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Insumo importado não eleva competitividade da indústria

Insumo importado não eleva competitividade da indústria

Folhapress

09/07/2017 - 21h00
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A indústria brasileira passou por uma transformação estrutural nos últimos 15 anos, ampliando o uso de insumos importados em sua produção. Mas, na contramão das expectativas, a mudança não melhorou sua competitividade: o setor perdeu mercado externo e interno.

Essa é a conclusão de um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que será divulgado nesta segunda (10). O próximo passo é entender o que deu errado.

Segundo a pesquisa, o coeficiente de insumos importados –indicador do quanto do consumo da indústria é suprido por produtos do exterior– saltou de 16,5% para 25% entre 2003 e 2011.

No período, os segmentos de vestuário e acessórios, madeira, máquinas e equipamentos, móveis e produtos de metal mais que dobraram suas importações.

Por outro lado, a fatia da produção nacional exportada caiu de 19,7% em 2005 (maior valor desde 2003) para 12,1% em 2014. Reflexo desse movimento, a participação brasileira nas exportações mundiais de manufaturados caiu de 0,82% para 0,59%.

"No fim da década de 1990, o Brasil era uma plataforma de re-exportação. As empresas importavam muito e exportavam muito, se estabelecendo aqui para vender para o mercado doméstico e latino. Isso acabou", afirma Renato da Fonseca, gerente-executivo de pesquisa e competitividade da CNI e um dos autores do estudo, ao lado de Samantha Cunha.

CONTRADITÓRIO
A princípio, o movimento é contraditório: pesquisas apontam que aumento na importação de insumos leva à melhora na produtividade, supondo que esses produtos são mais variados, baratos e de melhor qualidade do que as opções nacionais.

O estudo aponta duas explicações para o aumento na presença de insumos importados: desvalorização do dólar entre 2002 e 2011 e a ampliação do mercado consumidor brasileiro, resultado das políticas de redistribuição de renda e acesso ao crédito.

A ascensão de uma massa voraz por consumo também pode ter impulsionado a indústria tanto a buscar insumos fora do país, após ter esgotado a oferta interna, quanto a priorizar esse público em detrimento do externo.

"O industrial vê o mercado aqui crescendo muito, sabe que tem uma dificuldade de competir lá fora e que tem o pessoal de fora tentando entrar aqui dentro. A empresa muda a estratégia para o mercado doméstico, porque aqui ele consegue competir melhor", diz Fonseca.

Volatilidade do câmbio, burocracia alfandegária, falta de infraestrutura, sistema tributário e legislação trabalhista –questões frequentemente apontadas pela indústria para justificar o mal desempenho– são também apontadas como possíveis explicações para a perda de competitividade no período.

No entanto, Fonseca admite existir também um problema interno ao setor no Brasil: boa parte da indústria é mal gerida. Segundo o World Management Survey, projeto da London School of Economics que avalia a gestão de indústrias de 35 países, o Brasil está na 23ª posição.

Um projeto-piloto feito pela CNI com 23 empresas conseguiu um aumento de produtividade física de 40% a 60% apenas reorganizando a produção, "sem gastar um tostão com máquina", diz o executivo da entidade.

Com a alta recente do dólar e a recessão, o setor tem se reorientado para o exterior, tentando suprir a queda na demanda nacional com a estrangeira. A virada tem ajudado a indústria a sobreviver à crise, mas não é suficiente –embora a fatia exportada tenha crescido desde 2014, isso acontece sobre uma produção menor.

rapper

Oruam visita o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Pai do rapper é um dos líderes do Comando Vermelho e cantor se declarou como "a voz dos presidiários"

13/03/2025 16h31

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande Foto: Reprodução / Instagram

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O rapper Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no Presídio Federal de Campo Grande. Fotos e vídeos da visita foram compartilhados pelo músico nessa quarta-feira (12), nas redes sociais. Marcinho VP é apontado como um dos líderes da facção Comando Vermelho e está preso desde 1996 por tráfico e homicídio.

Em uma das postagens, Oruam se declarou como "voz dos presidiários", mas apagou a mensagem pouco tempo depois.

"Eu falo pelos presos, eu represento os excluídos. Cadeia é lugar de ressocialização, eu canto para tirar meu pai do crime, coisa que o estado não faz, apenas alimenta a burguesia com mentiras dos pobres. O sistema falhou 'com nós', mas nós não precisamos dele", postou o rapper.

