Cidades

Após quatro anos

Justiça nega pedido de empresário e mantém apreensão de Corolla ligado à Operação Fênix

Durante todo esse tempo, carro permaneceu bloqueado e vinculado à investigação original

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O empresário Wagner Pedro de Oliveira, travou uma longa batalha judicial de quase quatro anos para tentar reaver um Toyota Corolla, apreendido em meio à Operação Fênix, investigação federal que apurou crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas em abril de 2021.

Segundo a Justiça, os criminosos financiavam os veículos para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Carros que pertenciam a empresas da Capital. 

Apesar de insistir que comprou o veículo de boa-fé, o pedido do empresário foi negado pela Justiça Federal e, posteriormente, mantido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). A decisão transitou em julgado em junho de 2025, tornando-se definitiva. 

Neste mês, a Justiça Federal expediu despacho determinando a remessa dos autos à Justiça Estadual de Mato Grosso do Sul, já que, com o fim da fase federal da Operação Fênix, a competência para os desdobramentos residuais passou ao Tribunal de Justiça estadual (TJMS).

O bloqueio

O carro em questão foi bloqueado via sistema Restrições Judiciais Sobre Veículos Automotores (Renajud) por determinação da 5ª Vara Federal de Campo Grande, dentro do processo de sequestro de bens que atingiu diversas pessoas físicas e jurídicas ligadas à  organização criminosa. Entre as empresas investigadas estava uma Casa de Carne, a qual o veículo estava registrado. Ao perceber que o Corolla havia sido incluído no bloqueio judicial, Wagner Pedro ingressou com embargos para tentar desvincular o automóvel da investigação.

A versão do empresário

Na petição inicial, protocolada em junho de 2021, o empresário alegou ter adquirido o carro em dezembro de 2020 mediante acordo verbal com Raphael Munhoz Ortega, então proprietário da Casa de Carne. Segundo Wagner, a compra foi feita de boa-fé, com verificações junto ao Detran que não apontou restrições. À época,  ele explicou que não realizou a transferência imediata do bem porque estava em processo de separação conjugal e pretendia formalizar a troca de propriedade apenas após a conclusão do divórcio com sua esposa.

Para reforçar sua versão, anexou documentos da empresa, declarações de Imposto de Renda, extratos bancários e certidão de divórcio, tentando demonstrar capacidade financeira e ausência de vínculo com o grupo criminoso investigado.

"Trata-se de pessoa trabalhadora, sem mácula em sua vida, empresário do ramo de móveis e eletrodomésticos, com plena capacidade para a compra do veículo", sustentou a defesa. 

1ª instância 

O caso foi analisado pelo juiz federal Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande, que, em setembro de 2021, negou o pedido de Wagner Pedro. Segundo o magistrado, o empresário não comprovou de forma idônea a compra do Corolla, pois não apresentou recibo, comprovante de pagamento, transferência bancária ou contrato formal que evidenciasse a transação.

A sentença considerou que a alegação de compra verbal não era suficiente para afastar a origem duvidosa do veículo, sobretudo porque o bem estava em nome de empresa sob investigação por lavagem de capitais vinculada ao tráfico de drogas. Com isso, o juiz decidiu manter o sequestro do automóvel, que permaneceu à disposição da Justiça Federal, vinculado ao processo principal da Operação Fênix.

Inconformado, Wagner recorreu ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, alegando que a decisão havia sido "injusta e desproporcional".

Em suas razões de apelação, reafirmou a condição de terceiro de boa-fé, argumentando que a inexistência de contrato escrito não invalidava a compra, já que o pagamento teria sido feito de forma direta e informal ao vendedor.  Por sua vez, o Ministério Público Federal (MPF), porém, apresentou contrarrazões pedindo a manutenção da sentença.

O órgão sustentou que não havia qualquer elemento que demonstrasse a transferência de valores ou a efetiva aquisição legítima do bem, apontando ainda contradições na narrativa do empresário. O processo foi distribuído à 11ª Turma do TRF-3, sob relatoria do desembargador federal Nino Toldo.

