Seis travestis envolvidas na morte de Marciano Ferreira dos Reis, de 40 anos, a travesti “Paola Bracho” foram julgadas ontem no tribunal do júri, em Dourados. Cinco delas foram condenadas e Leandro Daniel da Silva Sena, com nome social de "Vanessa" foi absolvida.
Conforme sentença, Alex Martins Joaquim, a "Rahine", foi condenada a 15 anos e seis meses de prisão. Já as demais identificadas como Gleison Venilson da Silva Martins, a "Kimberly", Jullyan Luccyan de Oliveira Mendes, "Julia Maravilha" e Marcelo Flávio Gomes Pinheiro, "Rakelly Gomes” foram condenadas há 14 anos e seis meses de prisão. Matheus Elias Camargo Júlio, a "Ana Júlia Pugliesi”, foi condenada a13 anos e seis meses de prisão.
O juiz César de Souza Lima entendeu que as autoras tiveram no crime a “culpabilidade acentuada com preparo anterior, com alta reprovabilidade; motivos ruins por disputa de ponto de prostituição, circunstâncias comuns; personalidade e conduta social sem apuração”.
Ainda de acordo com os autos, como as acusadas não têm moradia e nem emprego fixo, cumprirão a pena em regime fechado, uma vez que, soltas poderão cometer outros crimes. Conforme relatado, a acusada Rahine ameaçou de dentro do presídio, testemunhas que presenciaram o crime, fato que levou a entender que as autoras devem permanecer reclusas.
Conforme publicado pelo Portal Correio do Estado no ano passado, Ana Júlia Pugliesi, tentou assassinar, com pedaço de vidro, um detento da Penitenciária Estadual de Dourados, no dia 24 de novembro de 2017, por ser primo de Paola Bracho. Durante a madrugada, Ana Júlia também teria tentado jogar água fervendo na vítima, mas foi impedida por outros presidiários.
Todas as acusadas pelo crime aguardaram o julgamento no presídio de Dourados. Após a divulgação da condenação, as cinco autoras recorreram a sentença.
O CRIME
Travesti 'Paola Bracho foi assassinada com pelo menos 17 golpes de faca e espancada, no dia 22 de março do ano passado, na Rua João Cândido do Câmara, no Jardim Central, em Dourados.
No dia do crime, as travestis envolvidas foram conversar com Paola. Elas estavam armadas com facas, barra de ferro e partiram para o ataque. 'Paola' foi assassinada com facadas, sendo 14 delas nas costas e três nos pescoço, segundo a polícia.
Ainda de acordo com declarações feitas à polícia, no momento em que 'Paola' era atacada, as testemunhas correram e se esconderam. Distantes, observaram que o grupo havia fugido em automóvel Fox e, em seguida, acionaram socorristas. No entanto, 'Paola' morreu ainda no local do crime.
Na época, testemunhas disseram que disputa por ponto de prostituição pode ter sido o motivo do assassinato.