Cidades

"MEGA OPERAÇÃO"

Indígena é morto durante ação da PM no interior de MS

Terra indígena de Antônio João foi atacada horas após protocolado "socorro" ao Ministério da Justiça

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Relatos da Assembleia Geral dos povos Guarani e Kaiowá apontam para uma escalada de violência recente, iniciada ainda no último dia 12, que explodiu em conflito entre forças armadas e os moradores da Terra Indígena de Antônio João na madrugada desta quarta-feira (18), com registro de um óbito. 

No município de Antônio João, distante cerca de 280,8 km da Capital de Mato Grosso do Sul, há a comunidade que reside na Terra Indígena Nanderu Marangatu, a qual representantes apontam como alvo do cerco e dos ataques que resultaram na morte de um indígena na madrugada de hoje (18), supostamente executado.

Desde a tarde de ontem e cair da noite houve mobilização no município, com vídeos que registram veículos de forças policiais, sendo um ônibus da Polícia Militar e um caminhão do Choque, onde o interlocutor responsável pelas imagens inicia dizendo "agora acaba a 'baderna desse povo' aí", confira: 

"Na madrugada começaram a atacar a comunidade; derrubar os barracos; queimar, e teve uma pessoa assassinada, parece que executada, que dizem que tinha atirador no meio e executou o indígena e a Tropa de Choque está lá cercando o corpo, a gente tentando que a PF vá lá retirar e fazer a perícia", afirma Anderson Santos, advogado pelo Conselho Indigenista Missionário. 

Segundo Anderson, o pedido pela atuação Federal justifica-se pelo antecedente, já que em casos anteriores feitos pela Polícia do Estado "foi lamentável", diz o advogado, apontando para “autorização” do TRF3.

"Inclusive tivemos que exumar o corpo do Vitor Fernandes agora para refazer a perícia, também um indígena assassinado pela Polícia Militar. Está nessa, parece que o ataque continua e a tensão contra os indígenas, com alguns resistindo e essa pessoa morta lá", completa Anderson.

Indígenas atacados

Como é possível observar em um segundo registro, compartilhado pela Assembleia dos Povos Guarani Kaiowá (Aty Guasu) indígenas gritam desesperados, enquanto se ouve sons de tiros ao fundo, onde também é visto uma fila de veículos que confrontam os indígenas. 

Pouco antes do fim desse registro, que tem pouco mais de um minuto, é possível ouvir um indígena que grita, para tentar alertar outros "patrícios", repetindo para voltarem e dizendo "já mataram um!". 

Essa escalada recente começou com investida armada da "Polícia do Estado" em 12 de setembro, ao "retomarem a fazenda Barra", relembra a Assembleia Geral Aty Guasu. 

A fazenda seria a última na posse de não indígenas, sobreposta à área homologada como de ocupação tradicional dos indígenas de Nanderu Marangatu ainda em 2005. 

Em 12 de setembro houve violento ataque, por parte da PM, que estaria acampada para proteção da fazenda, que terminou com três pessoas levadas ao hospital com ferimentos gravas, pontua relato Aty Guasu publicado na tarde de ontem (17). 

Também nessa última terça-feira (17) a Assembleia tornou público o pedido de urgentíssimas providências protocolado ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, justamente por temer - e quase prevendo - um novo massacre.

A Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) foi procurada, com o espaço em aberto para posicionamento assim que obtida retorno. 

 

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Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para hoje (19) em Campo Grande e demais regiões de Mato Grosso do Sul

Baixa umidade segue em todo o estado, assim como as altas temperaturas

19/09/2024 04h30

Recomenda-se a ingestão de muita água, devido ao calor e tempo seco no estado

Recomenda-se a ingestão de muita água, devido ao calor e tempo seco no estado Arquivo

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Nesta quinta-feira (19) a previsão indica tempo firme, com sol e variação de nebulosidade. Essa situação ocorre devido a atuação de um sistema de alta pressão atmosférica favorecendo o tempo quente e seco no estado de Mato Grosso do Sul. O destaque é que as temperaturas voltam a ficar acima da média, podendo atingir os 39°C aliado a baixos valores de umidade relativa do ar, com valores entre 10% e 30%.

Por isso, recomenda-se que a população beba bastante líquido, evite exposição ao sol nos horários mais quentes e secos do dia e umidifique os ambientes. Além disso, as condições meteorológicas previstas, de tempo quente e seco, tornam o ambiente atmosférico favorável para a ocorrência de incêndios florestais. Desta forma, recomenda-se que a população não ateie fogo em nenhuma situação, pois é crime ambiental. 

