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Mais do que camisinhas, alunos querem conscientização

Mais do que camisinhas, alunos querem conscientização

DANIELLA ARRUDA

22/09/2011 - 00h00
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A instalação de máquinas de preservativos nas escolas públicas e particulares de Campo Grande deve estar associada a trabalho de orientação, controle de acesso aos dispositivos e principalmente a projetos de formação da sexualidade a longo prazo. Essa é a opinião geral de educadores e alunos favoráveis à distribuição de camisinhas dentro de colégios, ouvidos ontem pelo Jornal Correio do Estado.

A iniciativa, já implantada em caráter de teste em seis escolas de três unidades da federação pelos ministérios da Saúde e da Educação, provocou polêmica em Mato Grosso do Sul, a ponto de a Câmara de Vereadores de Campo Grande ter se adiantado à discussão, aprovando projeto de lei que veta a colocação dos equipamentos nos colégios da Capital. A matéria aguarda agora sanção do prefeito, que encomendou pesquisa sobre o assunto entre a população para então decidir se veta ou não o projeto.

Independentemente do resultado do levantamento, a distribuição de preservativos nas escolas divide opiniões entre os estudantes e é vista com cautela pelos professores, que defendem maior discussão sobre a medida antes de sua implantação. Na Escola Estadual Joaquim Murtinho, uma das mais antigas de Campo Grande, por exemplo, a instalação de máquinas de camisinha é considerada positiva por alunos como Gabriel Batista, 18 anos, que cursa o segundo ano do ensino médio. "Sou a favor, por motivo de prevenção. Tem muita menina ficando grávida por falta do uso da camisinha. A escola seria uma opção a mais (de acesso ao preservativo)", acredita.

Willian Silva, 17 anos, que cursa o primeiro ano do ensino médio, também aprova a medida, desde que acompanhada de trabalho de orientação aos estudantes. "Acho certo (ter a distribuição), só que não para todo mundo. Tem gente que pode pegar a camisinha só pra ‘zoar’, pra fazer de bexiga. Por isso, precisa ter orientação, para não haver o uso errado do produto", comentou.

Essa também é a opinião de Thiely Peralta, 16 anos, aluna do terceiro ano do mesmo colégio. "Sou a favor, tem que ensinar a partir da escola, senão os jovens vão aprender lá fora. Além disso, é uma maneira de prevenção. Mas não é só colocar a máquina na escola e deixar lá. Tem que ter toda uma orientação para os alunos, um controle", acredita.

Já as amigas Jéssica de Souza, 14 anos, e Simony Teixeira, de 17 anos, manifestara-se contra a instalação de máquinas de preservativo nos colégios, por motivos religiosos — ambas são adventistas — e também por considerar que a distribuição de camisinhas nas unidades escolares vai "incentivar a sexualidade precoce". Elton Jacob, de 17 anos, estudante do primeiro ano do ensino médio, também é contrário à medida. "Escola é lugar para estudar, não para colocar máquina de camisinha. Para isso tem os postos de saúde", comentou.

Discussão

Em meio à polêmica, o professor Alexandre Prado, responsável pela disciplina de Educação Física no Colégio Joaquim Murtinho, defende que é preciso haver mais debate antes de se adotar esse tipo de medida. "A escola já tem o papel dela de orientar o aluno, mas oferecer o preservativo é uma outra questão", comentou.

Para a professora de Geografia Juliana de Paula, também é preciso fazer a discussão de forma mais ampliada, envolvendo as famílias. A educadora alerta para a situação de escolas que oferecem os ensinos fundamental e médio. "São crianças menores de 14 anos, que estão iniciando a formação da sexualidade. Será que isso (a máquina de camisinhas) não vai estimular uma precocidade? É preciso saber o que a família pensa sobre o assunto. Cabe a ela escolher se quer que se distribua camisinha ou não para o seu filho na escola. A gente, como professor, não pode passar à frente da família", comentou.

Se depender dos pais e mães de alunos da Escola Estadual Joaquim Murtinho, essa escolha já está bem clara, inclusive registrada em ata, conta o diretor da unidade, Lucílio Nobre. "Em outubro do ano passado, durante uma reunião com 1.500 pais de alunos, eles foram contra a instalação de máquinas de camisinha dentro da escola. Com tantos outros pontos de distribuição, porquê a necessidade de ser dentro da escola — esse foi o principal questionamento", explicou.

