Cidades

TRÂNSITO

Após 25 anos, amarelinhos deixam a fiscalização das ruas de Campo Grande

Com pouco efetivo nas ruas, agentes vão trabalhar internamente na Agetran; a Guarda Municipal deverá assumir esse papel

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Sem concurso público para a categoria há 14 anos, uma mudança na forma de trabalho realizada pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande (Agetran) vai retirar os seus agentes de trânsito – popularmente conhecidos como amarelinhos – das ruas da Capital após 25 anos de atuação, deixando o trabalho de fiscalização a cargo da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Conforme informações apuradas pelo Correio do Estado, os motivos dessa alteração podem estar atrelados ao pequeno efetivo de agentes de trânsito que trabalham na Agetran, no qual atuam em diversas funções para além da fiscalização de trânsito, como a atividade de auditoria fiscal do transporte.

A mudança deve realocar os amarelinhos – agentes que fiscalizam o trânsito de Campo Grande desde 1999 – para funções mais administrativas, de coordenação e capacitação de novos agentes, deixando a cargo da fiscalização das ruas para a GCM, o Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran) e o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), os quais detêm convênio com a Agetran e podem atuar neste papel de fiscalizar o tráfego de veículos.

Vale destacar que esse trabalho será atribuído para os guardas municipais e para os policiais militares que foram capacitados por meio do curso Atualização de Agentes de Trânsito, oferecido pelo Conselho Estadual de Trânsito do Mato Grosso do Sul (Cetran-MS), com o objetivo de fornecer os conhecimentos necessários para que os agentes de segurança possam exercer as atividades inerentes à função de agente de autoridade de trânsito. O trabalho de fiscalização de trânsito, que já é realizado pela GCM, passará a ser feito sob gerência da Agetran.

Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, é previsto que essa mudança seja efetivada na primeira semana de dezembro, podendo ser revista ou alterada quando um novo concurso público para agentes de trânsito for aberto pela Prefeitura de Campo Grande, fato que não ocorre desde janeiro de 2010, quando foi anunciado a inscrição de 20 vagas para agentes de trânsito da Agetran, na gestão do então prefeito Nelsinho Trad.

A reportagem procurou a Agetran para responder questões sobre o assunto, porém, a autarquia municipal informou que não se posicionaria oficialmente referente às mudanças apuradas.

O agente de trânsito é o profissional que fiscaliza o tráfego de veículos, a fim de evitar acidentes e engarrafamentos nas vias das cidades. Além disso, é responsável por orientar os pedestres nas vias urbanas e autuar motoristas aplicando multas para quem desrespeitar as leis de trânsito.

Esse agente mantém a ordem, emite notificações e participa de ações educativas conscientizando os motoristas e pedestres. É um servidor que, conforme previsto no anexo I do Código de Trânsito Brasileiro, “[se trata de uma] pessoa, civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento”.

Importante ressaltar que o policiamento ostensivo de trânsito e o patrulhamento são atribuições específicas das Polícias Militar e Rodoviária Federal.

Assim, o civil credenciado como agente da autoridade de trânsito desempenha, basicamente, dois tipos de atividades: fiscalização (controle do cumprimento das normas de trânsito) e operação (monitoramento técnico da via).

LEI

A alteração de funções dos agentes de trânsito acontece em meio à tramitação, na Câmara dos Deputados e no Senado, de um projeto de lei que modifica a finalidade da profissão.

O Projeto de Lei nº 2.160/2023, denominado como Lei Geral dos Agentes de Trânsito, foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara neste mês e seguirá direto para o Senado. O texto torna a carreira de agentes de trânsito exclusiva de servidores públicos, de natureza policial, e reconhece a atividade como de risco permanente.

Além disso, autoriza o porte de arma de fogo da corporação, alterando o Estatuto do Desarmamento para autorizar o porte de arma para agentes de trânsito, desde que se cumpram requisitos de formação e controle previstos pela legislação. O porte de arma, de acordo com a proposta de lei, será permitido em serviço e fora dele.

Caberá aos agentes, que terão poder de polícia, funções de autoridade de trânsito, o que inclui a educação, a operação e a fiscalização de trânsito e transporte, a fim de promover a segurança viária.

