Cidades

Estelionato

Golpistas fingem ser da maçonaria para aplicar "golpe do presente"

No dia de seu aniversário, a vítima foi enganada por maquininha falsa e levou prejuízo de mais de R$ 12 mil

Continue lendo...

Golpistas se utilizaram de um belo gesto da maçonaria para aplicar o famoso "golpe da maquininha" em Campo Grande.

O caso aconteceu em setembro deste ano. A vítima, que será identificada pelo nome fictício "Ana" neste material, costuma receber presentes na data do seu aniversário, enviados pela loja maçônica frequentada pelo marido. Geralmente, há um contato prévio, perguntando em que horário e endereço ela prefere receber o presente. 

Pouco antes da data, o marido da vítima havia perguntado a ela qual horário seria o melhor para que levassem o presente, e ela informou que estaria em casa entre 13h e 13h30.

Quando chegou o dia, Ana recebeu a ligação de uma mulher pela manhã, dizendo que havia um presente para ela receber, e perguntando qual seria o melhor horário e local para realizar a entrega.

Apesar da ligação causar certa estranheza, já que a informação havia sido passada anteriormente, através do marido, para a loja maçônica, Ana combinou a entrega com a mulher, passando o endereço de seu trabalho e informando o horário em que estaria no local.

Como o tempo foi passando e a entrega não aconteceu, Ana entrou em contato novamente, e mudou a entrega para a casa onde reside, entre 13h e 13h30, conforme combinado anteriormente com a loja maçônica - pensando se tratar do presente que recebe anualmente.

Por volta das 12h45, um entregador chegou na residência, com uma bolsa, dizendo que Ana precisava pagar por uma taxa de R$ 5,90 referente à entrega. A vítima questionou se poderia pagar via pix, mas foi informada de que o pagamento só poderia ser feito utilizando cartão, através de uma maquininha.

Sendo assim, a vítima passou o cartão no aparelho, que dizia não concluir a operação. Como a maquininha só dava erro, Ana tentou fazer o pagamento diversas vezes, e chegou a trocar de cartão, seguindo a uma recomendação do próprio entregador. Depois de usar dois cartões próprios, decidiu tentar com o cartão de sua mãe, também sem sucesso.

O entregador sugeriu então que ela ligasse para a loja e conversasse com a atendente, para ver se a funcionária conseguia liberar o presente sem o pagamento da entrega.

No entanto, enquanto estava no telefone, o verdadeiro presente da loja maçônica chegou. O entregador "golpista" se retirou, dizendo que ia até a loja para pegar o recibo, e depois voltaria com o presente.

Após a fuga do golpista, Ana recebeu o presente verdadeiro. Quando voltou para o interior da residência, passou a receber ligações do banco. Ao conversar com o atendente, descobriu que havia caído no golpe da maquininha. Mesmo com o leitor do aparelho mostrando o valor de R$ 5,90 e que a operação não havia sido concluída, valores ainda maiores estavam sendo debitados da conta bancária.

Conforme consta no boletim de ocorrência, foram mais de R$ 2 mil reais nos cartões próprios da vítima, e outros R$ 10 mil no cartão de sua mãe.

Segundo o relato policial, as compras foram destinadas a dois homens, identificados como Ivan Sousa e Felipe Santos.

O que é golpe da maquininha?

Conforme explica um artigo do JusBrasil, o golpe da maquininha é um tipo de fraude em que o golpista utiliza a máquina do cartão de crédito para aplicar golpes e prejudicar o consumidor, de modo a colocar um valor excessivo sem que ele perceba ou até mesmo para clonar seu cartão.

Existem vários métodos utilizados pelos golpistas, como por exemplo:

  • erro na aproximação, geralmente utilizado para fazer com que o cartão seja inserido na máquina de modo que facilite a clonagem;
  • entrega da maquininha, quando o golpista entrega a maquininha nas mãos do consumidor para que ele digite a senha, de forma que consegue visualizar. Geralmente, depois do pagamento ser finalizado, o golpista entrega um cartão falso e fica com o verdadeiro;
  • taxa extra no delivery, quando o consumidor faz o pagamento pelo app mas o entregador inventa uma taxa a mais, de forma que o cliente precisa inserir o cartão na maquininha;
  • compra duplicada, quando a maquininha alega erro no pagamento e o consumidor é obrigado a tentar novamente, às vezes em outro aparelho;
  • problema no visor, quando o visor dos aparelhos está "quebrado" ou com adesivos que impedem a visibilidade do consumidor, de forma que não é possível identificar o valor total da compra;
  • visor falso, a técnica mais difícil do consumior perceber, já que o visor falso mostra um valor diferente do cobrado na maquininha.

Responsabilidade dos bancos em casos de golpe

De acordo com o código de Defesa do Consumidor ( CDC), em seu artigo 14:

O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Ou seja, as instituições financeiras, são responsáveis pelos danos causados ao consumidor devido sua negligência ou má prestação de serviço, visto que os bancos devem fornecer segurança aos consumidores em casos de golpes como roubo, furto ou fraudes. Afinal, ao permitir que terceiros cometam crimes como burlar o sistema da maquininha de cartão ou alterar valores no crédito, essa atividade está relacionada a um risco sofrido pelo consumidor e pela falta de assistência da instituição bancária.

Portanto, os bancos são sim responsáveis pelos danos causados ao cliente em virtude da má prestação de serviço, levando-o a sofrer o golpe. Devido a esta má gestão das instituições financeiras, o consumidor pode buscar uma indenização, uma vez que seu direito, previsto em lei, foi infringido.

Como evitar o golpe da maquininha de cartão

Se você achar que foi enganado por um golpe da máquina de cartão, aqui estão algumas sugestões do que você pode fazer:

Bloqueie seu cartão de crédito

Se perceber um pagamento suspeito, bloqueie o cartão para evitar outras cobranças. Mesmo que o golpe tenha sido uma única vez, é bom se proteger até entender o que aconteceu.

Fale com o banco ou operadora do cartão

Ligue para o banco ou para a empresa do seu cartão e conte o que houve. Anote sempre os números de protocolo. Isso pode ajudar com provas.

Faça um Boletim de Ocorrência

Registre o ocorrido na polícia. Muitos lugares permitem que você faça isso online. Coloque todos os detalhes que lembrar.

Avise a empresa envolvida

Se o golpe aconteceu em uma loja ou aplicativo, avise-os. Isso pode ajudar a encontrar quem fez isso.

Se necessário, vá à justiça

Depois de tentar resolver com o banco ou operadora do cartão, se eles não forem prestativos, pense em buscar seus direitos na justiça.

Outras dicas:

  • Desconfie se houver qualquer problema com o visor da maquininha de cartão de crédito;
  • Confira se a compra aparecerá no aplicativo do banco com o qual tem o cartão;
  • Desconfie de entregadores pedindo uma taxa extra em seu delivery;
  • Personalize seu cartão com adesivos, evitando que ele seja roubado;
  • Muita atenção no momento da compra, fique atento caso o cobrador utilize mais de uma maquininha.

Com informações de JusBrasil.

PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

Assine o Correio do Estado

ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

Continue Lendo...

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).