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valory company

"Empresa de invstimentos" aplica golpe milionário no sul de MS

Dupla prometia juros mensais da ordem de 6% e conseguiu coletar ao menos R$ 5,3 milhões em duas cidades do Estado. Investigação policial está só começando

02/11/2024 11h40

Elisvaldo dos Santos e Murilo Coelo de Souza Filho pagavam juros da ordem de 6%, mas depois de alguns meses sumiram

Elisvaldo dos Santos e Murilo Coelo de Souza Filho pagavam juros da ordem de 6%, mas depois de alguns meses sumiram

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O sonho de ganhar dinheiro fácil, com juros da ordem de 6% ao mês, virou pesadelo para um grupo de investidores das cidades de Anaurilândia e Ivinhema, na região sul de Mato Grosso do Sul. Só em Ivinhema, um grupo de oito pessoas levou prejuízo de R$ 4,33 milhões. Em Anaurilândia, um médico diz ter perdido mais de R$ 1 milhão.

Conforme uma série de boletins de ocorrência registrados na delegacia de Ivinhema, os investimentos na empresa Valory Company, de Palhoça (SC) começaram em outubro do ao passado.  Até março deste ano todos vinham recebendo os juros e alguns deles até reaplicavam o dinheiro. 

Porém, a partir de abril os pagamentos foram interrompidos e os proprietários da empresa desapareceram. Por conta disso, resolveram procurar a polícia, contrataram uma empresa de cobrança e um advogado para tentar recuperar judicialmente o dinheiro que investiram. 

De acordo com uma das vítimas, o comerciante Evanilson da Silva Castilho, que entregou uma caminhonete de R$ 300 mil e investiu mais de um milhão de reais de suas economias, os proprietários desta Valory afirmavam que o dinheiro estava sendo investido em ações em diferentes bolsas de valores e por conta disso o rendimento era tão alto. 

E, diferentemente das pirâmides financeiras tradicionais, neste caso os investidores recebiam como garantia as escrituras de terrenos em um loteamento na cidade de Anaurilândia. Porém, depois que o dinheiro dos juros parou de cair na conta, as vítimas descobriram que as matrículas destes terrenos eram falsas e não valem para nada. 

Na cidade de Ivinhema são pelo menos oito vítimas. Todas alegam que foram convencidas a fazer o investimento por Luiz Maziero, médico antigo e muito conhecido na região, e por Francisco Sérgio Catarino, ambos de Anaurilândia. 

O médico, segundo o comerciante Evanilson, dizia que fazia investimentos desde 2017 e por conta disso acabou convencendo os demais. Para outra vítima, Juliano Peixoto da Silva, dono de uma ótica em Ivinhema, que investiu R$ 100 mil, o médico chegou a afirmar que era sócio da Valory. 

Francisco Catarino, por sua vez, é proprietário de uma incorporadora e uma imobiliária de Anaurilândia, além de ter ao menos 23 imóveis urbanos na cidade. Pelo fato de dar terrenos de sua empresa como garantia, também acabou levando muita gente a acreditar que o negócio era seguro e que o dinheiro realmente era aplicado na bolsa de valores. 

Agora, as oito vítimas de Ivinhema estão querendo acionar judicialmente o médico e o dono da imobiliária para que cubram os prejuízos. Segundo Evanilson Castilho, dono de uma conveniência, o médico tem patrimônio milionário e de um ano para cá teria repassado tudo para o nome de herdeiros. Isso, segundo ele, mostra que ele está fugindo de sua responsabilidade no golpe.

O Correio do Estado falou com o médico e ele afirmou que também caiu no golpe, conforme já declarou à polícia. Ele diz não ter o valor exato, mas o prejuízo “com certeza é de mais de um milhão de reais”. 

 “Eu sou a vítima com maiores prejuízos, porque além dos prejuízos eu tive o uso indevido do meu nome,  causando mais prejuízos ainda. O próprio investigador, ao contactar a empresa,  entendeu que eu sou mais uma vítima. Eu só emiti uma mera opinião. Mas, o negócio e o contrato eram feitos entre o investidor e a empresa, sem o meu conhecimento. Conclusão eu sou um investidor mais lesado que os demais investidores. Esta que é a pura verdade”, declarou, por watsapp. 

Porém, nos boletins de ocorrência registrados em Ivinhema, as vítimas declaram que o médico recebia uma espécie de bônus (típico de pirâmide) para cada cliente novo que entrasse no negócio. Prova disso é que ele próprio mandava mensagens para Juliano Peixoto para que ele convidasse conhecidos seus para fazerem novos investimentos. 

OSTENTAÇÃO

Os proprietários da Valory, que se identificaram como Murilo Coelho de Souza Filho e Elisvaldo Rodrigues dos Santos, visitavam pessoalmente os investidores em Anaurilândia e em Ivinhema. Para impressionar, apareciam em um veículo Jaguar ou de Dodge Ram. 

Nas redes sociais, assim como ocorre com todos os “vendedores de sonhos”, ostentam carrões, condomínio de luxo (em Balneário Bomboriú), vizinhos famosos (como Falcão, do Futsal), passeios de helicóptero, de lancha e viagens a locais paradisíacos.

