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Governo efetivou apenas 24% das vagas do Fies anunciadas por Temer

Governo efetivou apenas 24% das vagas do Fies anunciadas por Temer

FOLHAPRESS

08/06/2018 - 20h00
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Apesar de o governo Michel Temer anunciar que o Fies (Financiamento Estudantil) teria a oferta de 150 mil vagas no primeiro semestre de 2018, somente 24% desse volume foi de fato efetivado. Um novo formato do programa com a participação de bancos privados ainda não deslanchou.

No fim do ano passado, o MEC apresentou alterações no programa que incluíram a criação de três modalidades. A primeira manteve a lógica já consagrada do Fies, em que o governo faz o financiamento direto para o aluno (a partir deste ano, com juros zero).

Das 80 mil vagas para esta modalidade no primeiro semestre, apenas 35.866 foram firmadas. Outras 16.351 estão em processo para vagas remanescentes.

Já as outras duas modalidades preveem a atuação de bancos privados. Foram chamadas de P-Fies.

Apesar de haver previsão de recursos de públicos, como os oriundos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), as taxas de juros desse modelo devem seguir o que já é praticado pelo mercado. Além de variar de caso a caso.

Eram esperados 75.000 para o P-Fies só neste semestre. Mas somente 800 contratos foram fechados neste ano, segundo informação divulgadas pela Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior) durante o 11º Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, que ocorre em Ilha de Comandatuba, na Bahia. 

Este dado, segundo a Abmes, foi apurado há duas semanas e pode aumentar. Em nota, o MEC afirmou que seu papel neste modelo é o de verificar se as normas do estão sendo cumpridas.

"Cabe salientar que essas modalidades dependem de análise de crédito por parte dos agentes financeiros. O MEC segue em contato com outros bancos a fim de atraí-los para o novo programa, aumentando a concorrência e melhorando a atratividade", diz a nota.

No anúncio das mudanças, em dezembro de 2017, o MEC informou que haveria 310 mil vagas para o Fies neste ano. Sendo 100 mil na primeira modalidade (sem juros) e o restante, nas outras duas. Com o ritmo atual, a meta não será alcançada.

Para o presidente da Abmes, Janguiê Diniz, esse novo modelo não atende as necessidades dos alunos que buscam ingressar no ensino superior. "É um financiamento bancário como qualquer outro", disse.

Além de não oferecer condições favoráveis como as do Fies tradicional, o desenho financeiro do modelo não teria ainda se consolidado. Por isso o número de contratos é tão baixo.

"Como o financiamento foi todo redesenhado, é lógico que precisa de um tempo de ajuste", disse Sólon Caldas, diretor-executivo da associação, que ressaltou a necessidade de uma maior divulgação.

A empresa Pra Valer, de crédito universitário, tem desenvolvido produtos dentro dessa modalidade do Fies.

Segundo Rafael Baddini, um dos diretores do Pra Valer, o programa deve deslanchar apenas no segundo semestre. "Foi uma rodada de aprendizado neste primeiro semestre. Tem que ligar o sistema com o MEC, instituições e com o aluno. O programa saiu do chão", diz ele.

No caso do Pra Valer, o financiamento é realizado com uma taxa de juros de 15,6% ao ano --o mesmo patamar já praticado pela empresa sem relação com o Fies. O Pra Valer financia atualmente 60 mil estudantes financiados.

Baddini não revelou quantos contratos fechou neste ano no âmbito do Fies. Mas disse esperar que no ano que vem haja a oferta entre 30 mil e 50 mil vagas por ano.

Desde que o governo federal promoveu, a partir de 2015, grandes alterações que restringiram o acesso ao Fies, o número de contratos assinados têm sido sempre inferior à oferta inicial anunciada pelo governo.

No ano passado, por exemplo, quase um quarto das vagas estava sem preenchimento até maio.

Um dos motivos dessa sobra, segundo as faculdades e universidades privadas, era uma regra que impedia o aluno interessado saber com antecedência qual percentual do curso ele poderia financiar.

Na prática, muitos desistiam do programa após descobrirem que financiariam apenas uma parte pequena das mensalidades.

Atendendo as empresas, o ministro da Educação, Rossieli Soares Silva, anunciou nesta semana nova alteração: o mínimo financiável passou a ser de 50% (pode chegar a 100% de acordo com a equação entre renda familiar e o valor do curso). O objetivo é reduzir casos de desistência.

Outra medida aprovada foi o aumento do teto de financiamento, de R$ 30 mil para R$ 42.983 por semestre. 

Com o Fies, o governo paga as mensalidades para as instituições de ensino e o aluno começa a quitar o financiamento um ano e meio depois do fim do curso.

