Um homem de 21 anos foi preso após manter uma mulher grávida, trancada em um quarto sem comida, em um lava-jato por três dias, no distrito de Quebra Coco, em Sidrolândia - localizado a 70km de Campo Grande.
Durante o cárcere, a mulher era ameaçada de morte pelo companheiro. Segundo o boletim de ocorrência, a vítima relatou que o homem a mantinha trancada em um quarto do estabelecimento, impedida de sair ou se comunicar com familiares.
Aos policiais, a mulher contou que ficou presa por três dias sem receber comida e sofrendo constantes ameaças do suspeito. “Se você sair daqui, eu vou atrás de você e vou te matar!”, dizia ele. Na terça-feira, ela conseguiu escapar e buscar abrigo na casa da mãe, onde passou a noite.
Mesmo após a fuga, o agressor não desistiu das ameaças. Em mensagens de áudio enviadas à vítima, ele afirmou estar a caminho da residência armado. “Eu ‘tô’ descendo aí armado, tá? E quem estiver por aí, eu vou meter bala em tudo! Você vai ver o estrago que eu vou fazer!”, dizia em tom de intimidação.
A polícia foi acionada por volta das 6h30 e iniciou diligências para localizar o suspeito. Ele foi encontrado no lava-jato e preso em flagrante. O caso foi registrado como sequestro, cárcere privado e ameaça, no contexto de violência doméstica.
A vítima está sob proteção e o suspeito permanece à disposição da Justiça.
Números
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que, entre os dias 1º de janeiro e 6 de novembro de 2024, 27 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul. O número já supera o registrado no mesmo período do ano passado, que teve 26 vítimas de feminicídio registradas de janeiro ao fim de novembro.
Fonte: Sejusp.
Em 2023, 30 mulheres foram vítimas de femincídio no Estado. O ano anterior, 2022, havia sido o recorde no número de casos desde que a lei foi instituída, em 2015. Foram 44 vítimas registradas no sistema da Sejusp.
Em 2021, o Estado registrou 37 feminicídios. No ano de 2020, 41 mulheres foram mortas por serem mulheres. Em 2019, foram 30 vítimas; e em 2018, 36.
Em 2017, o número de vítimas foi de 33 mulheres. No ano de 2016, o Estado computou 36 feminicídios, e em 2015, 18.
DENUNCIE
Sem sair de casa:
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher faz uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.
O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.
A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.
O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.
Registre a denúncia no site da Polícia Civil
Se não puder sair de casa ou usar o telefone, acesse o site www.pc.ms.gov.br, clique no link “B.O. ONLINE – DELEGACIA VIRTUAL” e, no Serviço ao Cidadão, clique em “REGISTRAR DENÚNCIA – Violência contra a mulher”, preencha os campos com as informações solicitadas (você não precisa se identificar). Nesse canal, também é possível fazer denúncia de violência contra criança e de violência contra pessoa idosa.
É possível também fazer a denúncia online na Polícia Civil, por meio de aparelho celular, no aplicativo MS DIGITAL, no ícone Segurança. O aplicativo está disponível nas nas lojas virtuais para versões IOS e Android, o MS Digital foi desenvolvido para reunir o máximo de serviços públicos, ocupando pouco espaço nos aparelhos celulares.
SE PUDER COMPARECER À UMA DELEGACIA, você fará o registro do boletim de ocorrência, narrando os fatos para a autoridade policial e dando início à investigação criminal.
Em Campo Grande, em caso de violência contra meninas (menores de idade) ocorrida no período noturno ou finais de semana, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), localizada na Casa da Mulher Brasileira, faz o atendimento e posterior encaminhamento para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (DEPCA) .