Cidades

RELATÓRIO

Mato Grosso do Sul tem o quinto menor déficit habitacional do País, diz estudo

Há sete anos, MS segue com a menor taxa do Centro-Oeste, porém, dados indicam alta no número de residências precárias

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Mato Grosso do Sul tem o quinto menor déficit habitacional do Brasil. Isso é o que indica o relatório feito pelo Ministério das Cidades.

Em levantamento feito no período de sete anos (2016 a 2022) o relatório do governo federal mostra que Mato Grosso do Sul, no ano de 2022, tem um déficit de habitação de 76.009 moradias, o quantitativo, se comparado com os demais estados do país, é o quinto menor, atrás apenas de: Acre (28.717), Roraima (30.943), Tocantins (44.730) e Amapá (47.664).

O critério estabelecido da pesquisa para reconhecer o deficit de habitação leva em conta habitações precárias, a coabitação (pessoas que moram juntas sem vínculo familiar) e o ônus excessivo com o aluguel.

No Estado, de acordo com o relatório que usa como fonte o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 18.651 habitações precárias, 12.571 situações de coabitação e 44.787 situações de aluguel.

O componente principal do déficit habitacional no Brasil é o ônus excessivo com o aluguel urbano (3,24 milhões), seguido pelas habitações precárias (1,68 milhão) e coabitação (1,28 milhão), sendo que  o predomínio do componente ônus excessivo com o aluguel se dá em três regiões do país, o Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

Outro ponto mostrado pelo relatório do Ministério das Cidades, aponta que Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, apresentam apenas 10% de déficit habitacional na zona urbana, tendo mais problemas com moradia precária, ou a falta de moradia, na zona rural.

O mesmo acontece nos estados do Norte e Nordeste, que têm déficit habitacional rural em 22,1% e 25,8% respectivamente.

Já as demais regiões e estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, 90% do déficit se encontra na zona urbana.

Mesmo com baixos índices de déficit habitacional no país, em Mato Grosso do Sul o número de moradias de aluguel e de condições precárias vem aumentando nos últimos anos.

No levantamento de 7 anos, em 2016 o Estado tinha o maior índice, com déficit de 77.950 moradias.

Nos dois anos seguintes houve uma diminuição no número de registros, porém a partir de 2019 houve um crescimento que elevou o número para 76.009 em 2022, uma diferença de apenas 2,4% do maior índice, em 2016.

CENTRO-OESTE

Comparando o déficit de habitação de Mato Grosso do Sul com os demais estados do Centro-Oeste, MS têm o menor índice de habitações precárias da região. 

Goiás apresenta o pior índice da região (211.743), sendo este mais que o dobro registrado em Mato Grosso do Sul. O Mato Grosso vem logo atrás de Goiás, com 120.207 habitações deficitárias, e o Distrito Federal têm 91.726 nos dados de 2022.

Entre os índices de habitações precárias, o Distrito Federal é o estado com menos moradias nestas situações (4.306), MS tem o segundo menor registro, com 18.651 habitações precárias, seguindo por Goiás (46.695) e Mato Grosso (48.207).

PROJETOS

Em junho de 2023 o Ministério das Cidades, e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul anunciaram o lançamento de programas de habitação, que juntos somam 3.122 novas moradias para famílias de MS.

O governo federal anunciou, por intermédio do programa Minha Casa Minha Vida, que serão construídas 912 moradias no Estado, para famílias que necessitam de melhoria habitacional em áreas rurais.

Já o governo do Estado lançou o projeto “Bônus Moradia”, que faz parte do Programa Estadual “MS Moradia”, que prevê 2.210 contratações de moradias para famílias que receberão auxílio para dar a entrada financeira na compra da casa própria.

Os anúncios feitos de novas moradias para a população do Estado, com subsídio do governo federal, aconteceram 10 anos após o início do processo de seleção dos candidatos beneficiados de empreendimentos, com o Residencial Jardim Canguru e o Loteamento Amarra Cabelo, entregues em 2022. 