Nas imagens publicadas, Oruam aparece ao lado de outros familiares, vestido de rosa, em frente a Peninteciária Federal de Campo Grande.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por 22 (@oruam)

Conforme reportagem do Correio do Estado, o rapper já declarou que odeia visitar o pai por considerar a situação "desumana".

No documentário "O Grito - Regime Disciplinar Diferenciado", sobre o sistema penitenciário brasileiro, Oruam disse que foi concebido na prisão, durante uma visita intíma, e que nunca conviveu com o pai fora das grades.

"Eu nunca vi meu pai na rua. Nós nunca convivemos com nosso pai em nenhum momento da nossa vida. Quando eu nasci, meu pai já tava preso", disse.

Há pouco mais de um ano, Marcinho VP, foi transferido para a Penintenciária Federal de Campo Grande, onde ainda permanece, e o rapper daz visitas frequentes à capital sul-mato-grossense para vê-lo, mas diz que é constragedor e uma tortura.

"[São] mais de 15 celas. Passa o maior constrangimento para entrar e só fala pelo interfone. Como tu vai ver teu pai por um vidro no meio?", disse na produção da Netflix.

"Não pode nem encostar na pessoa, abraçar, falar. É tortura. Presídio Federal é tortura. Para nós que somos família é desumano. Se eu vou ver meu pai, eu quero encostar, dar um beijo",acrescentou Oruam.

Por fim, o rapper disse que aprendeu a conviver com a saudade. "Na minha mente eu sei que ele não vai estar aqui", concluiu.

Marcinho VP 

Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado com nome proeminente da criminalidade do Rio de Janeiro há quase três décadas, sendo um dos principais líderes do Comando Vermelho, ao lado de Fernandinho Beira Mar.

Preso desde 1996 , ele está em penitenciárias federais desde 2010, atualmente em Campo Grande.

No entanto, o encarceramento não impediu que Marcinho VP continuasse no mundo no crime. Mesmo de dentro do presídio, ele ordenou uma série de crimes que foram cometidos por outros faccionados.

Nos últimos 14 anos, ele cumpre pena em unidades federais. 

Marcinho VP é pai do rapper Oruam, que já fez manifestações públicas pedindo a liberdade do pai, sendo a mais polêmicas a apresentação no Lollapalooza 2024, onde vestiu uma camiseta que pedia a liberdade de Marcinho VP.

O cantor tem uma tatuagem em homenagem ao pai e também ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.

Decisão.

STF libera R$ 16 milhões do governo estadual por acordo sobre terra indígena de MS

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível

13/03/2025 16h00

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João Foto: Reprodução

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O Supremo Tribunal Federal (STF) por meio do ministro Gilmar Mendes autorizou a distribuição dos R$ 16 milhões depositados em janeiro pelo governo de Mato Grosso do Sul, acordo de regulação da terra Nhanderu Marangatu, e que estava em litígio entre indígenas e fazendeiros em Antônio João, interior do estado. O repasse é referente ao depósito judicial, previsto em repasse aos proprietários das terras. 

Serão R$ 791.062,86 enviados a Salazar Advogados Associados e outros R$ 15.208.937,14 em favor um procurador do grupo de fazendeiros.

“Solicito que esta Suprema Corte seja informada tão logo seja efetivada a referida transferência”, destaca o ministro, que deu o parecer sobre a emissão dos alvarás na última quarta-feira (12).

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível.  

“No que concerne ao montante depositado pelo Estado do Mato Grosso do Sul (...), determino a imediata expedição de alvarás com as seguintes especificações, ressalvada a responsabilidade das partes, inclusive criminal, pela indicação dos responsáveis pelo recebimento do montante, caso verificada incorreção nas informações apresentadas”, diz outro trecho da decisão.

Ao todo, a União repassou R$ 27.887.718,98  a título das benfeitorias apontadas em avaliação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2005, valores  corrigidos pela inflação e a Taxa Selic.Os proprietários também devem receber indenização, pela União, no valor de R$ 101 milhões pela terra nua.

Cabe destacar que o pagamento indenizatório de R$ 27 milhões aos produtores rurais que viviam na terra situada na fronteira com o Paraguai, próximo à faixa de 150 quilômetros paralela à linha divisória do território nacional foi firmado em acordo indenizatório histórico realizado em setembro do ano passado após o STF determinar que a área é território ancestral indígena.

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