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Gestantes e puérperas tem direito a atendimento psicológico pelo SUS

Nova lei aprovada pelo governo federal determina que as redes municipais de saúde atendem prioritariamente o público-alvo de gestantes e puérperas

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De olho na saúde mental de gestantes e puérperas, o governo federal sancionou no final do ano passado a lei 14.721 que garante atendimento psicológico individualizado às gestantes pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Em Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) afirmou que o serviço já está disponível nas unidades da Rede Municipal de Saúde.

“O atendimento à gestante é prioritário nas unidades da Rede Municipal de Saúde, considerando o binômio mãe-bebê. O atendimento nas nossas unidades é individualizado, de acordo com a necessidade do paciente”, diz a nota da Sesau.

Apesar de informar que a Capital já oferece esse tipo de atendimento psicológico às gestantes,  a Sesau afirma que não possui um levantamento de dados e nem a dimensão desse público-alvo.

“Não há um dimensionamento em relação ao atendimento específico de mulheres gestantes ou não gestantes na Saúde Mental. Assim como os demais pacientes, as mulheres gestantes recebem todo o acompanhamento necessário mediante a sua patologia”, aponta a nota.

Por sua vez, a nova legislação altera os artigos 8º e 10º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e garante que essas mulheres sejam encaminhadas para atendimento psicológico após avaliação médica e de acordo com o prognóstico.

A lei assegura ainda que hospitais e estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes públicos ou privados desenvolvam atividades de educação, conscientização e esclarecimento sobre a saúde mental da mulher durante o período da gravidez e do puerpério.

"O atendimento psicológico pode começar já durante a gestação, ainda no pré-natal, e se estenderá até o puerpério, que compreende o período de 40 a 60 dias após o parto, também conhecido como resguardo", diz a lei. 

A Sesau garante que durante o pré-natal na Atenção Primária, que compreende as unidades básicas e de saúde da família, as mulheres gestantes recebem todo o acompanhamento dentro dos grupos de gestantes e planejamento familiar com apoio de uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de diferentes categorias, incluindo psicólogos.

Unidades de tratamento disponíveis

Conforme a Sesau, em casos de transtornos psicossociais leves, o atendimento é realizado nestas unidades. Casos moderados são encaminhados para o ambulatório de Saúde Mental do Centro de Especialidades Médicas (CEM).

Em casos graves, os pacientes são direcionados aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O tratamento medicamentoso varia de acordo com o quadro de cada paciente, avaliação e definição de melhor conduta por parte do profissional. 

Atualmente, o município de Campo Grande conta com sete Caps que atendem pacientes com transtornos mentais graves e severos nas 24hs diária por demanda espontânea e que os casos mais leves e moderados são acompanhados na Atenção Básica e no Ambulatório de Saúde Mental que se localiza no CEM.

Os Caps possuem cerca de 80 leitos de acolhimento para pacientes em crise e o município ainda tem contratualizado com o Hospital Nosso Lar, 36 leitos psiquiátricos e mais 12 leitos psiquiátricos com o Hospital Regional.

“Nos últimos quatro anos, a Rede de Atenção Psicossocial de Campo Grande teve uma importante expansão com a inauguração de novas unidades e ampliação de leitos. A unidade mais recente foi inaugurada em outubro de 2023, no Bairro Guanandi, o Caps Márcia Zen, para tratamento de dependentes de álcool e drogas”, destaca a Sesau.

Gestantes atendidas pelo SUS são mais propensas à depressão pós-parto

Um estudo do Centro Universitário de Brasília (CEUB) mostra que as gestantes atendidas pelo SUS apresentam 40% a mais de chances de desenvolver depressão pós-parto, se comparadas ao grupo atendido na rede privada - particular.

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 25% das mães no Brasil enfrentam a depressão no início da maternidade. O estudo da CEUB revela as disparidades na prevalência e gravidade da depressão pós-parto entre gestantes que receberam cuidados pré-natais na rede pública e privada de saúde. 

Além de colocar em risco a saúde mental das mães, o quadro reflete de forma profunda no desenvolvimento infantil e na dinâmica familiar. Os resultados da pesquisa destacaram diferenças significativas nos escores médios da Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS). 

O grupo de 32 mulheres atendidas pelo SUS exibiu uma média de 12,16, enquanto o grupo da rede privada registrou 8,63. 

Outro ponto de alerta é que 31,25% das participantes do SUS indicaram já terem tido algum tipo de ideação suicida, sendo no grupo privado o percentual de 9,38%. 

“Estes dados nos mostraram que as participantes do Grupo SUS tinham um adoecimento mais grave que as do Grupo Privado”, aponta a pesquisadora Rebecca Ribeiro.
 
