Cidades

PERDÃO

Indulto natalino tira da cadeia 271 condenados

Indulto natalino tira da cadeia 271 condenados

VÂNYA SANTOS

13/09/2011 - 00h02
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De janeiro a agosto deste ano 271 presos de Mato Grosso do Sul foram perdoados em suas condenações e deixaram a cadeia, beneficiados pelo indulto presidencial, popularmente conhecido conhecido como indulto natalino. Os benefícios que estão sendo analisados ao longo deste ano tem como base as regras do decreto de 2010.

De acordo com o diretor executivo do Conselho Penitenciário de Mato Grosso do Sul, Luiz Adolfo Corrêa da Costa, o perdão foi concedido a 248 homens e 23 mulheres, que deixaram definitivamente o sistema prisional do Estado. Outros 310 internos tiveram as penas somente reduzidas (as chamadas comutações), sendo 302 homens e oito mulheres. Ao todo foram protocolados 610 pedidos de benefício, a maioria dos interessados solicitou a concessão de redução de pena.

O indulto é a extinção total ou parcial da pena, tendo origem no perdão do presidente da República, que detém esta prerrogativa. A norma é voltada para o futuro do condenado e se aperfeiçoa mediante o posicionamento do Poder Judiciário diante de cada caso concreto. Não deve ser confundido com as saídas natalinas, em que os presos recebem autorização para passar os festejos de Natal e Ano Novo com a família, retornando posteriormente ao sistema prisional.

Luiz Adolfo lembra que os benefícios deferidos em 2011 atendem as condições estabelecidas por meio do decreto de 31 de dezembro do ano passado, que vigora até a publicação do próximo decreto, a ser assinado pela presidente Dilma Rousseff no final deste ano.

No ano passado, com base no decreto de 2009, 248 presos foram indultados no Estado. Outros 125 internos tiveram as penas reduzidas e o Conselho Penitenciário registrou 513 pedidos. No País, aproximadamente 4,5 mil réus foram indultados com base nas mesmas regras.

 Regras

Baseado no decreto de 2010, tem direito ao indulto o interno que foi condenado a pena de até oito anos de prisão. Em caso de réu primário, o condenado precisa ter cumprido um terço da pena até o dia 25 de dezembro do ano em que o decreto foi publicado. Já o interno reincidente tem que ter cumprido metade da sentença até a mesma data.

O candidato ao benefício de redução de pena tem que ter pena superior a oito anos. O réu primário tem que ter cumprido um quarto da sentença até o dia 25 de dezembro do ano de publicação do decreto vigente, enquanto o reincidente precisa cumprir um terço da condenação. Tanto no caso de indulto, quanto no de comutação, o preso não pode ter cometido falta grave nos 12 meses que antecederam a publicação do decreto em vigor. Os benefícios também não são concedidos a réus condenados pela prática de crimes hediondos – que causam maior aversão à coletividade – e tráfico de drogas.

 Procedimento

Luiz Adolfo explicou que os pedidos de indulto e comutação de pena chegam ao Conselho Penitenciário durante todo o ano, mas o período de maior análise de processo vai de janeiro a maio.

Após a publicação do documento presidencial, a Defensoria Pública faz um levantamento e relaciona os nomes dos presos que têm direito ao perdão ou redução de pena. Alguns internos também costumam protolocar o pedido por meio de advogado particular.

A solicitação do benefício é encaminhada ao juiz da Vara de Execução Penal. O magistrado, por sua vez, envia os processos para serem analisados pelo Conselho, que leva em média 20 dias para devolver o pedido com o parecer. O juiz então ouve o Ministério Público e dá a sentença.

Atualmente, o Conselho Penitenciário é formado por nove titulares e nove suplentes. Os integrantes são representantes da Defensoria Pública Estadual e da União, da comunidade, do Ministério Público Federal, da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e é presidido pela procuradora de entidades públicas, Maria Rita de Lima. 

Leia mais no jornal Correio do Estado 

45 anos

Dia Mundial do Rim: paciente ganha órgão de aniversário e comemora no hospital

Mulher lutou contra o lúpus por 17 anos, doença inflamatória autoimune que afetou gravemente sua função renal

13/03/2025 11h15

Flávia e o esposo

Flávia e o esposo DIVULGAÇÃO

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Flávia Regina Escobar Braga renasceu aos 45 anos.

Ela lutou contra o lúpus por 17 anos, doença inflamatória autoimune que afetou gravemente sua função renal.

Foi diagnosticada com a doença em 2007. É natural de Caracol, município localizado a 390 quilômetros de Campo Grande. Ao longo de 17 anos, teve que vir para a Capital diversas vezes para realizar consultas, exames e partes do tratamento.

Em 2023, começou a hemodiálise, passando, posteriormente, para a diálise peritoneal, o que permitiu que conseguisse manter boa parte de sua rotina.

Durante as consultas, sempre foi alertada que o transplante renal poderia ser necessário no futuro.

Em 24 de fevereiro, quatro dias antes de seu aniversário, recebeu a confirmação de que havia um doador que poderia doar o órgão a ela.