De lá para cá as obras foram realizadas dentro dos projetos apresentados em 2013, e entregues pelos programas habitacionais como o Casa Verde e Amarela.

No ano de 2012, durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), foi anunciado no programa Minha Casa, Minha Vida 2 a construção de 2.197 casas para Mato Grosso do Sul, selecionados para 53 municípios do Estado.

Já em janeiro deste ano a Prefeitura de Campo Grande também anunciou novos empreendimentos habitacionais pelo novo Minha Casa, Minha Vida. 

O empreendimento, que será feito no Conjunto Residencial Jardim Antártica, contará com a construção de 60 unidades habitacionais. 

O terreno para essa construção foi doado pelo município, cujo valor é estimado em mais de R$ 2 milhões.

SAIBA 

Habitações do Minha Casa, Minha Vida

De acordo com dados do Ministério das Cidades, na região Centro-Oeste do Brasil será destinado 3.775 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida para famílias que moram na zona rural neste ano. O vizinho Mato Grosso receberá a construção de 2.146 casas, seguido de Goiás (469) e Distrito Federal (248).

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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Desconto em dívidas

Prazo para adesão ao Refis 2025 encerra nesta segunda-feira; veja os descontos

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro

14/12/2025 16h30

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis Gerson Oliveira

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Termina nesta segunda-feira (15) o prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos – REFIS 2025, que estabelece condições para quitação ou parcelamento de débitos de ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo autos de infração, notificações prévias, débitos do Simples Nacional e saldos de parcelamentos anteriores.

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O prazo para o pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro.

Os descontos variam conforme o número de parcelas:

  • À vista: redução de 80% das multas e 40% dos juros.
  • De 2 a 20 parcelas: redução de 75% das multas e 35% dos juros.
  • De 21 a 60 parcelas: redução de 70% das multas e 30% dos juros, com entrada equivalente a 5% do débito.

Aos produtores rurais, o programa também permite a regularização de débitos vinculados ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado (Fundersul), com parcelamento em até 36 vezes, restabelecendo automaticamente o direito aos incentivos fiscais.

Além disso, até 15 de dezembro, os contribuintes podem entregar as Escriturações Fiscais Digital (EFDs) e demais documentos atrasados com anistia total de multas.

Para o secretário de Fazenda de MS, Flávio César de Oliveira, o Refis 2025 é “uma política de cooperação econômica”, a qual permite que empresas retomem a capacidade de investimento ao mesmo tempo em que o Estado fortalece sua arrecadação.

Datas e descontos próximos

Além do Refis, há benefícios no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o desconto para pagamento à vista do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2026, com datas-limite próximas, exigindo atenção redobrada dos contribuintes neste fim de ano.

A Lei nº 6.472/2025 institui um desconto inédito de 30% no pagamento à vista do ITCD incidente sobre doações de bens e direitos formalizadas até 30 de dezembro de 2025.

O imposto abrange doações de imóveis, veículos, numerários, quotas sociais, rebanhos, títulos, obras de arte e outros bens. A combinação de fatores estruturais, isenção de até R$ 100 mil por donatário (a maior do país), alíquota reduzida de 3% e desconto temporário de 30%, posiciona Mato Grosso do Sul entre os estados com melhor ambiente para regularização patrimonial.

Já o pagamento à vista do IPVA 2026, com desconto de 15%, vence em 5 de janeiro de 2026, segundo maior desconto do país, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Piauí, abaixo apenas do Amapá.

O Estado mantém uma política de incentivos reconhecida nacionalmente, com ampla lista de isenções e reduções de alíquota, que inclui veículos com mais de 15 anos, PCDs (60% de redução), táxis, mototáxis, ambulâncias, diplomáticos, caminhões, ônibus, motorhomes e veículos movidos a GNV.

Para quem optar pelo parcelamento, o calendário segue as seguintes datas:

  • 30 de janeiro
  • 27 de fevereiro
  • 31 de março
  • 30 de abril
  • 29 de maio de 2026

O valor mínimo por parcela é de R$ 30 (motocicletas) e R$ 55 (demais veículos). 

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