Um homem de 39 anos, foi espancado por dois guardas noturnos, na madrugada da última terça-feira (21) próximo ao terminal General Osório, em Campo Grande.
Conforme boletim de ocorrência, a equipe da Polícia Militar foi acionada pela Santa Casa para averiguar a situação de um indivíduo que deu entrada com lesões corporais. Ao ser questionado, a vítima relatou que está em situação de rua a aproximadamente 20 dias e que no local onde fica, próximo ao terminal General Osório, havia um guarda noturno que frequentemente o ameaçava.
Durante a madrugada de terça-feira, por volta das três da manhã, o homem contou que foi abordado por dois guardas de moto, sendo um deles, o que proferia as ameaças e que começaram a agredi-lo com cacetetes e coronhadas com arma de fogo.
As agressões foram nas costas, cabeça e braços, devido a gravidade, a vítima teve lesões na maçã do rosto esquerdo, fratura exposta no braço, possível fratura óssea e precisou de seis pontos no supercílio direito.
O homem foi encaminhado à UPA da Coronel Antonino e posteriormente para Santa Casa, para realizar outros exames, devido a gravidade do fato. O caso foi registrado como Lesão Corporal de Natureza Grave e segue em investigação.
Dados
Apenas no primeiro mês de 2025, foram registradas 30 ocorrências por homicídio doloso (28) e lesão corporal seguida de morte (2), destes, 11 homicídios dolosos foram registrados em Campo Grande. Os dados foram divulgados pelo painel de estatísticas disponibilizado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP).
De acordo com os dados do Atlas da Violência de 2024, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no ano de 2022 (último levantamento), 90 assassinatos não foram registrados em Mato Grosso do Sul. Ao longo de 11 anos, é estimado que 495 homicídios ficaram ocultos no Estado.
Segundo o Ipea, essas pessoas morreram de forma violenta sem que o Estado conseguisse identificar a causa básica do óbito, se decorrente de acidentes, suicídios ou homicídios – as chamadas mortes violentas por causa indeterminada (MVCI).
No período de 11 anos, de 2012 até 2022, este quantitativo de assassinatos ocultos é o maior já registrado por ano, de acordo com os dados informados no Atlas.
O levantamento do instituto que reúne, organiza e disponibiliza informações sobre violência e segurança pública no Brasil, mostra que no Estado do Mato Grosso do Sul foram registrados 550 homicídios no último ano de pesquisa, em 2022.
Referente a casos estimados no Estado, de acordo com o Atlas da Violência, o número de assassinatos em Mato Grosso do Sul é de 640. Ou seja, entre os estimados e os registrados, existem 90 assassinatos fora das estatísticas, sem um registro oficial.
Entre os casos registrados, em um levantamento histórico de 11 anos (de 2012 até 2022), existe uma variação negativa de -19,5% no comparativo entre o primeiro e o último ano de registro, mostrando uma diminuição no número de assassinatos oficializados no Estado.
No caso dos homicídios estimados, em que as causas verdadeiras o Estado não reconheceu, levando em consideração o compartivo entre 2021 e 2022 houve um aumento de 1,7% no período.
O maior aumento ocorreu de 2019 a 2020, quando os casos tiveram uma alta de 147%, passando de 34 homicídios sem registro para 84 no ano seguinte.
**Colaborou Judson Marinho**