Cidades

Operação Snow

Vida de luxo e apreensão de R$ 40 milhões em drogas marcam "policiais do tráfico"

Um dos oficiais vivia em casa avaliada em R$ 2 milhões

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Coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), a segunda fase da Operação Snow, detalha a vida luxuosa, prisões e a apreensão de R$ 40 milhões em drogas, apreendidas junto de policiais civis que integravam a quadrilha que escoava drogas da fronteira com o Paraguai até São Paulo.

Deflagrada no dia 15 deste mês, a operação aponta os investigadores de Polícia Civil Anderson César dos Santos Gomes e Hugo Cesar Benites, ambos lotados na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, como peças determinantes para o traslado da droga até um entreposto do grupo criminoso, localizado em Campo Grande.

Morador de uma mansão avaliada em R$ 2 milhões, é Anderson quem dirigia a viatura da polícia utilizada para o descarregamento das caixas transportadas até uma casa no Jardim Pênfigo, bairro da Capital.

A investigação constatou que o padrão de vida do investigador de Polícia Judiciária de 1ª Classe, então morador de Ponta Porã, era incompatível com os R$ 9 mil mensais recebidos por ele dentro da corporação.

“Apresenta patrimônio milionário e totalmente incompatível com sua remuneração, advindo de atividades ilícitas, especialmente a traficância em larga escala e de grandes quantidade”, diz trecho do inquérito.

Mais que isso, as buscas destacaram que Anderson possui uma caminhonete VW Amarok, de uso diário de mais de R$ 160 mil, enquanto sua esposa, professora da Rede Estadual de Ensino (REE), e com remuneração mensal de R$ 2 mil detém um Jeep Compass Limited com valor de R$ 246 mil.  

Carga de R$ 40 milhões em cocaína, apreendida pela PRF

Por seu padrão de vida, Anderson já havia sido alvo de denúncia anônima formulada junto à Polícia Federal de Ponta Porã no final de 2022. 

Anderson tem o nome ligado à apreensão de 538,1kg de cocaína, carga avaliada em mais de R$ 40 milhões, apreendida  no dia 5 de setembro de 2023, em Dourados, que resultou na prisão de Alexandre Novaes Medeiros e de Alexandre Ferreira Mavic, cuja responsabilidade era guardar a droga transportada pelos agentes públicos. 

Apesar de não atribuir a droga à organização criminosa, o fato serviu para que a polícia chegasse até Anderson , que foi preso cautelarmente em setembro. 

Parceiro

Conforme o arquivo de imagens da casa utilizada como entreposto para o descarregamento das caixas transportadas na viatura da polícia, é Hugo Cesar Benites quem  realiza a abertura do compartimento de presos e ajuda no descarregamento das caixas com a droga, prática conhecida no mundo do crime como “frete seguro” isso porque a viatura, como regra, não é parada muito menos fiscalizada por outras unidades de segurança pública.

Nas redes sociais, ambos foram fotografados em um curso para operador de fuzil, “revelando que a parceria na prática de crimes se estendia para atividades convencionais na vida diária.”, diz o inquérito. 

Consta no relatório de movimentação e passagem de veículos em rodovias federais, obtido junto à Polícia Rodoviária Federal, que a viatura da Polícia Civil, utilizada por ambos foi identificada no Posto da Polícia Rodoviária Federal no dia 4 de maio de 2023, com sentido a Dourados, e depois de algumas horas, passou pelo Posto da PRF em Sidrolândia, “de modo que é possível concluir que fez o trajeto Ponta Porã/MS, Dourados/MS, Itaporã/MS, Maracaju/MS, Sidrolândia/MS e Campo Grande/MS.”, afirma a investigação.

Na capital, a polícia diz que ambos só ficaram o suficiente para descarregar a droga, apreendida dias depois, em 12 de maio de 2023, pela Polícia Rodoviária Federal no município de Terenos.

No entreposto, a cocaína foi encaminhada até Valdemar Kerkoff Junior,  fuzilado no dia 27 de junho do mesmo ano,  em Ponta Porã, juntamente com seu irmão Eder Kerkhoff, “ao que parece, acerto de contas, queima de arquivo.”, destaca o Gaeco.

Ambos foram denunciados por associação criminosa e tráfico de drogas, além de serem afastados da Polícia Civil de MS. A viatura utilizada por ambos permanece na delegacia em que trabalhavam e está à disposição da Justiça. 

Como agia a quadrilha

A Operação Snow detalhou que quadrilha ligada ao tráfico de drogas contava com uma extensa rede logística de transporte, com caminhões, carros e rastreadores, todos utilizados com o objetivo de levar entorpecentes de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, para outros estados do País, sobretudo São Paulo. 

O grupo, segundo a polícia, era encabeçado por Joesley da Rosa.

Com a quadrilha baseada em Campo Grande, o transporte era, em regra, feito em compartimentos ocultos de caminhões frigoríficos (“mocós”), dada a maior dificuldade de fiscalização policial, já que com a carga ilícita vinham cargas perecíveis.
Cabia à organização criminosa providenciar a inserção da droga em um compartimento previamente preparado para, posteriormente, carregar o veículo com as cargas lícitas que seriam transportadas, após isso, o baú refrigerado era lacrado.

Para mascarar os reais proprietários dos veículos e chamar menos atenção em eventual fiscalização policial, geralmente, a liberação é mais rápida quando o motorista consta como proprietário do veículo, a organização criminosa promovia a transferência de propriedade dos veículos para os motoristas e para as empresas que eram utilizadas no esquema criminoso.

SAIBA

Na segunda fase da Operação Snow, foram realizadas 21 prisões preventivas e 32 buscas e apreensões pela 5ª Vara Criminal de Campo Grande.

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Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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