Ela também aponta a necessidade do desenvolvimento de uma escala brasileira de rastreio da depressão pós-parto, que contemple estes fatores sociais e econômicos. 

"O Brasil é um país com grandes desigualdades e a Escala de Edimburgo, apesar de mundialmente utilizada, não reflete todos os fatores de vulnerabilidade aos quais as mães brasileiras estão expostas", diz a pesquisadora.

Pré-Natal Integrado

A pesquisa também mostra que na rede pública de saúde, os cuidados durante a gravidez tendem a ser mais generalizados, com esforços para integrar serviços de saúde mental. Já na rede particular, há uma abordagem personalizada e acesso a uma gama de recursos e especialidades, embora com custos elevados. 

“A rede pública busca atender uma população mais ampla, enquanto a particular oferece maior comodidade e opções individualizadas, refletindo diferenças estruturais, financeiras e de acesso aos serviços de saúde”, explica.

A autora da pesquisa, Rebecca Ribeiro, destacou a utilização do pré-natal como um espaço de desenvolvimento social e psicológico das mulheres. 

“O pré-natal, que é uma das políticas de saúde com maior cobertura nacional, pode ser um instrumento para promover discussões e ações que visem o aumento dos índices de escolaridade, empregabilidade e renda feminina”, finalizou.

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MATO GROSSO DO SUL

Em pleno período de chuvas, Hidrelétrica Porto Primavera reduz vazão

Com a barragem mais extensa do País (10,2km), redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciadano último dia 12, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira

20/12/2025 14h14

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera Reprodução/Cesp

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Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera, a unidade começou nesta sexta-feira (19) através da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) a redução da vazão, para preservar os estoques de água dos reservatórios da bacia do Rio Paraná. 

Com a barragem mais extensa do País (10,2 km), essa redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciada pela Cesp no último dia 12, prevista para começar ainda em 15 de dezembro, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira. 

"O patamar mínimo defluente será reduzido de forma gradual e controlada, passando dos atuais 4.600 metros cúbicos por segundo para 3.900 m³/s, seguindo diretrizes operacionais do ONS", cita a Cesp em nota. 

Além disso, a Companhia frisa que, durante o processo, será mantido o plano de conservação da biodiversidade que havia sido aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), e teve início em maio deste ano, para monitoramento do Rio Paraná justamente nos trechos da jusante - parte rio abaixo - da Porto Primavera até a foz do Ivinhema. 

Ou seja, entre outros pontos, equipes embarcadas formadas por biólogos e demais profissionais especializados, devem trabalhar como os responsáveis por acompanhar a qualidade da água, bem como a conservação e comportamento dos peixes locais enquanto durar a flexibilização da vazão. 

Importante frisar a redução adotada também ao final de novembro (24/11) e mantida até 1° de dezembro, a partir de quando houve a retomada gradativa aos patamares originais. 

Problemas com a vazão

Em épocas passadas, como bem acompanha o Correio do Estado, o controle da vazão em Porto Primavera já trouxe prejuízo e revolta de produtores que chegaram a culpar a ONS pelas fazendas alagadas por mais de quatro meses em Batayporã no ano de 2023, por exemplo. 

Nessa ocasião, o problema começou com a abertura das comportas de Porto Primavera no dia 18 de janeiro de 2023, com a usina avisando a Defesa Civil de Batayporã da liberação de até 14,7 mil metros cúbicos de água por segundo. 

Sendo a maior vazão desde o começo do período chuvoso, as águas se somaram ainda à liberação dos cerca de 3 mil metros cúbicos por segundo do Rio Paranapanema, juntando em torno de 18 mil metros cúbicos por segundo. 

Na linha cronológica em 2023, o problema dos alagamentos começou no final de janeiro, indo até o mês de abril diante do fechamento das comportas em 31 de março. 

Quando a água já havia recuado, saindo de boa parte dos nove mil hectares alagados, as comportas foram reabertas na terceira semana de abril, com vazão máxima de dez mil metros cúbicos.

Depois, o aumento da vazão para até 13 mil metros cúbicos chegou a alcançar 14,7 mil m³, sendo que antes disso o volume anterior já havia sido responsável por invadir casas de moradores locais pela terceira vez no ano. 

Estimativas da Defesa Civil de Batayporã à época apontaram que pelo menos sete mil animais tiveram de ser remanejados na região por causa do mesmo problema. E, mesmo depois que a água baixar, são necessários de dois a três meses para que o pasto cresça e esteja em condições para alimentar os rebanhos. 

 

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MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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