Entre 2010 e 2014, o programa passou por grande expansão, mas de maneira descontrolada. Os custos com o Fies alcançarem cerca de R$ 14 bilhões em 2014 e, em 2016, ele custou R$ 32 bilhões aos cofres públicos.

Mudanças realizadas a partir de 2015 buscaram restringir o acesso e criar um formato considerado sustentável financeiramente. A inadimplência atinge mais da metade dos contratos.

Cerca de 450 pessoas participaram do congresso na Bahia. O evento tem como tema inovação e inclusão.

MATO GROSSO DO SUL

Operação mira lavagem de dinheiro do PCC e tem alvos em cidade de MS

Ao todo, estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão e 19 de busca e apreensão em 5 municípios

18/12/2025 10h15

Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogas

Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogas Divulgação: Secretaria de Segurança Pública de São Paulo

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A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), a Operação Argyros para desarticular um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação tem reflexos diretos em Mato Grosso do Sul, com cumprimento de mandados em Ponta Porã, cidade que faz fronteira com o Paraguai e era usada como rota de abastecimento da organização criminosa.

Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogasCarros de luxo foram encontrados na Operação

Ao todo, estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão e 19 de busca e apreensão. Cerca de 70 policiais da 6ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat) participam da operação, que ocorre na capital paulista, Carapicuíba, Bragança Paulista, Botucatu e também em Ponta Porã.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, um homem foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogas.

Segundo o delegado Tárcio Severo, responsável pela operação, as investigações começaram há cerca de quatro meses, após a identificação de integrantes de uma quadrilha envolvida com o tráfico de drogas. Com o avanço das apurações, a polícia descobriu que o grupo fazia parte de um esquema maior, ligado ao PCC.

Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogasEmbalagens com resquícios de droga também estavam no local

De acordo com a investigação, os criminosos mantinham “negócios” na região de Ponta Porã para comprar drogas no Paraguai e, depois, revendê-las em São Paulo por valores mais altos. O lucro obtido com o tráfico era usado para sustentar uma vida de luxo e, ao mesmo tempo, disfarçado por meio de empresas de fachada.

“Com esse serviço ilícito, eles adquiriram bens, imóveis, carros de luxo, relógios e outros itens de alto valor. Todo o dinheiro era lavado para não levantar suspeitas”, explicou o delegado.

Ainda conforme Severo, operações desse tipo vão além da apreensão de drogas e prisões. “A gente combate o tráfico, mas também asfixia financeiramente a organização criminosa. Tiramos os recursos para que eles não consigam mais investir no esquema, além de apreender o que foi comprado com dinheiro do crime”, afirmou.

O nome da operação, Argyros, vem do latim e significa “prata”, em referência ao padrão de vida luxuoso mantido pelos integrantes do grupo criminoso a partir das atividades ilegais.

Os casos serão registrados na 6ª Disccpat, ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). As ações seguem em andamento e novas prisões ou apreensões não estão descartadas.

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CAMPO GRANDE

Presidente do sindicato anuncia fim da greve dos ônibus

Governo de Mato Grosso do Sul confirmou o repasse necessário para a Prefeitura da Capital e transporte coletivo será retomado após quatro dias consecutivos sem ônibus na Cidade Morena

18/12/2025 09h38

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Campo Grande (STTU-CG), Demétrio Freitas garantiu que ainda nesta quinta-feira (18) haverá a retomada do serviço

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Campo Grande (STTU-CG), Demétrio Freitas garantiu que ainda nesta quinta-feira (18) haverá a retomada do serviço Marcelo Victor/Correio do Estado

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Confirmada após reunião na Câmara Municipal de Campo Grande, em que o Governo de Mato Grosso do Sul confirmou o repasse necessário para a Prefeitura da Capital, a greve dos ônibus chega ao fim nesta quinta-feira (18) após quatro dias consecutivos sem ônibus na Cidade Morena. 

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Campo Grande (STTU-CG), Demétrio Freitas garantiu que ainda nesta quinta-feira (18) haverá a retomada do serviço de transporte coletivo na Capital. 

Com a greve encerrada, uma vez que Demétrio garante que diante do repasse não há a necessidade de uma assembleia com os motoristas, a Câmara Municipal deve reunir-se agora com o Ministério Público do Trabalho (MPT), com expectativa de que a conversa seja feita ainda hoje, para repassar que esse imbróglio foi finalmente resolvido e pedir as multas do sindicato sejam anuladas.

"A partir de agora vou procurar o Consórcio para saber qual vai ser o cronograma deles, as coisas lá acontecem rápido e esse dinheiro entrando com certeza vai ser distribuído para todos os trabalhadores, então não tem tanta dificuldade. No final da tarde já deve estar na conta de todos os trabalhadores, porque já deve estar tudo pronto, como é caso de débito é só questão do dinheiro entrar para ser distribuído", disse Demétrio. 