“O doutor me ligou e disse que havia um doador e, apesar de eu não ser a primeira da fila, a ansiedade tomou conta, mas ao chegar no hospital, tive a confirmação de que o rim era meu. Eu chorei, meu marido chorou, agradeci a Deus, e o tempo todo pensava na família que concordou em doar os órgãos do seu filho amado”, disse, emocionada.

Em 25 de fevereiro, realizou o transplante. Em 28 de fevereiro, data de seu aniversário, festejou no hospital, com direito a bolo, festinha e parabéns.

A comemoração foi em dose dupla: por um rim novo e mais um ano de vida. O momento não foi apenas uma celebração pelo seu aniversário, mas também do seu renascimento.

Para fechar com chave de ouro, ela ainda tocou o “sino da vitória” no hospital.

"Foi lindo, muito emocionante. Eu percebi que a parte mais difícil estava acabando. Naquela hora pensei na família do doador, na equipe do Hospital Unimed que se propôs a oferecer um momento lindo para alguém que mal conheciam, se dedicando tanto para me dar essa chance, comprometidos com o bem-estar do próximo, e no amor de Deus. Foi impressionante", contou.

Na semana passada, Flávia recebeu alta hospitalar. Para quem ainda aguarda na fila de transplante, ela compartilha uma mensagem de esperança: "Recomendo não desistir, não desanimar. Continuem com suas rotinas, sejam otimistas, creiam na bondade do ser humano e na benevolência divina", disse.

Ação alusiva ao Dia Mundial do Rim ocorre nesta quinta-feira (13), das 8h às 16h, na Praça Ary Coelho, localizada no quadrilátero da Afonso Pena x 14 de Julho x 13 de maio x 15 de novembro, Centro, em Campo Grande.

Serão oferecidos diversos tipos de atendimentos gratuitos à população. Confira:

  • Testes de glicemia;
  • aferição de pressão arterial;
  • avaliação do índice de massa corpórea (IMC);
  • teste de retinopatia para hipertensos e diabéticos;
  • teste de creatinina, que ajuda a identificar o funcionamento dos rins.

A realização é da Associação Beneficente dos Renais Crônicos de Mato Grosso do Sul (Abrec/MS), em parceria com a Sociedade Brasileira de Nefrologia.

O Dia Mundial do Rim é comemorado anualmente em 13 de março. A data é uma campanha da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) para conscientizar sobre a prevenção de doenças renais.

Preservação

Pesquisadores da UFMS estudam impactos de incêndios no Pantanal

Com previsões apontando menos chuvas nos próximos meses, bioma fica mais suscetível

13/03/2025 11h00

Estudo sobre incêndios nno Pantanal

Estudo sobre incêndios nno Pantanal Alexandre Pereira / UFMS

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O Pantanal, bioma conhecido por seus ciclos naturais de cheia e seca, tem uma relação histórica com o fogo. No entanto, as mudanças climáticas têm intensificado os incêndios florestais na regiãohttps://correiodoestado.com.br/cidades/incendios-florestais-devastam-16-milhao-de-hectares-do-pantanal-de-ms/438150/, tornando necessário o estudo e a implementação de técnicas de manejo integrado para prevenir grandes incêndios.

Com 84% da vegetação nativa preservada, o Pantanal sul-mato-grossense é considerado o bioma mais preservado do mundo. Para manter essa condição, o Governo do Estado, por meio do Imasul e da Fundect, está investindo em uma pesquisa científica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) para compreender o comportamento do bioma após os incêndios.

O doutor em biologia e professor da UFMS, Geraldo Damasceno Júnior, lidera um estudo desde 2021 como parte do programa Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (Peld) do Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas (Nefau).

"O Pantanal é forjado no fogo, por isso tem resiliência a ele. No nosso estudo estamos avaliando o que realmente mudou após o fogo. Algumas áreas se recuperam em dois meses", explica Damasceno.

A pesquisa busca identificar a melhor época para realizar o manejo do fogo no Pantanal, considerando as mudanças ocorridas após os intensos incêndios de 2020.

"Muitas coisas mudaram no bioma após o fogo intenso de 2020, e por isso avaliamos a situação no início, meio e fim da estação seca", afirma o pesquisador.

A pesquisa da UFMS também investiga como o fogo e a inundação, ambos característicos do bioma, podem influenciar a longo prazo a estruturação dos ambientes nas áreas inundáveis do Pantanal.

O estudo inclui o desenvolvimento de ações educativas e de queima prescrita para reduzir a probabilidade de incêndios florestais.

"Estamos verificando qual que é o efeito que o fogo tem nas diversas paisagens. Trabalhamos nas áreas de campos inundáveis, que são as principais áreas de uso como pasto. Estamos vendo o efeito disso na flora, fauna – répteis, aves, pequenos invertebrados", conclui Damasceno.

Combate

O CBMMS mantém bases avançadas em áreas remotas e realiza trabalhos educativos nas comunidades locais.

A preparação leva em conta as condições climáticas do bioma, que tem enfrentado chuvas abaixo da média histórica. Dados do Cemtec apontam um déficit significativo de chuvas entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025.

"O ano de 2024 foi o mais crítico quando comparado a este ano de 2025. Porém, as chuvas estão bem irregulares. E a previsão indica que para os próximos meses as chuvas tendem a ficar abaixo da média histórica", explica a meteorologista e coordenadora do Cemtec, Valesca Fernandes.

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