Em março de 2025, o colegiado negou o recurso, confirmando integralmente a decisão de primeira instância. O acórdão reiterou que "não restou comprovada a propriedade legítima do veículo, tampouco demonstrada a boa-fé do adquirente".

Em 11 de junho de 2025, o processo transitou em julgado, encerrando todas as possibilidades de recurso.

A operação

Deflagrada em abril de 2021, em Ponta Porã e Campo Grande, a Operação Fênix, investigou organização criminosa voltada para o tráfico internacional de entorpecentes e lavagem de dinheiro. 

Foto: Divulgação PF

Segundo as investigações, o grupo criminoso era responsável por contrabandear maconha a partir da cidade de Pedro Juan Caballero, cujos carregamentos saiam de Campo Grande. A droga posteriormente era encaminhada para outros estados do Brasil. Além disso, a organização criminosa realizava a lavagem dos valores obtidos ilicitamente com a venda do entorpecente, através do comércio e financiamento de veículos utilizando para tanto empresas localizadas nesta capital.

Outro veículo apreendido pela PF à épocaOutro veículo apreendido pela PF à época / Foto: PF 

No transcurso das investigações, foram realizadas 12 apreensões de carregamentos de entorpecentes, os quais totalizaram cerca de 21 toneladas de maconha, além de 18 prisões em flagrante. 

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OPORTUNIDADE

Com salários de até R$ 23 mil, prefeitura de MS abre inscrições para concurso

Há oportunidade em diversas especialidades como enfermeiro, médico, cozinheira, motorista e outras

14/12/2025 14h30

Há oportunidade em diversas especialidades como enfermeiro, médico, cozinheira, motorista e outras

Há oportunidade em diversas especialidades como enfermeiro, médico, cozinheira, motorista e outras Governo de MS

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A Prefeitura de Paraíso das Águas, município localizado a 277 quilômetros de Campo Grande, abriu inscrições para um novo concurso público com vagas para todos os níveis de escolaridade e salários que chegam a R$ 23.557,03. O certame prevê a contratação de servidores efetivos, além da formação de cadastro reserva, sob o regime estatutário.

As inscrições começam às 8h deste sábado (13) e seguem até 15 de janeiro de 2026, exclusivamente pela internet, por meio do site da Fundação FAFIPA, banca responsável pela organização do concurso.

Ao todo, o edital contempla dezenas de cargos distribuídos entre a sede do município e os distritos de Bela Alvorada e Pouso Alto, com oportunidades para níveis elementar, fundamental, médio, técnico, magistério e superior. As jornadas de trabalho variam entre 20 e 40 horas semanais, conforme a função.

O maior salário ofertado é para o cargo de médico clínico geral, com remuneração de R$ 23.557,03 para carga horária de 40 horas. Também há vagas atrativas para cargos de nível superior, como engenheiro civil, arquiteto e cirurgião-dentista, com salários que ultrapassam R$ 8,5 mil.

Cargos e salários

Entre as oportunidades disponíveis estão funções nas áreas da saúde, educação, administração, fiscalização e serviços operacionais. Há vagas para enfermeiro, psicólogo, assistente social, farmacêutico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, agente comunitário de saúde, técnico em enfermagem, além de professores de educação infantil, anos iniciais e disciplinas específicas como português, matemática, inglês, história, artes e educação física.

O edital também contempla cargos como agente de fiscalização, analista de informática, inspetor de alunos, recepcionista, motorista, operador de máquinas, auxiliar de administração, auxiliar de serviços gerais, zelador, cozinheira e trabalhador braçal, entre outros.

Os salários iniciais variam de R$ 1.664,03 a R$ 23.557,03, conforme o cargo, escolaridade exigida e carga horária semanal. As taxas de inscrição foram fixadas em R$ 90 para cargos de nível elementar e fundamental, R$ 115 para nível médio e técnico, e R$ 145 para magistério e nível superior.

