Ação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), ontem (27), prendeu o líder da organização criminosa com atuação em Bonito. Em mais um desmembramento da Operação "Paraíso Marcado" que envolveu a prisão de policiais e o afastamento de uma servidora do Judiciário de Mato Grosso do Sul.
Trata-se de Eliandro Fernandes do Amaral, o conhecido Cateto, de 42 anos e, há pelo menos 20, acumula encrencas judiciais pelo mesmo crime. Na ação foi preso por comandar a organização, envolvida com tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro.
Prisões
Nos anos 2000, preso, ele revelou ser agropecuarista e que morava em Ponta Porã.
Entre janeiro e março de 2009, 24 anos atrás, ele foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público Estadual) por chefiar um bando de traficantes integrado por ao menos 27 pessoas.
Naquele ano, Cateto foi preso, depois condenado há 17 anos de prisão. Na denúncia, é dito que, à época, ele morava em Ponta Porã e tinha como ocupação, a de agropecuarista, ou seja, seria fazendeiro. A sentença motiva recurso ainda hoje.
A prisão de 2009 tem a ver com uma investigação sobre um esquema de tráfico instalado em Caarapó, cidade que fica uns 120 quilômetros de Ponta Porã, faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Com histórico antigo de atividades ligadas ao crime, aparece em atividades ilícitas com o narcotraficante, Fernandinho Beira-Mar, condenado há mais de 320 anos de prisão por tráfico de drogas, formação de quadrilha, homicídios, entre outros.
Comando
Segundo o MPMS, Cateto herdou a chefia do tráfico na região de fronteira depois que, aos 39 anos, o irmão dele, José Elias Fernandes do Amaral, o Bagual, foi morto a tiros na cidade de Amambai, crime ocorrido em dezembro de 2008. O crime ocorreu numa festa, a do Laço, assim que Bagual estacionou a caminhonete.
De acordo com as investigações, o grupo chefiado por Cateto catava a droga em Ponta Porã, passava por Caarapó, Dourados e a levava para o estado do Paraná ou outras regiões situadas em distintos estados do país. Nas investigações, os principais traficantes foram identificados por meio de escutas telefônicas.
Conforme noticiado pelo Correio do Estado, também caíram no "pente fino" policiais militares foram presos e uma servidora pública do Poder Judiciário foi afastada, A participação deles no esquema comandando por Cateto até o momento não foi divulgada.
Além da movimentação das equipes do GAECO, a operação contou com o apoio de equipes ostensivas do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), atuando em 3 municípios: Dourados, Bonito e Guia Lopes da Laguna.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (GAECO), deflagou a segunda fase que resultou em 7 mandados de prisões preventivas, medida cautelares, e o afastamento de cargo de uma servidora pública.
"Paraíso Marcado"
O nome faz alusão ao local escolhido pelo líder da organização criminosa para estabelecer residência e base para suas atividades ilícitas, a cidade turística de Bonito.
A redação do Correio do Estado entrou em contato com a Polícia Militar e até o fechamento da matéria não recebeu resposta.