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperatura mínima de 23°C e máxima de 36°C. 
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas entre 25°C e 39°C. 
  • Em Porto Murtinho é esperada a mínima de 26°C e a máxima de 39°C. 
  • O Norte do estado deve registrar temperatura mínima de 25°C e máxima de 39°C.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas entre 21°C e 38°C. 
  • Anaurilândia terá mínima de 19°C e máxima de 35°C. 
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínima de 18°C e máxima de 35°C. 
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas entre 20°C e 33°C. 
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínima de 18°C e máxima de 32°C. 

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CASO MARCEL COLOMBO

Jamilzinho é condenado a mais 15 anos e penas já somam 69 anos

Os outros três réus envolvidos na execução de Marcel Colombo, em 2018, também foram condenados pelo júri que acabou 02:05 horas da madrugada desta quinta-feira, após três dias de julgamento

19/09/2024 02h18

Somente dois dos réus, Marcelo Rios e Rafael Antunes, acompanharam todo o julgamento no plenário do fórum de Campo Grande

Somente dois dos réus, Marcelo Rios e Rafael Antunes, acompanharam todo o julgamento no plenário do fórum de Campo Grande Gerson Oliveira

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Preso desde o dia 27 de setenbro de 2019 e já condenado anteriormente a 54 anos de prisão, o empresário Jamil Name Filho, o Jamilzinho, foi condenado a mais 15 anos de cadeia pela morte de Marcel Hernandes Colombo, executado em 18 de outubro de 2018 em um bar na região central de Campo Grande. Com mais esta condenação, a soma de suas penas chega a 69 anos.

Além do empresário, os jurados também condenaram os guardas municipais Marcelo Rios e Rafael Antunes. O primeiro foi condenado a 15 anos em regime fechado e o segundo, a 2,5 anos em regime aberto. O quarto réu, o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, pegou a pena de 8 anos e 4 meses. 

Jamil Name filho participou do júri por videoconferência do presídio federal de Mossoró, onde está desde novembro de 2019. Ele já havia sido condenado pelo assassinato do estudante Matheus Xavier, em julho do ano passado, a 23,5 anos de prisão, e tem outras três condenações por crimes descobertos pela operação Omertà. 

Marcelo Rios cumpre pena no mesmo presídio, mas participou presencialmente do júri que começou na segunda-feira pela manhã e terminou às 02:05 da madrugada desta quinta-feira (19). A previsão é de que seja levado de volta ao mesmo presídio. Ele também já cumpre pena pela morte de Matheus Xavier e por outros três crimes. 

Rafael Antunes, que atualmente está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, poderá recorrer em regime aberto. O policial federal também pode recorrer da sentença em liberdade.

Os debates entre a acusação e defesa só acabaram quando já passava da meia noite, por volta das 00:15 horas. Depois disso, o juiz esvaziou o plenário para se reunir com os 7 jurados e somente à 01:40 a sessão foi retomada. 

O CASO

Conforme tese acatada pelo júri popular, Marcel Hernandes Colombo foi executado por Juanil Miranda, que está foragido, a mando de Jamil Name Filho. Os outros três condenados atuaram como intermediários para contratação do pistoleiro e ocultação de provas.

De acordo com a denúncia, Jamil Name Filho encomendou a morte de Marcel porque cerca de dois anos antes foi agredido pelo Playboy da Mansão, como era conhecido Marcel, em uma casa noturna da região central de Campo Grande. 

Desde aquela agressão, conforme a investigação, Jamilzinho pretendia matar o Playboy, mas não recebia autorização do pai, Jamil Name, que também foi preso em setembro de 2019 e acabou morrendo aos 82 anos no presídio federal em junho de 2021, vítima de covid.

Mas, depois que Marcel divulgou áudios fazendo chacotas da família Name, o pai liberou o filho para que matasse Marcel, conforme concluiu a investigação e conforme acataram os jurados. 

A investigação sobre o assassinato estava prestes a ser arquivada, pois até a descoberta de um arsenal com fuzis, pistolas e espingardas em uma casa no bairro Monte Líbano a polícia não tinha provas que ligassem Jamilzinho ao crime, embora houvessem suspeitas desde o dia do assassinato. 

Cerca de quatro meses depois da descoberta do arsenal, Jamil Name e o filho foram presos e não saíram mais da cadeia. 

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