Provas

O concurso público será composto por prova objetiva para todos os cargos, de caráter eliminatório e classificatório. Dependendo da função escolhida, os candidatos também poderão ser submetidos a prova discursiva, prova prática e avaliação de títulos.

A prova discursiva será aplicada para cargos como agente de fiscalização, assistente social, agentes da área da saúde, cargos administrativos e professores. Já a prova prática será exigida para funções operacionais, como motoristas, operadores de máquinas, mecânico, técnico em informática e alguns cargos administrativos.

A prova de títulos, de caráter exclusivamente classificatório, será destinada a todos os cargos, conforme os critérios estabelecidos no edital. O conteúdo programático e o cronograma completo das etapas estão disponíveis no documento publicado pela banca organizadora.

A convocação dos aprovados ocorrerá conforme a necessidade da administração municipal, respeitando rigorosamente a ordem de classificação final.

Inscrições e isenção

As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet, no site www.fundacaofafipa.org.br, até 15 de janeiro de 2026. O pagamento da taxa de inscrição poderá ser efetuado até 16 de janeiro, respeitando o horário de compensação bancária.

O edital prevê isenção da taxa de inscrição para candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar per capita de até meio salário mínimo, e também para doadores de medula óssea, conforme a legislação federal. O prazo para solicitação de isenção vai de 13 a 23 de dezembro.

Reserva de vagas

O concurso reserva 5% das vagas para pessoas com deficiência, além de cotas para pretos e pardos (25%), indígenas (3%) e quilombolas (2%), conforme previsto em lei. Os candidatos que optarem pelas vagas reservadas concorrem simultaneamente às vagas da ampla concorrência.

O concurso público terá validade de dois anos, a contar da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da prefeitura.

Todas as informações detalhadas, incluindo atribuições dos cargos, conteúdos das provas e cronograma, estão disponíveis no edital publicado no site da banca organizadora.

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POLÍCIA

Após 20 anos, homem que tentou matar a esposa é preso em MS

O suspeito, de 49 anos, era foragido da Justiça de Minas Gerais e havia cometido o crime em 2006

14/12/2025 14h00

 A SIG de Três Lagoas recebeu a solicitação de apoio da Polícia Civil de Minas Gerais, para o cumprimento do mandado, com informações sobre a possível localização do foragido

A SIG de Três Lagoas recebeu a solicitação de apoio da Polícia Civil de Minas Gerais, para o cumprimento do mandado, com informações sobre a possível localização do foragido Reprodução: Polícia Civil

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Na última sexta-feira (12), um homem, de 49 anos de idade, condenado pela tentativa de homicídio qualificado contra a própria esposa, e foragido da Justiça de Minas Gerais há mais de 20 anos, foi preso pelos agentes da Seção de Investigação Geral (SIG) e do Núcleo Regional de Inteligência (NRI) de Três Lagoas.

O crime ocorreu em 2006, na cidade de Turmalina, interior do estado mineiro, quando o indivíduo, motivado por ciúmes, teria tentado matar a companheira com golpes de madeira, agindo em condições que dificultou a sua defesa.

Após o ataque, ele fugiu de Minas Gerais e, segundo as investigações, estava vivendo foragido há cerca de 10 anos em Três Lagoas.

Após ser regularmente processado, foi condenado a uma pena de quase seis anos de reclusão, em regime fechado.

Na manhã de sexta-feira (12), a SIG de Três Lagoas recebeu a solicitação de apoio da Polícia Civil de Minas Gerais, para o cumprimento do mandado de prisão, com informações sobre a possível localização do foragido.

Após diligências, o homem foi localizado em uma residência no bairro Jardim das Oliveiras, onde foi preso e conduzido até a sede da SIG, onde houve o cumprimento formal do mandado de prisão.

Em seguida, após passar por exame de corpo de delito, o condenado foi encaminhado às celas da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC), onde permanecerá aguardando recambiamento para o estado de Minas Gerais.

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