Cidades

SEM AMARELINHOS

Guarda comemora autonomia e diz que tem mais efetivo para atuar no trânsito

Corporação tem 60 agentes destacados para o setor e outros 56 com o curso necessário para fazer este tipo de fiscalização

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A Guarda Civil Metropolitana (GCM) vê como positiva a mudança que retira das ruas os amarelinhos e deixa sob sua responsabilidade a fiscalização de trânsito, como antecipou o Correio do Estado nesta semana. Segundo a GCM, a alteração traz mais autonomia para os membros da corporação.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande (SINDGM-CG), Hudson Bonfim, a modificação traz autonomia para os guardas que atuam em ocorrências e rondas no trânsito de Campo Grande, além de melhorar o trabalho de fiscalização que já é feito pela GCM, que tem efetivo para realizar blitz e outras ações de combate a infrações no trânsito.

“Eu vejo que esta mudança é importante para o Município de Campo Grande, porque a Guarda, além de fazer a fiscalização, também pode realizar blitz, operações, abordagens, é uma coisa mais ampla. Com os guardas na Agetran [Agência Municipal de Transporte e Trânsito], podemos fortalecer a fiscalização de trânsito com um efetivo maior”, declarou Bonfim.

De acordo com o SINDGM-CG, no Núcleo de Fiscalização de Trânsito da GCM trabalham em torno de 60 guardas, porém, outros 56 que têm o curso de agente de trânsito e atuam em outros setores poderão, a partir da mudança, ter mais autonomia na fiscalização de tráfego, quando for necessário.

Hudson Bonfim também defende que haja um aumento de efetivo dos agentes de trânsito na GCM. 
“Nos deparamos com muitas situações de irregularidades nas ocorrências, nas quais o guarda, tendo a competência para isso, poderia flagrar e autuar a infração de trânsito”, disse Bonfim.

“Se alguém cometer um ato de infração de trânsito durante uma ronda da Guarda, como empinar uma moto, por exemplo, os guardas podem abordar porque ele cometeu um crime de trânsito, mas para autuar na infração precisa do agente. Sem a capacitação de agente de trânsito, o serviço fica incompleto”, exemplificou o guarda municipal.

Segundo a apuração da reportagem, o trabalho de fiscalização de trânsito, que já é realizado pela GCM, passará a ser feito sob gerência da Agetran, com a retirada dos amarelinhos das ruas. 

É previsto que esta mudança seja efetivada na primeira semana de dezembro, podendo ser revista ou alterada quando um novo concurso público para agentes de trânsito for aberto pela Prefeitura de Campo Grande.

Ampliação de efetivo

Vale destacar que o trabalho de agente de trânsito será atribuído aos guardas municipais e policiais militares que foram capacitados pelo curso de atualização de agentes de trânsito, que é oferecido pelo Conselho Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Cetran-MS), com o objetivo de fornecer os conhecimentos necessários para que os agentes de segurança possam exercer as atividades inerentes à função de agente de autoridade de trânsito no âmbito de suas áreas de atuação.

A Agetran tem em torno de 20 agentes de trânsito que trabalham na fiscalização do tráfego de veículos, um número inferior ao efetivo específico da Guarda Civil Metropolitana para trânsito, que pode ser ampliado com a modificação do trabalho dos agentes de trânsito.

Para renovar e aumentar o efetivo de amarelinhos, é necessário que a Prefeitura de Campo Grande abra novos concursos públicos, fato que não ocorre há 14 anos para esta categoria.

Já no caso dos guardas municipais, o aumento do efetivo é mais simples e rápido: o guarda realiza o curso de agente de autoridade de trânsito, que é disponibilizado pelo Cetran-MS, torna-se capacitado para atuar na fiscalização de trânsito e, assim, pode inibir atos infracionários nas ruas.

“Nós fazemos este trabalho mais amplo que vai além das notificações de trânsito. A Guarda vem fazendo trabalho de conscientização, de palestras nas escolas, de políticas públicas de prevenção no trânsito e em períodos em que aumentam os acidentes, fazemos o trabalho completo”, afirmou Hudson Bonfim.

*Saiba
Adicional pelo trabalho no trânsito

Os guardas municipais de Campo Grande capacitados para a fiscalização de trânsito têm direito a receber um adicional pela função exercida, uma gratificação no valor de 40% do seu salário-base.

Para os servidores que recebem o salário médio de primeira classe, que é de
R$ 3 mil, o vencimento pode chegar a R$ 4,2 mil.

Amarelinhos

Matéria publicada na quarta-feira pelo Correio do Estado apontou que a Agetran vai retirar os amarelinhos das ruas, deixando o trabalho de fiscalização do trânsito a cargo da GCM.

