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Justiça de MS condena 16 traficantes da quadrilha do "narcopix"

Grupo, que levava cocaína de Ponta Porã para Campo Grande, e da capital de MS para o Brasil, ficou conhecida por usar o pix para pagar fornecedores

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A Justiça teve a mão pesada contra a quadrilha de traficantes de cocaína conhecida pelo “narcopix”, esquema de tráfico de drogas da fronteira com o Paraguai, em Ponta Porã para Campo Grande e, a partir da Capital, para todo o Brasil, que usava o método de pagamento eletrônico para financiar os transportes ilegais da droga e para dividir o lucro com o tráfico.

A 3ª Vara Criminal de Campo Grande impôs uma pena de 23 anos e 9 meses ao operador financeiro da quadrilha, Luiz Paulo da Silva Santos, e de 18 anos e 6 meses a Joesley da Rosa, acusado de ser o chefe do esquema. Além deles foram condenadas outras 14 pessoas pelo esquema criminoso. As penas, somadas, chegam aos 145 anos e os dias-multa, em R$ 199 mil.

Veja a lista dos condenados e suas penas:

  • 1. Luiz Paulo da Silva Santos – 23 anos e 09 meses
  • 2. Joesley da Rosa – 18 anos e 06 meses
  • 3. Mayk Rodrigo Gama – 13 anos e 11 meses de reclusão
  • 4. Hugo Cesar Benites – 13 anos e 05 meses
  • 5. Rodney Gonçalves Medina – 12 anos e 03 meses de reclusão
  • 6. Eric do Nascimento Marques – 12 anos e 03 meses
  • 7. Jucimar Galvan – 10 anos e 08 meses
  • 8. Ademilson Cramolish Palombo – 6 anos e 5 meses de prisão
  • 9. Douglas Lima de Oliveira – 5 anos e 3 meses de prisão
  • 10. Fernando Henrique Souza dos Santos – 4 anos e 1 mês
  • 11. Bruno Ascari – 4 anos e 1 mês – 17 dias-multa
  • 12. Adriano Diogo Veríssimo – 4 anos, 1 mês
  • 13. Ademar Almeida Ribas – 4 anos, 1 mês
  • 14. Frank Santos de Oliveira – 4 anos e 1 mês
  • 15. Márcio André Rocha Faria – 4 anos e 1 mês de reclusão
  • 16. Wellington de Souza Lima – 4 anos e 1 mês

A organização criminosa foi desbaratada em janeiro deste ano. O grupo usava o método eletrônico de pagamentos idealizado pelo Banco Central para receber recursos de financiadores, custear operações e distribuir o lucro entre a quadrilha.

Denunciado no dia 21 de janeiro do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o grupo usava empresas de fachada para fazer pix e movimentar dinheiro ilegalmente. Na ocasião foram identificadas várias transferências via pix. Os valores costumavam ser altos: R$ 10.000,00, R$ 15.000,00, R$ 22.000,00, R$ 37.000,00, R$ 38.000,00, R$ 50.000,00 e R$ 100.000,00.

Na denúncia, a qual o Correio do Estado teve acesso, houve pagamento via pix de R$ 119 mil de Joesley da Rosa, o chefão, à Diego Fernandes da Silva.  Foram três transferências em um período de 42 dias: uma de R$ 19 mil e duas R$ 50 mil.

Neste caso, indica a denúncia, o dinheiro foi enviado à Diego para liberar um caminhão vermelho que havia sido dado em garantia do financiamento de uma das operações do tráfico.

R$ 100 mil no PIX

A maior transferência, porém, foi de Emerson Corrêa Monteiro, que foi denunciado, mas não condenado, para Jessika Farias da Silva. No valor de R$ 100 mil.

Jéssika, segundo o Gaeco, vive em união estável Rodney Gonçalves Medina, e o dinheiro enviado para sua conta seria para financiar mais uma empreitada do tráfico da quadrilha.

Os promotores do Gaeco demonstraram, na ocasião, que boa parte dos ganhos eram devolvidos a Emerson.
Nos celulares monitorados pelo Gaeco, Emerson aparecia como “Emerson Agiota”, sinal de seu poder financeiro para financiar o tráfico.

Joesley da Rosa, apontado como o cabeça da quadrilha

Joesley da Rosa, apontado como cabeça da quadrilha / Foto: Divulgação 

Rendimento

Em outra oportunidade, o Gaeco identificou um “empréstimo” de R$ 50 mil de Emerson para a mesma quadrilha e, seis meses depois, ele foi remunerado pelo grupo criminoso em R$ 75 mil, um retorno de 50% sobre o que “investiu”.

 “Vê-se que o empréstimo de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) transformou-se em R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) em apenas 6 meses, remuneração que obviamente somente pode ser obtida com a participação em atividade ilícita, no presente caso, o mercadejo de estupefacientes”, afirmam os promotores.

Correios

Além disso, a organização criminosa utilizava a Transportadora Print Ltda, uma empresa terceirizada dos Correios, para transportar entorpecentes. Rodrigo de Carvalho Ribas, coordenador de logística da Print, coforme denúncia do Gaeco, era o responsável por organizar o transporte das drogas, aproveitando a legitimidade da empresa para mascarar as atividades ilícitas.

Para garantir a segurança do transporte, Oscar José dos Santos Filho, membro da organização, desativava os rastreadores dos caminhões e instalava um GPS próprio para que Joesley da Rosa pudesse acompanhar o trajeto das cargas.

Estrutura da quadrilha

De acordo com o inquérito coordenado pelo Gaeco, entre os condenados, os motoristas do grupo eram Adriano Diogo Veríssimo, Ademilson Cramolish PalomboAdemar Almeida Ribas, Eric do Nascimento Marques, Frank dos Santos de Oliveira, Fernando Henrique Souza dos Santos e Wellington Souza de Lima, todos denunciados na primeira fase da Operação Snow, em março de 2024. 

Segundo o inquérito, os transportadores da droga eram recrutados por Douglas Lima de Oliveira (Dodô),  Márcio André Rocha Faria e Mayk Rodrigo Gama, que também se encarregaram de dar todo o suporte necessário para providenciar veículos e locais para servirem de entreposto da droga e de receber e despachar a droga para o destino final.

Bruno Ascari, foi preso em maio de 2023, após transportar 262,25 kg de pasta base de cocaína e ainda 68,20 kg de cloridrato em um fundo falso de um carro. O empresário Jucimar Galvan foi preso em novembro do último ano por posse irregular de munição. 

Além deles,  os policiais Anderson César dos Santos Gomes e Hugo Cesar Benites, ambos lotados na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, foram apontados como peças determinantes para o traslado da droga até um entreposto do grupo criminoso, localizado em Campo Grande.

Apontado como o responsável logístico das cargas, Rodrigo de Carvalho Ribas, irmão de Ademar Almeida Ribas (Pitoco), preso durante a primeira fase da Operação Snow, utilizava, segundo o Gaeco, de sua função de coordenador de logística na Transportadora Print Ltda. para providenciar o carregamento de cocaína com carga lícita que seria transportada pela empresa, que prestava serviços para os Correios. 

Rodney Gonçalves Medina, considerado uma espécie de "braço direito" de Joesley da Rosa era responsável por coordenar os demais membros. 
 

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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