A lei também estabelece como alguns dos requisitos mínimos para o agente de trânsito a nacionalidade brasileira, idade mínima de 18 anos e nível superior de escolaridade.

O regulamento deverá prever capacitação específica, com matriz curricular, periodicidade e carga horária mínima. O texto aprovado foi apresentado pelo relator da matéria, deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP).

Saiba

Conforme informado em reportagem do Correio do Estado, em outubro, houve a publicação no Diário Oficial de Campo Grande de uma portaria que credenciou novos soldados da Polícia Militar a aplicar multas.

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Acidente

Equipe de Munhoz & Mariano esclarece que dupla não teve relação com acidente em rodeio

Falha durante show pirotécnico ocasionou ferimentos em pessoas da plateia

10/04/2025 12h30

Show de Munhoz e Mariano após rodeio em Nioaque

Show de Munhoz e Mariano após rodeio em Nioaque Reprodução

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A assessoria da dupla sertaneja Munhoz & Mariano divulgou, na manhã desta quinta-feira (10), um comunicado oficial esclarecendo que o acidente envolvendo fogos de artifício no 1º Rodeio Festival de Nioaque (MS) não teve qualquer ligação com o show dos artistas.

O incidente ocorreu na noite da última terça-feira (8), durante a queima de fogos que marcou o encerramento do evento.

Confira o informativo na íntegra:

"COMUNICADO

Gostaríamos de esclarecer que os fogos de artifício foram disparados ao final das apresentações do RODEIO na cidade de Nioaque/MS, no dia 08/04 (terça-feira), e não durante os shows dos artistas, como pode ter sido mal interpretado. É importante frisar que os fogos não foram disparados pela equipe da dupla Munhoz & Mariano, e não ocorreram durante o show.

A segurança do público, dos artistas, do staff e da nossa equipe é sempre nossa prioridade. Assim que os serviços de socorro realizaram os devidos atendimentos às pessoas que necessitaram de ajuda, seguimos com o show de forma segura, sem comprometer o bem-estar de todos.

Agradecemos a compreensão de todos e reafirmamos nosso compromisso com a segurança e a qualidade de nossos eventos.

Equipe Munhoz & Mariano, Ninho do Entretenimento, Ame Arte e música."

O incidente 

O acidente aconteceu quando uma estrutura metálica em formato de violão, carregada com fogos de artifício, foi acionada no centro da arena do rodeio.

Imagens feitas por espectadores mostram o momento em que um dos disparos atingiu a arquibancada, causando pânico entre o público.

A fumaça encobriu rapidamente o local, e uma mulher a desmaiar após ser atingida. Ela foi socorrida por seguranças e encaminhada ao hospital da cidade para atendimento médico. 

De acordo com a organização do evento, os fogos foram disparados por uma equipe terceirizada contratada pelo rodeio.

O caso está sendo investigado pelas autoridades locais para apurar possíveis falhas na execução do espetáculo pirotécnico ou na segurança do evento. Até agora, não há registros confirmados de feridos graves além da mulher socorrida no hospital.

O show

O 1º Rodeio Festival fez parte das comemorações pelos 176 anos de Nioaque e contou com diversas atrações culturais e musicais, incluindo o aguardado show da dupla Munhoz & Mariano. A entrada foi solidária, mediante a doação de alimentos não perecíveis.

Apesar do susto, o show da dupla prosseguiu normalmente após o incidente.

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OPERAÇÃO

Carreta interceptada em MS derruba esquema de contrabando em MT

Operação Frota Fantasma foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (10) com quatro mandados de busca e apreensão

10/04/2025 12h00

Apreensão realizada em 2023 que resultou na deflagração da operação deste quinta-feira (10)

Apreensão realizada em 2023 que resultou na deflagração da operação deste quinta-feira (10) Foto: Divulgação/DOF

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Na manhã desta quinta-feira (10), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Frota Fantasma em Mato Grosso, que começou as investigações após uma apreensão em Rio Brilhante, município a 161 quilômetros de Campo Grande.

Segundo informações policiais, uma carreta carregada com mais de 450 mil maços de cigarros de origem estrangeira foi interceptada em 2023 no interior sul-mato-grossense. Ela foi realizada em abril daquele ano, na rodovia MS-145, próximo ao Assentamento Pana.