Conforme informações apuradas pelo Correio do Estado, os motivos da mudança podem estar atrelados ao pequeno efetivo de agentes de trânsito que trabalham na Agetran, os quais atuam em diversas funções, que envolvem, além da fiscalização de trânsito, até a auditoria fiscal do transporte.

A mudança deve realocar os amarelinhos, que fiscalizam o trânsito de Campo Grande desde 1999, para funções administrativas, de coordenação e capacitação de novos agentes, deixando a fiscalização das ruas para a Guarda Civil Metropolitana, o Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran) e o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), que têm convênio com a Agetran e podem atuar nessa função

 

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Até fim do ano, Petrobras terá projeto de transição energética interessante aprovado, diz Magda

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero

05/12/2025 22h00

Sede da Petrobrás

Sede da Petrobrás Imagem: Agência Petrobras

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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o Conselho de Administração da estatal vai aprovar, até o final do ano, um projeto de transição energética "interessante, e que não é greenwashing (sem impacto efetivo)". A declaração foi realizada em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero.

Magda também destacou os investimentos no Estado do Rio de Janeiro, com foco no Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, que segundo ela vai ganhar uma petroquímica "moderníssima", mas também não deu detalhes.

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Novo Bolsa Família reduziu beneficiários e valor total de benefícios entre 2023 e 2025

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família

05/12/2025 21h00

Crédito: Lyon Santos / MDS

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Um novo estudo com dados administrativos do governo federal mostra que, entre o início de 2023 e outubro de 2025, o número total de beneficiários do Novo Bolsa Família diminuiu, assim como o número de famílias e o valor total gasto em benefícios. O levantamento, conduzido pelos professores da Escola de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) Valdemar Pinho Neto e Marcelo Neri, chama atenção para os fluxos mensais, que indicam mais saídas do que novas entradas. Isso apontaria "sustentabilidade e rotatividade saudável no programa".

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família - Uma Análise da Última Década", lançado hoje no Rio de Janeiro. Entre os beneficiários observados no início de 2023, 31,25% já não estavam mais no programa em outubro de 2025. De acordo com a pesquisa, o Bolsa Família oferece proteção em momentos de vulnerabilidade de renda, não se configurando como uma política de dependência permanente. "Mesmo em um horizonte inferior a três anos, o programa segue associado à transição para arranjos de renda mais autônomos, sobretudo nas idades em que o ingresso no mercado de trabalho é mais intenso".

A análise diz que a Regra de Proteção, que permite que a família permaneça no programa por um período quando a renda do trabalho ultrapassa o limite de entrada no programa, tem funcionado como um "amortecedor" entre o Bolsa Família e o mercado de trabalho.

"Isso evita quedas bruscas de renda, diminui o medo de aceitar empregos formais ou registrar-se como Microempreendedor Individual (MEI) e, ao mesmo tempo, garante que, em caso de nova perda de renda, a família possa retornar com prioridade ao programa", cita a publicação.

O lançamento do estudo foi acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento, Assistência social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

"Quando a gente vê a elevação do PIB no Brasil, surpreendendo muitas vezes a área econômica e técnica, ali tem o PIB dos mais pobres. Aquelas pessoas que lá atrás viviam de transferência de renda, agora tem consumo", afirmou.

Segunda geração

O estudo sustenta que o Bolsa Família conjuga proteção social "robusta" e mobilidade socioeconômica. A evidência, de acordo com o pesquisador, é que muitos filhos do programa deixam de receber o benefício futuramente.

A pesquisa acompanha, ao longo da última década (2014-2025), os membros de famílias que recebiam o benefício em 2014, com foco em crianças e adolescentes. Os resultados indicam que uma parcela expressiva da chamada "segunda geração" de beneficiários deixou de depender da transferência de renda. Entre todos os beneficiários de 2014, 60,68% não recebiam mais o Bolsa Família em 2025. As taxas são ainda mais altas entre os que eram adolescentes naquele ano: 68,8% entre jovens de 11-14 anos e 71,25% entre 15-17 anos. Nas áreas urbanas, a taxa de saída para jovens de 6-17 anos chega a 67,01%.

A escolaridade do adulto responsável também faz diferença: quando a pessoa de referência concluiu o ensino médio, quase 70% dos jovens que tinham 6-17 anos em 2014 deixaram o Bolsa Família ao longo da década.

"Essa emancipação do Bolsa Família é acompanhada por uma saída relevante do Cadastro Único e por aumento da participação no mercado de trabalho formal", cita o estudo. Entre os jovens que tinham 15-17 anos em 2014, por exemplo, mais da metade deixa o CadÚnico até 2025, e 28,4% possuem vínculo formal de emprego no ano de 2023.

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