Em suas postagens também não poderiam faltar atividades físicas em academias, bebidas caras e até charuto supostamente cubano. Isso tudo é possível, segundo eles, porque o dinheiro aplicado na bolsa estava trabalhando por eles. 

Em uma de suas publicações no Instagran , no dia 9 de outubro, Murilo (murilo.economista) diz ter criado uma fórmula especial ao longo dos últimos dois anos, com uso de inteligência artificial e mais de 30 programadores, que lhe garante rendimento mensal médio de 7,11% ao mês. “Essa é uma ferramenta que trabalha exclusivamente para mim, para que eu possa alcançar minha independência financeira”, fala, em um vídeo gravado dentro de um carro de luxo. 

Elisvaldo, que se apresentava domo proprietário da Valory, porém, desapareceu das redes sociais depois que começaram as cobranças dos investidores de Mato Grosso do Sul. Ele nunca mais apareceu em Ivinhema ou Anaurilândia.

 

 

As vítimas destas duas cidades acreditam que a ostentação de Murilo seja um indicativo de que atualmente a dupla esteja buscando “vítimas” em alguma outra região do País.  

Vários investidores entregaram seus carros para a dupla. Os veículos, porém, foram repassados para o nome de uma outra pessoa (Yan Ariel Ferreira de Souza), que seria filho de Murilo. Como os boletins de ocorrência foram registrados todos nos últimos dez dias, a polícia ainda não conseguiu mandados de busca para tentar recuperá-los. 

 

 


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MEIO AMBIENTE

PMA orienta pescadores sobre as regras vigentes no período da Piracema 2024/2025 em MS

Neste ano a proibição da qualquer atividade de pesca em todos os rios do Estado de Mato Grosso do Sul acontece a partir do dia 5 de novembro

02/11/2024 11h30

A proibição da pesca na piracema tem como objetivo garantir a preservação das espécies nativas durante a fase de reprodução.

A proibição da pesca na piracema tem como objetivo garantir a preservação das espécies nativas durante a fase de reprodução. Foto: Saul Schramm

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Faltando poucos dias para o início do período de defeso nos rios de Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar Ambiental (PMA) alerta os pescadores sobre as normas durante a piracema.

Nesto ano, a partir da meia noite do dia 5 de novembro, estará proibida qualquer atividade de pesca em todos os rios do Estado de Mato Grosso do Sul, medida que se estenderá até 28 de fevereiro de 2025.

Esse período tem como objetivo garantir a preservação das espécies nativas, especialmente durante a fase de reprodução. O fenômeno natural conhecido como piracema, cujo nome vem do tupi “saída de peixes”, é uma etapa vital para peixes como pacu, pintado, cachara, curimba e dourado.

Durante o a piracema, de acordo com a PMA, na Bacia do Rio Paraguai, apenas a pesca de subsistência é permitida, voltada ao consumo doméstico por pescadores profissionais autorizados ou moradores ribeirinhos, com limite de captura de até 3 kg de pescado.

Na Bacia do Paraná, a pesca é autorizada exclusivamente nos reservatórios e no trecho entre as usinas hidrelétricas de Jupiá e Sérgio Motta, que estão localizadas no município de Três Lagoas, respeitando a distância mínima de 1.500 metros dessas instalações. Nessa área, apenas espécies exóticas podem ser capturadas.

De acordo com a PMA e Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), pescadores amadores, profissionais e estabelecimentos que comercializam pescado devem realizar a Declaração de Estoque até o dia 4 de novembro para o Imasul, sobre a quantidade de carne de peixe existente em estoque, através de Fomulário Próprio. A declaração é obrigatória.

MULTA

Segundo o Imasul os pescadores e comerciantes que infringirem a lei estarão sujeitos a prisão em flagrante, além de encaminhamento à Delegacia de Polícia Civil.

As penalidades incluem detenção de um a três anos e multas entre R$ 700 e R$ 100 mil, acrescidas de R$ 20 por cada quilo de pescado ilegal. Em casos de infração, equipamentos como barcos, motores e veículos serão confiscados.

OPERAÇÃO PIRACEMA

Neste ano, a PMA intensificará a fiscalização por meio de georreferenciamento para identificar pontos críticos e áreas vulneráveis, além de locais estratégicos de apoio.

A operação contará com recursos avançados, incluindo o monitoramento de áreas de difícil acesso e barreiras estratégicas em estradas e pontos de comercialização suspeitos de pescado.

Além do combate à pesca ilegal, a operação incluirá campanhas educativas para conscientizar a população e pescadores sobre a importância da proteção ambiental e o cumprimento da legislação.

Paralelamente equipes técnicas do Imasul irão monitorar os cardumes durante o período de defeso, realizando medições e pesagens dos peixes e acompanhando as fases reprodutivas. De acordo com o instituto, esses estudos sobre a maturação das gônadas são essenciais para garantir a preservação das espécies. 

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