Cidades

ISOLAMENTO SOCIAL

Justiça rejeita pedido do Ministério Público e mantém igrejas abertas em Campo Grande

"Não há espaço, nesta medida para restrições abrangentes das liberdades individuais", disse magistrado

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O juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, David de Oliveira Gomes Filho, negou pedido do Ministério Público de Mato Grosso do Sul para suspender decreto do prefeito Marcos Trad (PSD), que liberava celebrações nos templos religiosos de Campo Grande.  

“O que acontece hoje é um ato de adesão voluntária de todos que, com sacrifício pessoal, reconhecem o perigo que se aproxima e agem de acordo com as orientações dos médicos e dos cientistas a respeito. É um ato de consciência e não de imposição”, argumentou o juiz, que além de ter indeferido a liminar, arquivou a ação movida pelo Ministério Público sem julgamento de mérito.  

O Ministério Público fez menção a portaria do Ministério da Saúde, para embasar seu raciocínio para o isolamento forçado das pessoas. David de Oliveira Gomes Filho também frisou que, em que pese os decretos de emergência e calamidade pública, que estão produzindo efeitos, “não há espaço, nesta medida para restrições abrangentes das liberdades individuais”.

MEIO AMBIENTE

Por que as magafábricas de celulose estão à beira de grandes rios?

Unidade da Arauco vai cosumir praticamente o mesmo volume de água que é captado para abastecer Campo Grande

10/04/2025 14h27

No pico das obras da fábrica que está sendo erguida às margens do Rio Sucuriú, em Inocência, devem ser gerados 14 mil empregos

No pico das obras da fábrica que está sendo erguida às margens do Rio Sucuriú, em Inocência, devem ser gerados 14 mil empregos

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No lançamento oficial da pedra fundamental da fábrica de celulose da Arauco, em Inocência, nesta quarta-feira (9), o comando da empresa informou que seriam necessários 26 mil litros de água para a produção de cada tonelada de celulose no chamado Projeto Sucuriú. 

Isso equivale a um consumo médio diário de 250 milhões de litros de água, ou 91 bilhões de litros ao longo de um ano, já que a indústria prevê a produção de 3,5 milhões de toneladas anuais de celulose. 

O consumo da indústria praticamente equivale ao volume distribuído pela Águas Guariroba aos cerca de 900 mil de habitantes de Campo Grande, que é da ordem de 280 milhões de litros diários. Em dias de forte calor, a quantidade sobe para 310 milhões de litros captados por dia, segundo a assessoria da concessionária. 

E justamente por conta desta necessidade de água é que todas as indústrias se instalam às margens de algum rio caudaloso. As duas primeiras do setor a se instalarem no Estado, a Suzano (2009) e Eldorado (2012), estão às margens do Rio Paraná, ao sul e ao norte da área urbana de Três Lagoas, respectivamente. 

A terceira unidade, também da Suzano, entrou em operação em julho de 2024 e funciona às margens do Rio Pardo, um dos principais afluentes do Rio Paraná em Mato Grosso do Sul.

O projeto lançado nesta quarta-feira, inclusive com a presença do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, está sendo erguido a 50 quilômetros da área urbana de Inocência, na margem esquerda do Rio Sucuriú, que desemboca no Rio Paraná próximo da cidade de Três Lagoas. 

Isso para evitar que este grande volume de água e de efluentes tenha de ser transportado por grandes distâncias. Segundo a empresa, 90% daquilo que é captado volta para o rio posteriormente.  

“Com diretrizes ambientais rigorosas para preservação dos recursos naturais, o Projeto Sucuriú tem como um de seus pilares a operação com eficiência hídrica: o consumo será de 26 m³ de água por tonelada de celulose produzida – um dos índices mais baixos do setor, com 100% do efluente tratado. O volume de água captado será majoritariamente devolvido ao Rio Sucuriú, com cerca de 90% do volume captado de volta pela operação.”

Em Ribas do Rio Pardo, a Suzano informa que capta á água rio abaixo do local em que despeja os efluentes. Isso, segundo a empresa, é uma forma de demonstrar que as partículas orgânicas e químicas resultantes do processo de produção são filtrados e captados antes do despejo dos efluentes no rio. Em Ribas do Rio Pardo são produzidos 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano. 

Uma quinta fábrica de celulose, que deve ser instalada em Bataguassu pela Bracell, também está sendo projetada para uma região com abundância de água. Ele deve ser instalada às margens do Rio Pardo, já na região onde ele desemboca no lago da hidrelétrica de Porto Primavera. 

