O combate a queimadas gerou gasto de R$ 1. 041.432,58 milhão para o Corpo de Bombeiros em Campo Grande, de janeiro até julho deste ano. No mesmo período do ano passado o gasto foi de R$ 815,432,58 mil. O levantamento leva em conta vários quesitos como salário da guarnição, valor de aquisição, depreciação, custo médio de manutenção, entre outros.
Campo Grande, que normalmente tem um tempo seco, ainda tem um fator preponderante de que muitas pessoas tem a cultura de colocar fogo para limpar terrenos, o propiciou para o aumento de 27% de casos de incêndio.
De janeiro até o dia 23 de junho deste ano, o Corpo de Bombeiros registrou 1.927 mil casos. No mesmo período do ano passado o número foi de1.516 mil casos. Em todo Estado, no mesmo período, houve aumento de 3%.
Nos últimos três dias a umidade relativa do ar ficou em torno de 20%, fato que ajuda na propagação do fogo.
Segundo o tenente Carlos Antônio Saldanha da Costa, especialista em Combate à Incêndios Florestais, normalmente são usados dois tipos de veículos para combater incêndios em vegetações e terrenos baldios: a viatura de incêndio, conhecida como ABT, que tem um custo médio de R$ 565,49 mil; e a viatura menor (caminhãozinho), conhecida como ABR que custa o valor de R$ 355,10 mil. Uma viatura ABT nova custa, em média, R$ 750 mil, e no caso ABR, o valor é de R$ 600 mil.
O tenente argumenta que considerando de janeiro a 19 de junho do ano passado foram registrados em todo o Estado 2.928 incêndios e, multiplicando os quesitos, o valor de gasto fica em torno de R$ 1.599,92 milhão. Esse ano, em todo o Estado houve 2932 mil focos multiplicando os quesitos o gasto foi de R$ 1.658,68 milhão.
O levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros não levou em conta o efetivo extra, Guarnição de Combate a Incêndio Florestal (GCIF), que foi colocado em serviço este mês para ajudar no combate a incêndio. Pelo menos dois bombeiros ficam escalados de sobreaviso para atender os incêndios. Eles usam um caminhão adaptado, com tanque de água e materiais para abafar e apagar incêndio.
DENÚNCIA
Segundo o tenente-coronel Waldemir Moreira Junior, em junho foram atendidos por dia pelo menos 30 casos de incêndios. No mês seguinte houve uma queda, em razão das chuvas, e a perspectiva é de que em agosto o número aumente. Ele lembra que cerca de 90% das queimadas são provocadas pela população e, com esse tempo seco, o fogo se espalha mais rápido. “Isso é uma prática cultural que a população adota desde a época em que as pessoas moravam em fazenda”, avalia.
O tenente-coronel ressalta que a população pode denunciar se presenciar uma pessoa colocando fogo num terreno, podendo filmar e tirar foto da situação para servir como prova. “Um dos maiores problemas que temos, além de ser uma prática cultural colocar fogo, é que muitas vezes a pessoa que vê o outro colocando fogo em terrenos ou em lixo não quer se indispor com o vizinho”, explica.
A população pode fazer denúncias pelo telefone 156, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana(Semadur).
De janeiro até o dia 22 de julho, a Semadur multou e autuou 138 pessoas pelo crime. O valor da multa varia de R$ 2.339,00 a R$ 9,356,00.
Das sete regiões urbanas de Campo Grande, a região do Bandeira foi a que teve mais pessoas multadas (39), seguido do Prosa com 25. Em terceiro lugar a região do Segredo, com 21, seguido o Imbirussu 16. Em quinto lugar está o Anhanduizinho, com 14, e na sequência, as regiões Lagoa e Centro, respectivamente 14 e 11.