Cidades

DADOS MS

Imprudência na direção ainda é a
principal causa de morte no trânsito

De janeiro a maio deste ano, 101 pessoas morreram em acidentes

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Um levantamento feito pelo Grupo de Análise de Acidentes no Trânsito, com base nos dados fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar (PM) aponta que entre os anos de 2016 e 2018 foram registrados 51.865 acidentes no Estado. Desde total, 24.515 não tiveram vítimas, enquanto que em 26.460 houve pessoas feridas. 

No entanto, a situação que mais preocupa é o número de mortes decorrentes de acidentes envolvendo veículos e motocicletas: 889 óbitos. Além disso, da janeiro a maio deste ano, o número de vítimas fatais no trânsito chegou a 101, o que representa 28%, do total registrado em todo ano de 2017: 366.

De acordo com o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MS), Roberto Hashioka, a maioria dos estudos sobre os fatores que propiciam os acidentes no trânsito indicam que 90% das colisões são causadas por falha humana: imprudência, imperícia e distração.

"Hoje verificamos que o excesso de velocidade, a combinação do álcool e direção, a falta do uso do cinto de segurança e o uso do celular ao volante, são apontadas como algumas das principais causas de mortes nas vias", destaca. 

A fim de comprovar as afirmações, o representante do órgão estadual recorda dados estatísticos coletados entre janeiro e maio deste ano, em Mato Grosso do Sul. O total de infrações foi de 159.611 mil registros sobre velocidade acima da permitida, episódios em que os motoristas ou passageiros dispensaram o cinto 2.269 casos, 12.409 em que o condutor falava ou manuseava o telefone e dirigir sob influência de álcool, 1.337 infrações. 

"O trânsito exige 100% da nossa atenção e a redução do número de acidentes está diretamente ligada a redução destas falhas, que na maior parte das vezes pode ser corrigida com a atitudes simples", argumenta Hashioka. 

FAZENDO DO LUTO, A LUTA

Jaqueline Tsalikis, 36 anos, bacharel em Educação Física, Técnica em Enfermagem é funcionária do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), há 10 anos e no ano de 2015 entrou para estatísticas de vítimas de trânsito, situação que convivia diariamente. Um motociclista embriagado e pilotando uma motocicleta em alta velocidade, na contramão, colidiu frontalmente contra a profissional que ficou gravemente ferida e teve uma das pernas amputadas cima do joelho. 

"O que aconteceu comigo foi um crime de trânsito, porém, a falta de rigor na legislação  fez com que o autor também fosse considerado vítima, pelo fato de ter o pé amputado. Ele recebe atendimento pela Defensoria Pública e um salário mínimo mensal, custando R$ 12 mil por ano aos cofres públicos. Ou seja, um homem adulto que tinha consciência que estava alcoolizado quando decidiu pilotar. Isso na minha opinião é tentativa de homicídio", afirma a profissional.

Com apoio da família, Jaqueline está se recuperando, porém, ainda enfrenta sessões de fisioterapia e terá que fazer mais cirurgias reparadoras, sem contar o sentimento de impotência por ver o homem que quase tirou sua vida não ter sido responsabilizado.

"Graças a Deus voltei ao trabalho, mas, não da forma como atuava antes. Porém, ao invés de me lamentar, fiz do meu luto a minha luta e um dos trabalhos que realizo é ministrar palestra em escolas do ensino fundamental e médio, contribuindo para formação dos futuros condutores", pontua. 

NÃO FOI ACIDENTE

Em dezembro de 2017, o projeto de lei 5568/2013, mais conhecido como “Não foi acidente” foi aprovado pela Câmara dos Deputados, após 5 anos de espera. A proposta prevê o aumento da pena para motoristas embriagados responsáveis, principalmente, por causar mortes ao volante. 

O texto defende que o condutor sob efeito de álcool, acusado de homicídio, permaneça preso de 5 a 8 anos. Atualmente, um condutor de mata um pedestre atropelado, sob efeito de álcool ou drogas, é indiciado por homicídio culposo (não há intenção de matar). Se o atropelador for réu primário, pode pegar entre dois e quatro anos prisão, ter habilitação suspensa por um ano, e ainda, o período de reclusão poder ser convertido em serviços prestados a comunidade. 

"Quantas pessoas estão na minha condição ou tiveram a vida ceifada deixando filhos, pais, irmãos e amigos na orfandade. Pagamento de cesta básica não vai devolver a vida de um ente querido, por isso, é necessário que as penalidades sejam mais rigorosas", conclui Jaqueline. 

AÇÕES DE CONSCIENTIZAÇÃO

Conforme informado pelo diretor-presidente do Detran/MS, anualmente são realizadas ações de conscientização, abordando todas as faixas etárias, por intermédio da educação sobre segurança, respeito e gentileza, tanto para motoristas, quanto para pedestres. 

"Infelizmente, nós ainda temos alguns cidadãos que insistem em descumprir a legislação. Mas, acreditamos que com a nossa persistência, principalmente no que diz respeito à educação de trânsito a tendência é que a gente consiga reduzir o número de acidentes", observa. 

Mato Grosso do Sul participou da série de audiências públicas que têm objeto de contribuir com a implantação do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). O plano foi instituído pela Lei 13.614/18, que teve origem no Projeto de Lei 8272/14, e prevê um regime de metas para redução de mortes no trânsito. 

*Fotografia de Capa: Álvaro Rezende

*Fotografias galeria: arquivo pessoal Jaqueline Tsalikis

CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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