PROJETO SUCURIÚ

Conforme a previsão da chilena Arauco, a fábrica está exigindo investimentos da ordem de 4,6 bilhões de dólares e a previsão é de que antes do final de 2027 entre em operação. 

A matéria prima para produzir as 3,5 milhões de toneladas virão de 400 mil hectares de florestas de eucaliptos, sendo que a metade disso já está em crescimento desde 2021. 

No pico das obras devem ser gerados 14  mil empregos e depois da conclusão, 6 mil pessoas terão trabalho na área industrial e nas bases florestais. 

A celulose, praticamente toda destinada à exportação, será despachada por uma ferrovia de 47 quilômetros que a própria Arauco promete instalar a partir da fábrica até a Ferronorte, que corta o município de Inocência mais ao norte. Dali, será levada ao porto de Santos. 

LONGA ESPERA

Fila de quase dois anos para exames em Campo Grande entra na mira do MP

Reagendamento de paciente com epilepsia trouxe à tona fila com mais de mil e cem pacientes e espera que data desde 2023

10/04/2025 12h59

Apenas o Hospital Nosso Lar e a Santa Casa executam o exame pelo SUS em Campo Grande, segundo a Sesau

Apenas o Hospital Nosso Lar e a Santa Casa executam o exame pelo SUS em Campo Grande, segundo a Sesau Reprodução/Internet

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Após um paciente epilético ter seu exames de eletroencefalografia (EEG) cancelada num primeiro momento, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul foi acionado e foi revelado que a fila para encefalogramas em Campo Grande beira dois anos de espera e tem mais de mil pessoas no aguardo pelo procedimento. 

 A Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) aparece como solicitante no processo, que levou à instauração de inquérito após a denúncia chegar à  76ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública. 

Conforme o Ministério Público em nota, o paciente em questão trata-se de alguém com epilepsia fármaco-resistente, ou seja, cujo o organismo acaba resistindo aos efeitos de medicamentos que normalmente seriam eficazes. 

Seu procedimento teria sido cancelado na ocasião, sem justificativa prévia, com o Ministério Público apurando que o caso se tratava de um reagendamento, porém o tamanho da fila em questão para EEG é que chamou a atenção do MPMS. 

Fila de anos

A ABE reforça que tais exames são fundamentais em diversos diagnósticos e acompanhamentos de condições neurológicas, como no caso da própria epilepsia.

Entretanto, quem busca fazer o exame em Campo Grande pelo Sistema Único de Saúde (SUS) encontra uma fila preocupante, onde a solicitação mais antiga por um eletroencefalograma data de 09 de setembro de 2023, há quase dois anos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). 

Em resposta ao Ministério Público, a Sesau informa que apenas o Hospital Nosso Lar e a Santa Casa executam o exame em Campo Grande pelo SUS, confirmando inclusive a existência da longa fila de espera. 

Os números repassados pela Secretaria Municipal de Saúde apontam para 1.142 pessoas no aguardo para a realização do exame, com o pedido mais antigo por EEG feio há mais de um ano e meio. 

Com isso, o Estado de Mato Grosso do Sul e Executivo de Campo Grande foram provocados pelo MPMS a tomarem ações concretas, a fim de melhorar o acesso aos mais variados tipos de encefalograma, como: 

  • Em vigília, com ou sem fotoestímulo; 
  • Em sono induzido, com ou sem medicamento;
  • Quantitativo com mapeamento.

A Sesau fez questão de ressaltar a adesão do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul ao Programa MS Saúde que, apesar da unidade não estar sob gestão municipal, auxilia com a execução dos exames na fila crescente.

Com intuito de resolver a imensa fila, que impacta a qualidade de vida e saúde de quem aguarda por um EEG, o inquérito servirá para levar as investigações a fundo, bem como levantar medidas adotadas principalmente pela Sesau e Secretaria de Estado de Saúde (SES). 

Enquanto era candidata em período eleitoral, a atual prefeita da Capital, Adriane Lopes, afirmou que o Hospital Municipal estará em funcionamento até outubro de 2025, que pelas estimativas da Sesau estaria apto a fazer os exames eletroencefalograma, entre outros procedimentos. 

Cabe apontar que tanto o Hospital Regional quanto a Santa Casa foram procurados, para que pudessem citar a quantidade de EEGs feitos no último ano, indicando quantas pessoas aguardam nas filas e de quando data a solicitação mais antiga, porém, até o fechamento da matéria não foi obtido retorno. O espaço segue aberto ao posicionamento.

 

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