A carreta estava em alta velocidade e não respeitou a ordem de parada dos agentes. Na sequência, o condutor perdeu o controle e saiu da pista. Após isso, o suspeito abandonou o veículo e correu para fugir em uma mata às margens da rodovia e ele não foi localizado pelos policiais.

Foi registrado boletim de ocorrência contra o suspeito e a carga de R$ 2,7 milhões foi entregue para a Receita Federal de Ponta Porã.

Após esse fato, deu-se início às investigações, que revelaram que a ação fazia parte de um esquema, do qual o grupo enviava remessas de cigarros paraguaios para outros estados brasileiros, principalmente para Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás.

A operação deflagrada teve como alvo o núcleo responsável pelo transporte, logística e dissimulação legal, que ocultava o contrabando através de fretes de cargas lícitas. Introduzidos de maneira ilegal no Brasil, cerca de 1,35 milhão de maços de cigarros de origem estrangeira foram apreendidos.

Os envolvidos irão responder pelos crimes de contrabando e associação criminosa.

Diminuição

A diminuição de apreensões de cigarros contrabandeados em Mato Grosso do Sul pode estar atrelada à transferência de fábricas clandestinas do produto para o Brasil.

Em entrevista ao Correio do Estado, o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Mato Grosso do Sul, João Paulo Pinheiro Bueno, declarou que o crime de contrabando pode ter mudado sua atuação no País, o que possivelmente fez diminuir o número de apreensões anuais de cigarros nas rodovias.

“Antes o contrabando de cigarro era muito maior aqui no estado de Mato Grosso do Sul, hoje em dia reduziu bastante, não tem tanto como tinha antes. O que a gente entende desta mudança é que muitas dessas fábricas de cigarros passaram a atuar dentro do nosso país, e, possivelmente, é isso que está acontecendo [para as apreensões terem diminuído]”, informou.

De acordo com o superintendente da PRF, ainda não há indícios claros da instalação de fábricas clandestinas no Mato Grosso do Sul, mas em grandes centros, como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, a fiscalização para desmantelar possíveis fábricas é muito difícil de ser feita.

Segundo dados da Receita Federal, de janeiro a dezembro de 2023, a Polícia Federal (PF) e a PRF apreenderam 27.090.650 de maços de cigarro contrabandeado em Mato Grosso do Sul, que gerariam um lucro total de R$ 135,7 milhões para os contrabandistas.

Já em 2024 os números apresentaram uma queda de 26% em relação aos registrados no ano anterior, e as forças policiais aprenderam no período 20.044.645 de maços contrabandeados, avaliados em R$ 102 milhões.

Neste ano, dados de janeiro e fevereiro mostram que já foram apreendidos 4.224.318 de maços no Estado, estimados em R$ 22.429.319,70.

Fronteira aberta

Em Mato Grosso do Sul, a comercialização de cigarros contrabandeados do Paraguai é muito mais comum que no restante do Brasil, por conta da fronteira com o país vizinho.

Esse cenário faz com que, de 10 maços vendidos no Estado, 7 sejam de marcas ilegais, o que resulta em uma perda bilionária aos cofres do governo do Estado, que não recolhe o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) desses produtos.

Estimativa feita pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), com base nos dados do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), mostra que, nos últimos seis anos, R$ 2,7 bilhões deixaram de ser arrecadados em Mato Grosso do Sul em razão da venda ilegal de cigarros contrabandeados.

Só no ano passado, ainda de acordo com o FNCP, foram R$ 150 milhões perdidos em imposto que poderia ter sido cobrado.

Esse valor é alto porque o ICMS cobrado em Mato Grosso do Sul sobre o cigarro legal é de 30%. Essa política de impostos altos incidentes sobre esse tipo de produto é uma prática comum no País inteiro, como uma forma de desestimular que a população faça uso de um produto que comprovadamente faz mal à saúde.

Pelos dados do Ipec, no ano passado, 72% dos cigarros comercializados em todo o Estado tinham origem ilegal, porcentual que representa mais que o dobro do valor nacional, que foi de 32% em 2024.

Apesar de o valor ser alto, ele representa uma pequena queda em relação a 2023, quando esse mercado representava 74% das vendas de cigarro no Estado. E esse porcentual já chegou a ser de 85%, em 2019.

*Colaboraram Daiany Albuquerque Judson Marinho

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