Em complemento, ele reforça que "não é tão simples colocar todo mundo para trabalhar", o que colabora com a dificuldade de cravar um período exato em que os ônibus devem voltar a rodar. Porém, ele frisa "com certeza" que a grande maioria já estará de volta às ruas hoje (18).

Cabe lembrar que, a greve e o sindicato não representam apenas os motoristas, mas também todos os trabalhadores envolvidos, que vão desde os empregados na parte administrativa, mecânica, sendo aproximadamente 1,1 mil funcionários prejudicados com os atrasos. 

Sobre os próximos pagamentos ainda, Demétrio explica que ao vincular os pagamentos vem junto a preocupação de receber o atrasado e não haver dinheiro para pagar o por vir. 

"A incerteza continua. Esperamos que o Consórcio Guaicurus cumpra com o compromisso e não deixe acontecer mais isso. Mas a preocupação existe, de chegar em 05 de janeiro e ter o mesmo problema... espero que não aconteça, mas estamos preocupados", disse.  

Conciliação

Sobre o papel da Câmara Municipal, Demétrio frisou que a classe ficou sem saber os caminhos após reunião com o desembargador e aplicação de uma "multa violenta" para o trabalhador, com a disponibilidade do presidente da Casa de Leis em conciliar entre as partes sendo classificada como "muito importante". 

"Nós não íamos voltar a trabalhar sem o valor do pagamento. O trabalhador não quer e estava condicionado a isso. Quando o Papy se dispôs a ajudar e agilizou, foi muito rápido... a vereadora Luiza que sem nos ajudou, nos apoiando todos os dias.

Os vereadores foram fundamentais para que a gente recebesse e tranquilizasse a população, que é a mais prejudicada, o trabalhador por não receber o salário e usuários por não poderem usar o transporte coletivo até para trabalhar", disse Demétrio em quebra-queixo após reunião. 

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, Papy afirmou que está tentando negociar com o governador desde terça-feira (16) a possibilidade de antecipar o pagamento.

"Terça-feira eu falei com o governador, no sentido de ele antecipar a parcela de janeiro para agora, e a gente pagar os salários, e acabar a greve independente de quem tem culpa, se vai ter intervenção ou não.

O importante agora era reunir forças para acabar com a greve que está acabando com a cidade em época de Natal. O governador precisava ver a possibilidade disso e me pediu um dia. Hoje ele me ligou cedo e confirmou que vai fazer o repasse. Já avisou a prefeita de forma antecipada para salvar a cidade e a greve", explicou Papy ao Correio do Estado.

4 dias de greve

Campo Grande amanheceu sem ônibus pelo quarto dia consecutivo nesta quinta-feira (18).

Mais uma vez, os terminais Morenão, Julio de Castilho, Bandeirantes, Nova Bahia, Moreninhas, Aero Rancho, Guaicurus, General Osório e Hércules Maymone amanheceram fechados sem nenhuma "alma viva".

Os pontos estão vazios. Em contrapartida, as garagens estão lotadas de ônibus estacionados.

A greve afeta 100 mil usuários, que usam o transporte coletivo diariamente para ir e voltar do trabalho.

Com isso, os usuários precisam recorrer a outras alternativas para chegar ao trabalho: bicicleta, a pé, carona, transporte por aplicativo, táxi ou mototáxi. A greve foi anunciada antecipadamente, estava prevista e não pegou passageiros de surpresa.

Possivelmente está já é a maior greve da história, superando a greve de 1994, quando o transporte coletivo paralisou por dois dias e meio. Os ônibus tomaram as ruas do centro e interditaram o trânsito há 31 anos, na gestão do ex-prefeito Juvêncio César. Na ocasião, motoristas murcharam os pneus dos ônibus em forma de protesto.

Além diso, esta é a segunda vez no ano em que a Capital fica sem transporte. Em 22 de outubro de 2025, Campo Grande amanheceu sem ônibus, com terminais fechados e pontos vazios. Os motoristas do transporte coletivo paralisaram as atividades por duas horas, das 4h30min às 6h30min, o que refletiu em atrasos o dia todo. O fato pegou usuários de surpresa, que acordaram para ir trabalhar e não tinham meio de locomoção.

Os motoristas reivindicam pelo pagamento do mês, que foi pago 50%:

  • Pagamento do 5º dia útil venceu em 5 de dezembro
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) vai vencer em 20 de dezembro

O Consórcio Guaicurus alega que está em crise financeira e que não tem dinheiro para pagar a folha salarial, 13º salário e custos operacionais básicos (combustível, manutenção da frota e encargos). 

 

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