular uma data para que a família recebesse esse dinheiro. Nesse momento, eles estão na fila de espera, visto que os pagamentos realizados nesse tipo de modalidade ocorrem em lotes”, afirmou Miguel.

À reportagem, o advogado comentou que, por agora, estão sendo realizados os pagamentos referentes às causas ganhas em 2017, ou seja, como a causa foi ganha em 2018, os pagamentos podem ocorrer ainda neste ano.

“Realmente não posso estipular uma data, pode ocorrer em seis meses ou em mais de um ano”, disse o advogado.

Assinada pelo juiz Zidiel Infantino Coutinho à época, a sentença estipulou o pagamento de R$ 30 mil para cada um dos pais de Maycon, além de R$ 10 mil para cada um dos irmãos da vítima, valores a serem corrigidos – segundo o magistrado – pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) “a partir do arbitramento e dos juros de mora pelo índice aplicável à caderneta de poupança a partir da citação, nos termos do artigo 405 do Código Civil”.

No mesmo eixo, o juiz decidiu por ceder a pensão alimentícia aos pais de Maycon no valor de 66% do salário mínimo à época, cerca de R$ 400.

“Inclusive da gratificação natalina, contada a partir do dia em que a vítima completaria 16 anos, até a data em que completaria 25 anos, reduzida, a partir de então, para 1/3 (um terço) do salário mínimo até o óbito dos beneficiários da pensão ou da data em que a vítima completaria 75 anos de idade, o que ocorrer primeiro”, diz trecho da decisão.

Conforme a sentença, os valores da pensão já vencidos deveriam ser pagos de uma só vez, nos termos do artigo 950, parágrafo único, do Código Civil. Perguntada sobre o recebimento, Lucilene afirmou não se lembrar do período em que passou a receber os R$ 400, porém, garantiu que em dezembro de 2024 a gratificação natalina prevista em juízo já não foi repassada à família.

“Eu já recebo os pagamentos há algum tempo, não sei dizer desde quando, mas em dezembro do ano passado já não recebi”, assegurou Lucilene.

Uma vez que dezembro foi o mês da morte do filho, a mãe do garoto disse que é justo nessa época, entre o fim do ano e janeiro, que ela se sente mais emotiva, pois “tudo lembra ele”.

“É muito difícil reviver tudo isso, não me sinto bem, e toda vez que eu falo do Maycon as memórias voltam”, frisou.

Maycon morava no Dom Antônio Barbosa e foi ao lixão acompanhado de alguns amigos para catar material reciclável, assim como dezenas de outras pessoas. Apesar de ser menor de idade, a criança conseguiu ter acesso ao lixão.

LAUDO

De acordo com o laudo pericial, o corpo de Maycon foi encontrado em “decúbito lateral direito, em meio aos resíduos de lixo domiciliar”. Assinada pelo perito Domingo Savio Ribas, o documento constatou que o menino estava encoberto cerca de cinco metros pelo lixo.

No mesmo sentido, a análise reforçou que os materiais descartados no lixão “não eram compactados em sua totalidade, e sim empurrados e parcialmente compactados pela máquina”.

Com 13 páginas, a análise encaminhada ao Instituto de Criminalística em janeiro de 2012 deixou claro que “se eventualmente [os sacos de lixo] forem depositados em um único local, podem favorecer a desestabilização do aterro, provocando o desmoronamento do talude”.

MUDANÇAS

Após a morte de Maycon, o antigo lixão continuou funcionando e só foi fechado em dezembro de 2012. Foi então que os catadores de recicláveis começaram a atuar na área de transição, que ficava ao lado da montanha de lixo.

O espaço foi criado porque a prefeitura fechou o lixão antes que fossem concluídas as obras da Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR), para onde os catadores foram designados em agosto de 2015.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).